65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
O DESENHO DA CRIANÇA: INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM DOS CONCEITOS PELAS CRIANÇAS, DENTRO DO ESPAÇO ESCOLAR
Vanessa Campos de Sousa - Depto. de Educação - URCA
George Pimentel Fernandes - Profº. Dr./Orientador - Depto. de Educação-URCA
INTRODUÇÃO:
Ao pensarmos diante da temática sobre o desenho da criança, nos remetemos ao processo histórico em questão e no caráter de interpretação que hodiernamente nos encontramos. Como educadores desconhecemos a importância da entrega de um lápis e um papel para uma criança, ou até mesmo um espaço para que ela possa expandir suas ideias e emoções diante do mundo que a cerca. Neste espaço por nós tão desconhecidos, está inserido um ambiente de manifestações emocionais do social. O processo do desenho é uma maneira da criança adaptar-se a realidade que por ela ainda é tão desconhecida, é a forma que a criança encontra de organizar suas ideias e aprendizados da vida cotidiana, e até mesmo manifestar aquilo que não está muito agradável nesse processo. Como método metodológico, temos por base que, de acordo com estudos bibliográficos, a produção do desenho infantil é um processo de estudo prolongado e complexo diante de cada etapa vivida pela criança e ainda mais, sua formação de um único desenho pode transparecer além dos fatores interpretados e analisados. Além de tudo, o desenho é o processo inicial e auxiliar na aquisição da linguagem pela criança, desenvolvimento cognitivo e motor. Contudo através desse trabalho somos direcionados no estudo da prática do desenho como forma de auxiliar o aprendizado da criança no ambiente escolar, auxiliando por sua vez, a prática metodológica e educativa do professor/orientado que rege o espaço da sala de aula, ou da própria escola.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Esse trabalho teve como objetivo central o estudo pautado em perceber que além dos traços apresentados pelas crianças, a elaboração do desenho para a mesma, está incumbida de manifestações do seu eu, através de discussão e questionamentos trazidos através de sua arte descomprometida.
MÉTODOS:
Os métodos que auxiliaram nessa pesquisa, remeteram aspectos bibliográficos pautados em estudos acerca da temática. Tendo sido, a pesquisa, realizada em uma Escola da rede Pública de ensino municipal da cidade do Crato, culminando uma pesquisa de campo com alunos da Educação básica do CEI Liceu Diocesano, em uma sala do Infantil V, no ano de 2012. A pesquisa culminou em 16 semana de projeto com 12 crianças, com idade média de 5 anos. Com autorização da escola e dos pais das crianças envolvidas realizamos determinadas atividades de leitura com essas crianças regulares nesta sala de aula, com base em documentos apresentado pela professora, fomos conduzidos a realizar estudos no âmbito de problemas de socialização em sala de aula e aprendizagem das letras do alfabeto. Através de histórias contadas através de imagens e leitura de textos, as crianças eram solicitadas a realizarem desenhos como forma de avaliação de compreensão do que fora apresentado. Para realização dessa atividade, eles foram autorizados a mexer na caixa de arte que continha várias folhas de papéis em tamanho distintos, com lápis de cor, e giz de vários tamanhos, formas e cores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com base nos dados obtidos, fomos apresentados a desenhos de diferentes formas e cores, algum condizendo ao que fora proposto e outros aparentemente sem conexão com a história contada. Após a realização dessa atividade, cada aluno de maneira individual apresentou seu desenho, explicando cada coisa que colocara no espaço em fora preenchido no espaço da folha, surgindo assim, as ideias que esperávamos na realização deste trabalho. Sendo que na apresentação de seus desenhos, as crianças começavam a expressar determinadas concepções e entendimentos que eram perceptíveis a não relação com a interpretação da história contada. Temos como exemplo para melhor explicar, o caso de uma aluna que desenhou uma rainha, na qual ela deu o nome de Iris, e ao ser questionada pelo motivo do nome da princesa, a mesma relatou que esse era também o nome de sua madrasta, que ela gostava muito e cuidava mais dela do que a própria mãe, sendo também representado ao lado da madrasta um passarinho na qual Júlia, nome fictício, pintou de preto, e ao ser questionada do tamanho do pássaro e da cor do mesmo, apresentou após alguns questionamentos, que o pássaro seria o pai que a mãe dizia para ela que estava morto. Júlia antes boa aluna, agora apresentava dificuldades em aprender o alfabeto e outros conceitos das disciplinas.
CONCLUSÕES:
Através dos resultados fomos levados a concluir que, a aprendizagem acima de tudo ocorre em aspectos emocionais, uma criança que esteja passando por questões que afetem seus sentimentos, apresenta determinadas atitudes muitas vezes nãos conscientes, como forma de defesa em meio aos seus processos de adaptação ao meio em que está inserida, e procura através de atitudes ou representações, seja ela de cunho artístico ou não, expressar sua necessidade de reconhecimento, ao mesmo tempo compreensão de seu momento e auxilio nas questões por ele representada, esse auxílio não ocorre exatamente de forma explícita, mas através de ‘contação de histórias’ ou elaboração de atividades a criança pode se reconhecer e apresentar assim mais confiança pelos colegas e professores, tornando o espaço escolar um ambiente harmonioso, de aprendizagem cotidiana e de conhecimentos científicos. Nesse aspecto pautamos os aspectos dos problemas de aprendizagem adquiridos na formação do individuo através de seu convívio social, de forma que essa participação não seja bem compreendida em seu universo, culminando em uma criança menos participativa e com dificuldades em acompanhar os demais colegas.
Palavras-chave: Desenho da Criança, Problemas de Aprendizagem, Sociedade.