65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição
AVALIAÇÃO DA INGESTÃO DE LÍQUIDOS EM IDOSOS ATENDIDOS NUMA CLÍNICA ESCOLA DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO EM MACEIÓ-ALAGOAS
Ana Adélia Cavalcante Hordonho - Profa. Mestre Orientadora - Curso de Nutrição CESMAC/FEJAL
Aline Maria Luna - Curso de Nutrição CESMAC/FEJAL
Camila Alves Nogueira de Souza - Curso de Nutrição CESMAC/FEJAL
INTRODUÇÃO:
A ingestão adequada de líquidos é importante para os idosos para a prevenção da desidratação e para a manutenção da homeostase corporal.A recomendação não difere para adultos jovens e depende da atividade física,temperatura ambiente e uso de medicamentos.Há indicação de 30 a 35ml/Kg/dia no mínimo 1500mL/dia.As recomendações individuais(Dietary Reference Intakes-DRI’s)são de 3,7L/dia para homens e 2,7L/dia para mulheres(DRI, 2004).Mas o grande problema é alcançá-la.A alteração da sensação de sede é um dos motivos e faz com que a maioria dos idosos não tome líquidos por não sentir necessidade(LINDEMAN et al.,2000).A desidratação pode resultar em hospitalização às vezes com resultados fatais e sinais clínicos que podem incluir sintomas neuropsíquicos como confusão mental,secura das mucosas,hipotonia do globo ocular,hipotensão ortostática e taquicardia(WARREN et al.,1994).Pode aumentar o risco de infecções e, se for negligenciada, a mortalidade nestes casos pode atingir mais de 50%(WARREN et al.,1994).Além disso, pode haver dificuldade quanto à mobilidade para ter acesso à água, que pode também ocorrer por problemas de visão,deglutição,alterações cognitivas,etc.É de extrema importância quantificar a ingestão hídrica de idosos que se não adequada pode acarretar em prejuízos graves.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar a ingestão de líquidos em idosos.
MÉTODOS:
Pesquisa de campo com estudo do tipo transversal e descritivo realizada no Ambulatório de Idosos da Clínica Escola de Nutrição do CESMAC em Maceió- AL. Foi utilizada uma amostra por conveniência dos idosos usuários do ambulatório que foram atendidos na clínica escola no período de agosto de 2011 a abril de 2012. Foram inclusos idosos de ambos os sexos, assistidos pelo ambulatório de nutrição considerados aptos pelo questionário de triagem SRQ (Questionário de identificação de distúrbios psiquiátricos em nível de atenção primária. Para análise da ingestão hídrica utilizou-se um formulário com questões gerais e sobre a ingestão de líquidos. O formulário foi aplicado por acadêmicas de nutrição devidamente treinadas pela professora supervisora do ambulatório de nutrição do Centro Universitário Cesmac. Os resultados foram analisados de forma descritiva. As variáveis contínuas com distribuição normal estão expressas em média e desvio padrão e as variáveis categóricas expressas na forma de freqüência de distribuição.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Avaliou-se 33 idosos,29 mulheres com média de 69,48±5,29anos. A quantidade em copos/dia de líquidos é de 3 em 39,4% dos idosos e cinco ou mais em 39,4%,com ingestão básica de água e suco.A recomendação mínima diária de oito copos de água ou 1600mL não foi atingida.O máximo de ingestão por 39,4% dos idosos é de 1000mL/dia.Ingestão insuficiente leva alterações metabólicas pois a água é o maior constituinte do corpo humano importante à manutenção da vida utilizada para o transporte de nutrientes e eliminação de elementos indesejáveis,regula a temperatura,mantém a estrutura dos tecidos e o funcionamento do metabolismo celular e função cerebral(BECK,2000).A baixa ingestão expõe a um maior risco de desidratação,pois o processo de envelhecimento está intimamente associado à alterações fisiológicas que afetam a capacidade do organismo de manter um equilíbrio de líquidos como a diminuição na quantidade total de água associada com a perda de massa magra(SCHOELLER,1989)e a diminuição da sensação de sede(PHILIPS et al.,1984).Seu consumo adequado associa-se positivamente a um menor número de quedas, prisão de ventre e risco reduzido de câncer de bexiga em homens(MICHAUD et al.,1999).O incentivo ao seu consumo regular reduz os riscos de quedas,desidratação e morbimortalidade.
CONCLUSÕES:
O consumo de líquidos dos idosos encontra-se muito abaixo do recomendado pela pirâmide alimentar, levando-os a uma exposição aumentada aos riscos da baixa ingestão hídrica, podendo acarretar em prejuízos graves para a saúde desses idosos. A estratégia de incentivo ao consumo regular de líquidos por parte de profissionais de saúde, sobretudo o nutricionista, é de fundamental importância para diminuição dos agravos à saúde dessa população, reduzindo os riscos de quedas, desidratação e consequentemente a morbimortalidade nesta população.
Palavras-chave: Desidratação, Idosos, Mecanismo de Sede.