65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
ASPECTOS ECOFISIOLÓGICOS DE Bombacopsis glabra (Pasq) A. Robyns SUBMETIDA A DIFERENTES CONDIÇÕES LUMINOSAS
Silvia Caroline Farias Pereira - Graduação em Ciências Biológicas com Ênfase em Ciências Ambientais UFPE
Gabriella Frosi Albuquerque Figueiroa Faria - Doutorado em Biologia Vegetal UFPE
Bruno Melo Lustosa - Mestrado em Biologia Vegetal UFPE
Lígia Gomes Ferreira de Souza - Graduação em Ciências Biológicas Bacharelado UFPE
Mauro Guida dos Santos - Prof. Dr./Orientador – Departamento de Botânica UFPE
INTRODUÇÃO:
Há muito tempo a energia utilizada pela humanidade provém de fontes poluidoras como petróleo e carvão mineral, que são tipos de energia não renováveis. Assim, é necessária a busca por fontes alternativas de energia, e dentre estas fontes está o biodiesel, sendo fundamental a prospecção de novas espécies oleaginosas com potencial para obtenção de óleo vegetal. O biodiesel apresenta vantagens na sua utilização, como ser de origem renovável, liberando 80% menos dióxido de carbono (CO2), que os combustíveis comuns. Neste trabalho a oleaginosa potencial estudada foi a Bombacopsis glabra, uma espécie arbórea de regiões tropicais nativa de floresta atlântica, da família Malvaceae, que produz frutos com até 20 sementes ricas em óleo (45%). Sendo esta espécie potencial produtora de óleo para produção de biodiesel é necessário a realização de estudos ecofisiológicos, para a caracterização do comportamento da planta diante da variação de fatores ambientais. Dentre os fatores ambientais abióticos que mais influenciam no desenvolvimento da planta, a luz está em destaque, influenciando seu crescimento e desenvolvimento físico, fisiológico e anatômico.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Caracterizar o desenvolvimento de Bombacopsis glabra sob diferentes condições luminosas, verificando seus aspectos ecofisiológicos.
MÉTODOS:
As sementes foram postas para germinar em sacos de muda com substrato de areia lavada sob condições de casa de vegetação. Após a emissão do primeiro par de folhas verdadeiras as plantas foram transferidas para baldes de 10 litros, com o substrato composto de solo do horizonte orgânico, solo argiloso e areia lavada (na proporção 3:1:1). Durante os dois primeiros meses de desenvolvimento as plantas jovens foram mantidas sob condições ideais em casa de vegetação. O experimento teve duração de seis meses após a diferenciação dos tratamentos luminosos. As plantas foram submetidas a dois tratamentos: pleno sol (100% de radiação solar) e sombra (50% de radiação solar), com 15 repetições cada – o sombreamento foi adquirido através de tela tipo sombrite. A partir do quarto mês de diferenciação luminosa (plantas com 6 meses de idade), foram realizadas medidas de trocas gasosas como condutância estomática (gs), taxa de assimilação líquida de CO2 (A) e transpiração (E). As medidas foram realizadas com o Analisador de gases por infravermelho (IRGA) LiCor modelo 6400. Os resultados foram submetidos ao teste T (p= 0,05) através do programa estatístico Statistica 7.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Na terceira semana de medidas, o comportamento dos tratamentos começou a se diferenciar, onde as plantas de sombra apresentaram menores taxas de condutância estomática, assimilação e transpiração (0,35 mol m-2s-1; 4 mmol m-2s-1 e 1,5 mmol m-2s-1, respectivamente). Contudo, ao longo do experimento (seis meses depois da diferenciação dos tratamentos) as plantas aclimatadas na sombra apresentaram um aumento das taxas, ultrapassando os valores das plantas cultivadas no sol (gs= 0,7mol m-2s-1; A= 4,5mmol m-2s-1 e E= 2mmol m-2s-1). Na literatura podemos encontrar experimentos semelhantes realizados com outras arbóreas, mostrando que plantas cultivadas na sombra apresentaram menores taxas sob essa condição. Nossos resultados mostram um estresse inicial das plantas de sombra, contudo com o passar do tempo, as mesmas se adaptam ao ambiente sombreado e atingem as mesmas taxas das plantas de sol, que por sua vez começaram a sentir a alta incidência solar, tendo uma queda de suas taxas, mantendo-se baixas até o fim do experimento. A diminuição das taxas de A, gs e E das plantas de sol podem estar relacionadas a um estresse fotoxidativo, ocorrendo fotoinibição do fotossistema II.
CONCLUSÕES:
Plantas de Bombacopsis glabra são capazes de se desenvolver em ambientes com sombreamento de até 50%. Contudo, plantas dessa espécie cultivadas a pleno sol (100% da radiação solar) no início do desenvolvimento sofrem estresse por excesso de luz.
Palavras-chave: Sombreamento, Trocas gasosas, Oleaginosa.