65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 12. Psicologia
ESTUDO DE FIDEDIGNIDADE PARA A FORMA DE TRANSATOR DO CHECKLIST DE RELAÇÕES INTERPESSOAIS-II (CLOIT-II)
Wanessa Marques Tavares - Mestranda, Dpto. de Psicologia – UFMG.
Gleiber Couto - Prof. Dr./Orientador – LAMI - Dpto. de Enfermagem – UFG/Campus Catalão.
André Vasconcelos-Silva - Depto. de Administração – UFG/Campus Catalão.
INTRODUÇÃO:
Para serem considerados legítimos e confiáveis, instrumentos psicológicos devem apresentar propriedades psicométricas, que dizem respeito à sua validade e fidediginidade. A fidedignidade pode ser definida como a propriedade psicométrica que confronta os erros de medida, diz respeito ao quanto o resultado obtido se aproxima do resultado verdadeiro. A informação sobre o erro de medida é indispensável para a própria avaliação e para o uso da medida. Assim, a fidedignidade pode ser estimada considerando a consistência dos resultados ao longo do tempo, pela correlação entre os itens dentro de um teste ou entre itens equivalentes, por meio de diversas técnicas, como o Alfa de Cronbach, o teste-reteste, as duas metades, a equivalência entre avaliadores, entre outras.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo do presente trabalho foi estimar a fidedignidade de uma das formas de apresentação do Checklist de Relações Interpessoais-II (CLOIT-II), a forma de Transator, por meio da verificação da consistência interna, usando o Alfa de Cronbach.
MÉTODOS:
Participantes: Participaram deste estudo 328 indivíduos residentes na região sudeste do estado de Goiás, com idades variando entre 15 e 76 anos (M= 33,54; DP= 12,37). Destes, 49,7% eram do sexo feminino. Quanto à escolaridade, 28,7% possuíam curso superior.
Instrumento: Checklist de Relações Interpessoais-II (CLOIT-II): inventário construído com o objetivo de mapear o comportamento interpessoal de pessoas alvo. Possui 96 itens divididos em 16 escalas bidimensionais: Dominância (A), Competição (B), Desconfiança (C), Frieza Afetiva (D), Hostilidade (E), Isolamento (F), Inibição (G), Insegurança (H), Submissão (I), Deferência (J), Confiança (K), Calor Afetivo (L), “Amigabilidade” (M), Sociabilidade (N), Exposição (O) e Segurança (P). Os escores são combinados formando escalas derivadas, denominadas Octantes, Quadrantes e Hemisférios. O instrumento pode ser apresentado em três formas: Auto-Classificação, Transator e Observador. Nesta pesquisa, foi utilizada apenas a segunda forma.
Procedimentos: Os sujeitos que concordaram em participar da pesquisa foram orientados a responder ao teste CLOIT-II. Para análise dos dados, foi estimada a fidedignidade do teste, das escalas principais, dos octantes, quadrantes e hemisférios, por meio do emprego da técnica Alfa de Cronbach.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados mostraram que o Alfa para a escala geral foi de 0,83 e para as dezesseis escalas principais variou entre 0,32 e 0,71 (M=0,5; DP= 0,10). Os Alfas das escalas derivadas variaram entre 0,45 e 0,76 (M= 0,63; DP= 0,11) para os octantes; entre 0,67 e 0,87 (M= 0,77; DP= 0,83) para os quadrantes e entre 0,74 e 0,90 (M= 0,83; DP= 0,07) para os hemisférios. A partir da análise dos resultados, pôde-se constatar que, para algumas escalas, os itens são bastante heterogêneos, pois algumas escalas e octantes apresentaram baixas correlações entre seus itens, por exemplo, a escala Insegurança (α=0,32) e o octante Hostilidade-Submissão (α=0,45).
CONCLUSÕES:
Deste modo, pôde-se concluir que, embora outras formas de estimar a fidedignidade sejam necessárias, a maioria das escalas da forma do Transator do CLOIT-II apresentou índices razoáveis de fidedignidade.
Palavras-chave: Fidedignidade, Checklist de Relações Interpessoais-II, Alfa de Cronbach.