65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
ASPECTOS DE MANEJOS DA CULTURA DA MANDIOCA: ESTUDO DE CASO COM AGRICULTOR FAMILIAR NA COMUNIDADE MARIA DA CONCEIÇÃO NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA DO PARÁ-PA
Laura Carvalho Santos - Graduanda de Agronomia e bolsista da Incubitec
Cleoson Moura dos Reis - Graduando de Agronomia e bolsista do Núcleo de Estudos em Agroecologia
Marcell Nóvoa Costa - Graduando de Agronomia e bolsista do Núcleo de Estudos em Agroecologia
Águila Silva Santos - Graduanda de Agronomia e bolsista do PET (Programa de Educação Tutorial)
Arnaldo Pantoja da Costa - Prof. Msc./ Orientador
INTRODUÇÃO:
A cultura da mandioca (Manihot esculenta Crantz.) pertence à família das Euphorbiaceaes, amplamente cultivada nas regiões tropicais, de origem brasileira, sua importância econômica está na produção de raízes tuberosas que representam valiosa fonte de alimento para o consumo humano e animal. Assim, a produção é um reflexo da adaptação às condições de clima e solo (VILPOUX, 2008).
Esta cultura possui características relevantes, principalmente quando compreendida nos sistemas de cultivos agrícolas familiares, importante pela sua rusticidade e pelo papel social que desempenha, sobretudo, entre as populações de baixa renda. Fato este que possibilita o cultivo em diferentes regimes de chuvas e condições de fertilidades dos solos (EMBRAPA, 2002). Assim, seu cultivo possui peculiaridades em função das condições edafoclimáticas da região e do manejo empregado.
No que tange sobre produção e produtividade da mandioca, segundo a FAO (2011), o Brasil foi o terceiro maior produtor mundial, no ano agrícola 2008/09, com 24,404 milhões de toneladas de raízes. No mesmo período o estado do Pará, maior produtor nacional, alcançou 4,549 milhões de toneladas, o que representou 18,64% da produção nacional (IBGE, 2005-09; LSPA, 2011). Os dados refletem a importância da cultura no estado do Pará.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar as principais práticas culturais utilizadas no cultivo da mandioca (Manihot esculenta Crantz.) a partir do estudo de caso do estabelecimento agrícola da comunidade Maria da Conceição, localizado no município de Santa Maria do Pará, Nordeste Paraense.
MÉTODOS:
O estudo foi realizado na Comunidade Maria da Conceição, zona rural do município de Santa Maria do Pará. Localizada nas Coordenadas geográficas de Latitude: -1.35099, Longitude: -47.5722, 1° 21′ 4″ Sul, 47° 34′ 20″ Oeste. Distante 107 km da capital do estado, Belém-PA. O clima da região segundo a classificação de Köppen é do subtipo Afi, que pertence ao clima quente e úmido.
Na operacionalização das informações recorreu-se a observação in loco, caminhada transversal na área cultivada e entrevista semi-estruturada, apontando as impressões da família sobre as práticas culturais realizadas com a mandioca. Este método de adquirir informações por meio da conversação entre informante e pesquisador correlaciona as informações com os objetivos propostos no estudo de caso (RUAS et. al., 2006).
Os tratos culturais observados foram capinas químicas, realizadas com herbicida (glifosato), três aplicações, na quantidade de 1L/tarefa/capina, no período dos primeiros 180 dias. As variedades cultivadas segundo o agricultor foram: mandiocão, maniva, bastiana, tachipalma e pinguelão (nomes populares).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O sistema de produção da cultura da mandioca na propriedade em estudo é do tipo corte e queima. Neste sistema as cinzas fornecem nutrientes e matéria orgânica, aumentam o pH e o solo se torna mais fértil, mesmo com a perda de nutrientes (N) e matéria orgânica pela queima (SCHMITZ, 2007).
Assim, a área total de 1,2 ha ou 4 tarefas trabalhadas pela família tem sido definida e orientada em função da disponibilidade da força de trabalho (mão-de-obra familiar), produtividade de 12t/ha de raízes. A produtividade de mandioca no município de Santa Maria do Pará foi de 18 t/ha (SAGRI, 2010). O plantio é realizado no início do período chuvoso, em fileiras simples com espaçamento de 1mx1m, de acordo com as recomendações técnicas (ALVES, 2007).
A cultura tem sofrido com o ataque do mandarová (Erinnyis ello (L.)) e ainda não se realizou nenhum tratamento para sanar o problema. No quesito fertilidade do solo, com a utilização do sistema corte e queima, alerta-se o produtor rural quanto ao uso prejudicial de herbicidas aplicados ao longo dos anos. Os herbicidas em contato com o solo desnudo, exposto ao sol e à chuva, sofre processo de compactação dificultando assim a infiltração das raízes e ocasionando o aquecimento além do que essas raízes suportam (PRIMAVESI, 2002).
CONCLUSÕES:
No estabelecimento agrícola estudado, a produção da cultura da mandioca é realizada através do sistema corte e queima. Sistema que quando mal manejado promove o empobrecimento do solo.
A produção e produtividade são relativamente baixa, de forma que a adoção de práticas alternativas, como o uso de leguminosas e/ou plantas adubadoras, deposição de material orgânico no solo, poderiam proporcionar à melhoria do sistema como um todo.
Em relação ao manejos desenvolvidos a capina com herbicida, representa ameaças para o meio natural e à saúde da família. Nessa perspectiva, se torna necessário o acompanhamento de instituições de pesquisa e/ou de extensão rural.
Palavras-chave: Manihot esculenta Crantz., Agricultura familiar, Produtividade.