65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTI-INFLAMATÓRIO E ANTINOCICEPTIVO DE NOVOS DERIVADOS ISOXAZOLINA-ACILHIDRAZONAS
Aline Stamford Henrique da Silva Guerra Gatis Carrazzoni - Depto. de Antibióticos – UFPE
Fernanda Virgínia Barreto Mota - Depto. de Antibióticos – UFPE
Sandra Cabral da Silva - Depto. de Antibióticos – UFPE
Valderes Moraes de Almeida - Depto. de Farmácia – UFPE
Antônio Rodolfo de Farias - Prof. Dr. - Depto. de Farmácia – UFPE
Teresinha Gonçalves da Silva - Profa. Dra. / Orientadora - Depto. de Antibióticos – UFPE
INTRODUÇÃO:
Os anti-inflamatórios são fármacos utilizados no tratamento e alivio dos sintomas de doenças inflamatórias, como artrite reumatoide, febre reumática, osteoartrite, lúpus eritomatoso, dentre outras. O mal que as doenças inflamatórias crônico-degenerativas causam a população e os relatos na literatura que atribuem efeitos adversos a alguns anti-inflamatórios não esteroidais justificam a importância de buscar novos fármacos anti-inflamatórios. Os compostos que possuem anéis pentagonais contendo dois heteroátomos como o nitrogênio e o oxigênio na sua estrutura apresentam importante função na síntese de novos fármacos por exibirem diferentes atividades devido a alterações que o heteroátomo causa nas propriedades estruturais e eletrônicas da molécula. Os anéis isoxazolínicos possuem atividades biológicas como bactericida, fungicida, anti-inflamatória e anticâncer. Por outro lado, a função acilhidrazona faz parte de uma classe de moléculas que apresentam propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e antitrombóticas. Neste contexto podemos ressaltar a importância da conjugação de dois núcleos bioativos distintos, em uma nova molécula como candidato a protótipo para desenvolvimento de fármacos para o alivio ou tratamento dos sintomas da inflamação e da dor.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar as atividades anti-inflamatória e antinociceptiva dos derivados isoxazolina-acilhidrazonas R-99 e R-123 como novos protótipos para o desenvolvimento de fármacos anti-inflamatórios e analgésicos.
MÉTODOS:
Os derivados R-99 e R-123 foram fornecidos pelo Laboratório de Síntese Orgânica Aplicada a Fármacos da UFPE. Foram utilizados camundongos albinos swiss (Mus musculus), provenientes do Biotério do Departamento de Antibióticos - UFPE. Para a avaliação da atividade anti-inflamatória, foi utilizado o teste do bolsão de ar, que consiste em injetar ar estéril no dorso do animal. No sétimo dia do ensaio os animais receberam os derivados R-99 e R-123 (0,3, 3,0 e 30 mg/kg; p.o.), indometacina (10 mg/kg; p.o.) e o veículo (salina + DMSO 5%; p.o.). Para indução da inflamação foi injetado 1,0 mL de carragenina 1% dentro da bolsa uma hora após o tratamento. Após 6 horas, os animais foram eutanasiados e as bolsas lavadas com 3,0 mL de solução salina/EDTA para contagem de leucócitos (GUERRA et al., 2011). Para a atividade antinociceptiva, utilizou-se o método de contorções abdominais induzidas por ácido acético. Os animais receberam por via oral R-99 e R-123 (15 mg/kg), ibuprofeno (10 mg/kg) e o veículo (salina + DMSO 5%). Após uma hora, foi injetado ácido acético 1% na cavidade peritoneal (KOSTER, 1959). Os dados foram analisados através da análise de variância (ANOVA) de uma via, pós-teste Newman-Keuls com intervalo de confiança de 99%, utilizando-se o software Graph Pad prism. 5.0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No bolsão de ar, os derivados apresentaram atividade anti-inflamatória através da redução da migração celular quando comparados ao controle. As doses de 3,0 e 30 mg/kg apresentaram-se estatisticamente semelhantes ao fármaco padrão, a indometacina. Esse modelo tem sido usado por assemelhar-se histologicamente com a membrana da cavidade sinovial e quando induzida a inflamação por carragenina a reação é semelhante à observada em uma inflamação sinovial crônica, a artrite reumatoide (SEDGWICK; LEES, 1986). Uma vez que as substâncias testadas apresentaram resultados promissores, acredita-se que estes compostos podem ser potencias candidatos a fármacos antiartríticos. No teste de nocicepção as substâncias reduziram o número de contorções abdominais em comparação ao grupo controle. Essa redução ao estimulo álgico do ácido acético demonstra que os derivados em estudo possuem atividade antinociceptiva frente à nocicepção visceral. É um modelo sensível a substâncias analgésicas de ação central ou periférica dotada dos mais variados mecanismos de ação (SHAFIEE et al., 2003). O ácido acético causa a liberação de mediadores como PGE2 e PGF2α, histamina, bradicinina e serotonina, além de estimular as terminações nervosas diretamente pela redução do pH (GUO et al., 2008).
CONCLUSÕES:
Os derivados isoxazolina-acilhidrazona R-99 2 R-123 apresentaram atividades anti-inflamatória e antinociceptivas promissoras nos modelos animais utilizados, mostrando-se como potenciais agentes no tratamento de condições inflamatórias.
Palavras-chave: Inflamação, Nocicepção, Isoxazolina.