65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
CONTINUIDADE DAS AÇÕES PEDAGÓGICAS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NO ENSINO FUNDAMENTAL
Alex de Araujo Lima - Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia – UFRPE – UAG
Charliel Lima Couto - Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia – UFRPE – UAG
Diná Cristina da Silva - Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia – UFRPE – UAG
Edivanilson Mota da Silva - Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia – UFRPE – UAG
Vanessa Brandão Pereira - Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia – UFRPE – UAG
Eva Vilma Corrêa Paes Barros - Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia – UFRPE – UAG
INTRODUÇÃO:
Alfabetização e Letramento são processos distintos, de natureza basicamente diferente, entretanto, interdependentes e, sobretudo, indissociáveis. Alfabetização é a ação de tornar-se alfabetizado, a inserção no mundo da escrita por meio da apropriação de um sistema de escrita. O letramento seria o uso efetivo e competente desse sistema, a capacidade de ler e/ou escrever com diferentes objetivos e usar nas práticas cotidianas a leitura e a escrita. Para a concretização dessa pesquisa fizemos uso de autores como Soares (2004; 2006) que ressalta o entendimento de que indivíduos alfabetizados não são necessariamente letrados, pois defende o Letramento como estado ou condição de quem aprendeu a ler e a escrever e faz o uso competente nas suas ações sociais. Destacamos também a contribuições de documentos orientadores como Parâmetros Curriculares Nacionais (2001) e de autores como: Barbosa (1994); Tfouni (2006) Leal & Melo (2006); e Ribeiro (2004). Para a classificação metodológica da pesquisa nos embasamos em André (1995). Com a pesquisa, pudemos perceber que as ações pedagógicas não devem apenas favorecer ao processo de alfabetização, mas, também, estimularem o uso efetivo e social das práticas de leitura e escrita.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Para realização desse estudo, tivemos como objetivo analisar as ações pedagógicas do cotidiano escolar que favorecem o processo de Alfabetização e Letramento. Para isso, nos direcionamos a compreender o processo histórico e as concepções de Alfabetizar e Letrar, identificar e analisar de que forma são utilizados os recursos didático-pedagógicos que beneficiem essas práticas.
MÉTODOS:
Para realizarmos essa pesquisa fizemos um estudo de campo de cunho etnográfico com abordagem qualitativa conforme André (1995). O local escolhido foi uma escola municipal de Garanhuns-PE, entre os meses de março a junho de 2012. Tivemos como sujeitos da pesquisa dois professores (que lecionam na mesma turma) e estudantes do 5º ano do ensino fundamental. A coleta de dados ocorreu através de: observações sistemáticas em sala de aula, questionários com os estudantes e entrevistas semi-estruturadas com os professores. As entrevistas e questionários foram realizados com base nas observações com o objetivo de responder os quesitos aqui levantados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com as observações realizadas, em sala de aula, percebemos que os professores estimulam o domínio técnico de ler e escrever, segundo Barbosa (1994) a habilidade de decodificar e codificar, não favorecendo a interpretação e uso social do sistema de leitura e escrita. Conforme Soares (2006) essas ações são: ensinar a ler e a escrever o código escrito, aprendizagem de procedimentos técnicos e habilidades de uso de instrumentos, caracterizado com alfabetização. Embora, não tenha acontecido de forma intencional o letramento aconteceu, pois de acordo com Tfouni (2006) a sala de aula é um contexto social e houve comunicação e trocas de interpretações entre educador/educando e educando/educando. Com a concretização das entrevistas notamos que os professores entendem o letramento como uma “disciplina”, diferente do que Soares (2004) defende, pois o letramento é o estado ou condição de adquirir o uso competente da leitura e escrita. Ou seja, leitura de compreensão de textos e mundo para refletir, interpretar e construir autonomia. A aplicação dos questionários revelou que os educandos sabem localizar informações em diferentes gêneros textuais, mas apresentam dificuldade de produzirem, mostrando que os educandos sabem codificar e decodificar textos, entretanto não sabem fazer o uso eficaz.
CONCLUSÕES:
A concretização da pesquisa revelou que as ações pedagógicas desenvolvidas pelos professores favorecem ao processo de Alfabetização: codificar e decodificar, ter habilidades, dominar procedimentos e uso de instrumentos técnicos. Entretanto, o Letramento se mostrou e aconteceu de forma acidental, não havendo intenção dos professores em promover ações que levassem a interpretação e uso efetivo, garantindo, assim, condições para a real participação social. Pudemos perceber ainda, que os educando dominam as habilidades técnicas de ler e escrever, mas tem dificuldades em usarem efetivamente essa habilidade. Os recursos didático-pedagógicos utilizados em sala de aula apenas beneficiam a alfabetização. Vale ressaltar que a Alfabetização e o Letramento são práticas indissociáveis e o domínio da linguagem oral e escrita é essencial para a participação social, pois por meio dela o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende seus direitos, constrói visões de mundo e produz conhecimento. A escola, família e os professores têm a responsabilidades de garantir o acesso a esse saber para o exercício da cidadania.
Palavras-chave: Papel do Educador, Leitura, Escrita.