65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 6. Medicina Veterinária
BEM ESTAR E POSSE RESPONSÁVEL DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO: CONSCIENTIZANDO CRIANÇAS DA CIDADE DE GARANHUNS/PE SOBRE O TEMA, TORNANDO-AS FUTUROS AGENTES MULTIPLICADORES
Aline Cristiane Araújo Chalegre - Medicina Veterinária - Unidade Acadêmica de Garanhuns (UAG) da UFRPE
Carlos Henrique Pontes Ribeiro - Medicina Veterinária - UAG/UFRPE
Gláucia Maria Luna Tavares - Medicina Veterinária - UAG/UFRPE
Leonardo Magno de Souza - Medicina Veterinária - UAG/UFRPE
Flávia Ferreira de Menezes - Profa./Dra. Co-Orientadora - Medicina Veterinária - UAG/UFRPE
Grazielle Anahy de Sousa Aleixo - Profa./Dra. Orientadora - Medicina Veterinária - UAG/UFRPE
INTRODUÇÃO:
O abandono de animais de estimação, mais especificamente cães e gatos, é uma realidade vivenciada em quase todas as cidades do Brasil. Os problemas atrelados aos animais errantes são grandes e com impactos graves sobre a saúde coletiva, citando como exemplos a transmissão de zoonoses, contaminação das vias públicas com excrementos, acidentes de trânsito e agressões a seres humanos. O alto índice de abandono de animais muitas vezes está associado ao desconhecimento que os tutores tem sobre todos os cuidados que deverão ter com seus animais de estimação (ex. consultas veterinárias, alimento, vermifugação e vacinação) e custos atrelados a isso, no momento em que decidem criar um cão ou gato. Acredita-se que ao ter acesso a essas informações, a população terá mais senso crítico ao decidir adotar um bicho de estimação. Nessa perspectiva, foram realizadas visitas em escolas da cidade de Garanhuns, onde através de várias atividades lúdicas, esses conhecimentos foram transmitidos para crianças com idades variando entre 06 e 09 anos. A escolha do público alvo se baseou no fato das crianças serem consideradas replicadoras das informações adquiridas, uma vez que tendem a repassá-las para pessoas do seu convívio social (ex. pais, vizinhos e amigos) e consequentemente, para toda população.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Como objetivo foi proposto a realização de atividades lúdicas em visitas a várias escolas de Garanhuns/PE para orientar crianças de 6 a 9 anos de idade sobre o conceito de bem estar e guarda responsável de animais de estimação, despertando nas mesmas o senso-crítico sobre essas temáticas, além de estimulá-las a propagar as informações adquiridas para as pessoas do seu convívio.
MÉTODOS:
Inicialmente foi realizada uma extensa revisão de literatura sobre os temas a serem abordados, como posse responsável, saúde pública, zoonoses, controle de natalidade para animais de estimação e bem estar animal. Também foram realizadas consultas a artigos de psicopedagogia, metodologia de ensino e didática para identificar quais atividades lúdicas poderiam ser utilizadas para permitir a exposição dos assuntos supracitados ao público alvo (crianças de 06 a 09 anos). As visitas às escolas foram previamente agendadas mediante contato telefônico ou visita presencial, onde era informado para o diretor da instituição as atividades que seriam desenvolvidas e o tempo estimado de apresentação (2 horas). Nas escolas foram apresentadas às crianças um teatro de fantoches, vídeos educativos (Turma da Mônica), desenhos no papel, pinturas de rosto e mãos, músicas (Galinha pintadinha, Patati Patatá e Abelhudos), panfletos, cartazes e danças. Como materiais necessários para essas atividades foram providenciados estrutura de PVC para o cenário do teatro, fantoches, resmas de papel A4, lápis de cera e comum, borrachas, hidrocor, tinta guache de cores variadas, pincéis, data-show, tela de projeção, computador, caixa de som, microfone, jaleco, estetoscópio de brinquedo e camisas personalizadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Segundo Pfuetzenreiter et al. (2011), há poucos trabalhos divulgando bem estar animal com crianças, o que incentivou a realização deste trabalho. Em 2012 foram realizadas apresentações para 2.671 crianças em escolas de Garanhuns/PE. Com crianças de 3 a 5 anos foi constatado que as mesmas não absorviam com eficácia as informações. Segundo Santos (2004), crianças de 3 anos se distraem facilmente e para um indivíduo entender o que é ensinado, é necessário concentração. De acordo com o mesmo autor, aos 6 anos o indivíduo é capaz de compreender as informações e por isso, as visitas ficaram restritas às crianças de 6 a 9 anos. Ainda assim, houveram dúvidas sobre a linguagem e didática a serem adotadas, sendo importante as consultas a trabalhos de psicopedagogia, como os de Rojas (2007), Santos (2009) e Coscrato (2010). Foram abordados temas como zoonoses, bem estar animal e posse responsável, na expectativa de contribuir para a diminuição de animais abandonados, e reduzir os riscos relacionados à transmissão de doenças e agravos a seres humanos, que segundo Wojahn et al. (2011), resultam da falta de conscientização da população. Solicitava-se também que as crianças prestassem bastante atenção as informações para depois difundi-las, tornando-se um agente multiplicador do conhecimento.
CONCLUSÕES:
Conclui-se que o trabalho desenvolvido com as crianças da Educação Infantil e Ensino Fundamental I (faixa etária de 06 a 09 anos) de Garanhuns/PE, foi de grande importância para a propagação dos temas posse responsável e bem estar animal na cidade, alcançando todas as expectativas geradas e sendo de muita relevância para a sociedade garanhuense, uma vez em que essas crianças também foram estimuladas a repassar os conhecimentos adquiridos na escola, para pessoas do seu convívio social, como pais, vizinhos e amigos. A orientação da população, independente da faixa etária, com relação às responsabilidades e despesas atreladas a criação de um animal de estimação, além dos impactos negativos que o seu abandono poderá trazer para todos (conscientização da importância da guarda responsável) trouxe benefícios para a população local ao contribuir para o bem estar dos animais e promoção da saúde pública, propiciando ainda, a convivência harmoniosa entre seres humanos e animais.
Palavras-chave: Animal errante, Guarda responsável, Tutor.