65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 17. Planejamento e Avaliação Educacional
PERCEPÇÕES DE PROFESSORES E ALUNOS SOBRE AVALIAÇÃO ESCOLAR DO CENTRO DE ENSINO MÉDIO DEPUTADO DARCY MARINHO
Eva Pereira Régis - Curso de Graduação em Ciências Sociais (Licenciatura) - UFT
Miguel Oliveira Costa - Curso de Graduação em Ciências Sociais (Licenciatura) - UFT
Marlene Ribeiro dos Santos - Curso de Graduação em Ciências Sociais (Licenciatura) - UFT
INTRODUÇÃO:
Visando entender como a avaliação é concebida e identificar como ela vem sendo vivenciada no cotidiano escolar, realizamos uma pesquisa de campo no Centro de Ensino Médio Deputado Darcy Marinho, sob a ótica dos principais atores desse processo, ou seja, alunos e professores.
Diversas das críticas reportadas à prática avaliativa dizem respeito à relevância depositada nos aspectos quantitativos, fato impulsionado pelo Governo com objetivo de atingir dados estáticos comparados a países desenvolvidos, em detrimento dos aspectos qualitativos. Tal fato implica na transformação da avaliação como etapa obrigatória, que muitas vezes recai no equívoco de seleção ou classificação de alunos, ao invés de servir de diagnóstico real das dificuldades do processo de ensino aprendizagem por parte de alunos e dos professores.
Fernandes e Freitas (2007) ressaltam que as intenções e usos da avaliação estão fortemente influenciados pelas concepções de educação que orientam a sua aplicação. Diante disso, observamos que um bom planejamento auxilia na escolha dos melhores instrumentos para facilitar o processo de aprendizagem, ainda que não devam ser usados apenas para a atribuição de notas na perspectiva de aprovação ou reprovação dos estudantes. (FERNANDES & FREITAS, 2007, p. 28).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de campo realizada junto a alunos e professores do Centro de Ensino Médio Dep. Darcy Marinho, na cidade de Tocantinópolis-TO, onde realizamos estágio obrigatório supervisionado, com intuito de compreender como a avaliação é concebida no âmbito escolar.
MÉTODOS:
Tendo em vista coletar, comparar e analisar dados, utilizamos da entrevista, aplicação de questionário e da observação direta e participante. A pesquisa foi realizada sob amostra de 03 (três) docentes e 12 (doze) alunos da referida instituição escolar. A partir das indagações: O que é avaliação da aprendizagem? Para que serve a avaliação? Qual o momento ideal de realizar a avaliação? Quais os instrumentos utilizados? Quais gostariam fossem utilizados? E, como avaliam a forma de execução da avaliação escolar no cotidiano da escola. Desse modo, ressaltamos que a prática avaliativa não é uma tarefa fácil, pois avaliar implica emitir juízos de valor. Estes, por sua vez, têm a função de fornecer informações acerca do desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Por isso, a avaliação não pode ser realizada apenas ao final do processo, sempre com os mesmos métodos, mas sim continuamente, servindo de suporte para o planejamento escolar e, por ela, considerar as peculiaridades e limitações dos discentes e da própria instituição.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
De modo geral, para os alunos a avaliação é vista como forma de testar o conhecimento ou medir o desenvolvimento dos mesmos. O prisma dos professores também favorece tal perspectiva. Apenas um docente ressaltou a importância de avaliar sob as dimensões qualitativa e quantitativa.
Os resultados do questionamento a cerca da finalidade da avaliação permitiu classificá-la como “avaliação somativa”. (FERNANDES & FREITAS 2007, p.21).
Quanto a forma de avaliar dos professores, as opiniões dos alunos ficaram divididas pois um grupo respondeu que sim, que os métodos de avaliação são quase sempre os mesmos, prova, trabalhos e participação. A outra parcela salientou que os professores utilizam de diferentes atividades e tarefas, dependendo dos conteúdos e matérias.
No tocante aos instrumentos utilizados, os docentes entrevistados disseram que, sempre aliam a aplicação de provas obrigatórias contendo questões objetivas e subjetivas a outros instrumentos que podem ser: seminário, estudo dirigido, pesquisa.
Questionamos: “Você esta satisfeito com o modo de aplicação da avaliação de sua escola?”. A maioria dos alunos respondeu que sim, entretanto é consenso entre todos que a avaliação poderia melhorar, utilizando-se de novos recursos e tecnologias.
CONCLUSÕES:
A pesquisa empreendida nos oportunizou relacionar teoria e prática escolar, pois associamos a coleta de dados e análise da visão dos sujeitos ativos do cotidiano escolar a textos e pressupostos teóricos estudados em sala de aula. Fato que nos proporcionou melhores condições de refletir a respeito da avaliação educacional. Diante do exposto, concluímos que a prática avaliativa não é uma tarefa fácil, não dispõe de receita, nem detém um roteiro pronto e acabado. Avaliar implica emitir juízos de valor, pois tem como foco fornecer informações acerca do desenvolvimento da aprendizagem dos alunos e, portanto, não pode ser realizada apenas ao final do processo, mas continuamente, considerando as peculiaridades e limitações dos discentes e da própria instituição escolar, ela deve assim servir de suporte para o planejamento e as estratégias que o professor deve traçar na mudança de sua prática educativa, tendo em vista ampliar as possibilidades de aprendizagem do aluno e na utilização de diversos recursos didáticos como instrumentos de ensino.
Reforçamos e concordamos com os alunos e professores ao suscitarem que a prática avaliativa precisa ser melhorada, para que não se transforme definitivamente em uma prática classificatória, seletiva e exclusiva.
Palavras-chave: Avaliação Escolar, Professor, Aluno.