65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
VIABILIDADE PRODUTIVA DOS CONSÓRCIOS ENTRE PIMENTÃO, ALFACE, COENTRO E CEBOLINHA.
Delzuite Teles Leite - Unidade Acadêmica de Ciências Agrárias, UFCG
Edna Dantas Pereira - Unidade Acadêmica de Ciências Agrárias, UFCG
Caciana Cavalcanti Costa - Profa. Dra, Orientadora, UATA/CCTA/UFCG, Pombal, PB
Everaldo Ferreira dos Santos - Unidade Acadêmica de Ciências Agrárias, UFCG
Débora Samara Oliveira e Silva - Unidade Acadêmica de Ciências Agrárias, UFCG
Laíza Gomes de Paiva - Unidade Acadêmica de Ciências Agrárias, UFCG
INTRODUÇÃO:
Devido ao aumento do consumo de hortaliças, cresce também a preocupação por parte dos produtores para aumentar a produtividade desses produtos (MONTEZANO & PEIL, 2006). Sendo assim, nos últimos anos, muitas misturas ou combinações de plantas em cultivo consorciado tem sido estudadas e demonstradas viabilidades agroeconômicas pelo aumento de produção e utilização máxima dos fatores de produção, principalmente quando ocorre cooperação mútua, porém em policultivos são raros os trabalhos realizados a nível de Brasil e os resultados de pesquisas até o momento não são satisfatórios para se tirar informações genéricas, principalmente pela dimensões continentais e climas diferenciados entre as regiões do país (PEREIRA & COSTA, 2011). Porém, para obter o máximo de vantagens nestes sistemas é necessário atentar para a seleção das espécies que irão compô-lo, observando suas características quanto à complementaridade interespecífica, para alcançar maior qualidade e produtividade dos produtos (REZENDE et al., 2005).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo do trabalho foi avaliar as produtividades das culturas do pimentão, coentro, alface e cebolinha consorciadas e em cultivo solteiro.
MÉTODOS:
O experimento foi realizado na Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Pombal, PB. Numa área com 11 parcelas medindo 1,20 m x 2,0 m empregou-se transplantio de mudas para as culturas do pimentão, alface e cebolinha e semeadura direta para o coentro. Os Espaçamentos entre linhas no sistema de cultivo solteiro foram de 1,00 m (pimentão), 0,30 m (alface) e 0,25 m (coentro e cebolinha) e entre plantas foram de 0,60 m (pimentão); 0,25 m (alface); 0,05 m (coentro) e 0,15 m (cebolinha), nos dois sistemas. Foi testada as seguintes combinações: policultivo de pimentão, coentro, alface e cebolinha; pimentão, coentro e alface; pimentão, alface e cebolinha e; pimentão, coentro e cebolinha; consórcio de pimentão e coentro; pimentão e alface; pimentão e cebolinha; cultivo solteiro de pimentão, coentro, alface e cebolinha, utilizando Cv. híbrido Magali R. (pimentão); Vera e Todo ano (alface e cebolinha) e Verdão (coentro). Avaliou-se a produtividade do pimentão, somando as colheitas. Na alface analisou o diâmetro transversal da parte aérea e a massa fresca. Na cebolinha e no coentro foram avaliadas altura de plantas, número de folhas e massa fresca da parte aérea. Realizou-se a análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O cultivo solteiro do pimentão obteve maior produtividade (29,93 t ha-1), sendo estatisticamente semelhante aos policultivos (pimentão-P, alface-A e cebolinha-Ce e; pimentão, coentro-Co e cebolinha) e ao consórcio (P e A) com 12,66,13,00 e14,03 t ha, respectivamente, evidenciando a não interferência das culturas intercalares sobre o pimentão. Na cultura da alface o maior diâmetro foi no cultivo solteiro semelhante ao policultivo (P, Co e A) com respectivos 29,75 e 26,75 cm, inferindo a não influência espacial entre as plantas, máximas produtividades (42,68 e 37,61 t há) foram obtidas no consórcio P e A e cultivo solteiro. No cultivo do coentro a altura de planta dos policultivos: P, Co, A e Ce (25,7 cm) e P, Co e A (24,50 cm), consórcio P e Co (25,75 cm) e cultivo solteiro (25,26 cm) não diferiram estatisticamente entre si, a produtividade de coentro no Consórcio P e Co (21,78 t h-1) e no cultivo solteiro (18,30 t ha-1) apresentaram valores semelhantes. No cultivo de cebolinha, não houve diferenças significativas para altura de plantas cujos dados variaram de 38 a 42 cm, porém o maior número de folhas foi obtido no policultivo P, A e Ce, com 526 folhas m-1, demonstrando a viabilidade desta consorciação, a maior produtividade foi obtida no cultivo solteiro com 32,16 t há-1.
CONCLUSÕES:
A associação de pimentão, alface, coentro e cebolinha não influenciaram negativamente na produtividade destas culturas. Os maiores diâmetros da alface foram obtidos no monocultivo e no policultivo, as alturas de plantas do coentro e cebolinha foram alcançadas no monocultivo e nos policultivos, assim como o maior número de folhas de cebolinha foi obtido no policultivo. Portanto, verifica-se que o consórcio destas culturas é viável, principalmente para pequenos produtores que farão melhor uso da terra, diversificando sua produtividade, além de economizar água, insumos e mão de obra.
Palavras-chave: Produtividade, Policultivo, Hortaliças.