65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica
ATIVIDADE ENZIMÁTICA EM PLÂNTULA DE Combretum leprosum Mart. ESPÉCIE TÍPICA DO SEMIÁRIDO
Ana Karla Pinto Martins - Graduanda em Biologia - Centro de Ciências Agrárias e Biológicas - UVA
Isabel Cristina Pinto Martins - Graduanda em Biologia - Centro de Ciências Agrárias e Biológicas - UVA
Marlene Feliciano Mata - Profa. Dra. Orientadora – Centro de Ciências Agrárias e Biológicas - UVA
INTRODUÇÃO:
O Combretum leprosum Mart. pertence à família Combretaceae, popularmente conhecido como mofumbo, apresenta ampla distribuição geográfica e muito utilizada na medicina caseira. É a principal espécie de árvore relatado no habitat natural do estado do Ceará, podendo chegar a 15 m de altura, o tronco a 60 cm de diâmetro e sua copa é globosa. Na caatinga e no cerrado seco seu tamanho é menor, como um arbusto. Floresce de outubro a dezembro e os frutos amadurecem a partir de agosto (MAIA, 2004). Uma vez iniciada a embebição, muitas enzimas preexistentes são ativadas, da mesma forma que há o estímulo para a síntese de novo de várias outras. Assim, tem início a hidrólise das reservas da semente, cujos produtos serão utilizados para a formação de novas estruturas e o fornecimento de energia ao embrião (BORGES; RENA, 1993). As principais substâncias de reserva nas sementes são carboidratos, proteínas e lipídios e esses compostos são mobilizados durante a germinação e desenvolvimento das plântulas para prover aminoácidos, monossacarídeos e ácidos graxos livres para a formação de estruturas físicas, como parede celular, ou para respiração (CORTE et al., 2006).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Detectar a atividade de enzimas proteolíticas, amilolíticas e peroxidases em plântulas de Combretum leprosum Mart. e quantificar proteínas totais solúveis.
MÉTODOS:
Sementes de C. leprosum foram obtidas de frutos coletados no município do Graça–CE, em agosto de 2011. Posterior ao beneficiamento, 125 sementes foram separadas aleatoriamente compondo cinco repetições de 25 sementes e semeadas em placa de Petri sobre duas folhas de papel de filtro umedecidas com água destilada na proporção de três vezes o peso seco do papel e mantidas em temperatura ambiente em torno de 25ºC. Após 30 dias da semeadura, 18 plântulas foram separadas por estrutura: raiz, epicótilo, cotilédone e folha, usadas para análise enzimática. Para a extração de proteínas totais solúveis, os tecidos vegetais foram macerados usando um gral e pistilo, juntamente com tampão fosfato de sódio 100 mM, pH 6,7 contendo NaCl 0,15M, na proporção de 1:5 (m/v) e polivinilpirrolidona 1%, em banho de gelo, por 10 minutos. Após a extração, os extratos foram centrifugados a 10.000 xg, por 15 minutos, a 4°C. O sobrenadante foi coletado, armazenado a -20ºC e utilizado para as análises bioquímicas. A quantificação das proteínas totais solúveis foi realizada pelo método de Bradford (1976) e a determinação da atividade de enzimas hidrolíticas foi feita através de eletroforeses em gel de poliacrilamina contendo duodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE) para proteases, amilases e peroxidases.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Neste trabalho, foram realizadas análises qualitativas e quantitativas de proteínas, em extratos provenientes das estruturas de plântulas de C. leprosum. Verificou-se que as estruturas em análise possuem diferentes concentrações de proteínas, sendo que as folhas apresentaram maior quantidade (1.732 mg/g de tecido), seguido da raiz (1.467 mg/g de tecido), cotilédone (1.132 mg/g de tecido) e epicótilo (0.872 mg/g de tecido). Os zimogramas mostraram atividade proteolítica e peroxidásica em todas as estruturas da plântula, no entanto, observou-se um alto índice de proteases no extrato da raiz e de peroxidases no extrato da folha. Em plantas, a ação das proteases está relacionada ao crescimento e desenvolvimento da plântula, bem como à renovação de proteínas e à senescência (RICHARDSON, 1991), enquanto, as peroxidases estão associadas à proteção antioxidativa e de resistência a doenças (LOVREKOVICH et al., 1968). Sob as condições avaliadas foi observada atividade de enzimas amilolíticas apenas no cotilédone das plântulas. Afirmando que durante a germinação, o embrião obtém energia necessária a partir da hidrólise do amido pela alfa-amilase, que tem sido crescentemente utilizada como fonte de carboidrato de armazenamento de sementes de plantas (SUBBARAO; DATTA; SHARMA, 1998).
CONCLUSÕES:
A análise enzimática das estruturas das plântulas de Combretum leprosum demonstrou que as mesmas apresentam uma pequena quantidade de proteínas totais solúveis e uma alta atividade proteolítica e peroxidásica, no entanto, a atividade de enzimas amilolíticas foi observada apenas no cotilédone. Com isso, é perceptível que as enzimas em estudo encontram-se distribuídas em concentrações diferentes nas diversas estruturas das plântulas e que a mobilidade das mesmas durante o crescimento da espécie se dá de forma independente.
Palavras-chave: Caatinga, Mobilidade de reservas, Mofumbo.