65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 6. Parasitologia
AÇÃO DO EXTRATO DE Punica granatum SOBRE LARVAS INFECTANTES DE Ancylostoma sp..
Silas Osório de Rezende - Graduando de Biomedicina – FAMINAS- Muriaé/ MG
Ingrid Kramer de Mello - Mestre em Medicina Veterinária – UFV – Viçosa/ MG
Alexandre Horácio Couto Bitencourt - Prof. Ms./ Coordenador de Pesquisa - FAMINAS- Muriaé/ MG
Fernanda Mara Fernandes - Prof. Ms/ Orientadora - FAMINAS- Muriaé/ MG
INTRODUÇÃO:
O desenvolvimento urbano e ambiental tem aumentado à ocorrência de zoonoses parasitárias. Alguns helmintos intestinais de cães, como o Ancylostoma sp., tem requerido grande atenção pelo seu potencial zoonótico. Estes helmintos possuem grande importância na área da saúde pública, pois, além de serem patogênicos aos animais podendo levá-los à morte, nos humanos, os Ancylostoma caninum e o Ancylostoma brazieliense, podem desencadear a patologia conhecida como Larva migrans cutânea. O grau de contaminação de solos por larvas e ovos de Ancylostoma sp. tem sido objeto de estudo de vários pesquisadores. O intuito destes rodeiam sempre na redução e controle da contaminação do ambiente. Nesse contexto, para o controle biológico desses nematódeos, estudos etnomedicinais estão sendo desenvolvidos. Logo, fitoterápicos podem ser a fonte de novos antihelmínticos com novos mecanismos de ação. Entre o seleto grupo de plantas medicinais utilizadas pela população, se encontra a Punica granatum, da família Punicaceae. O uso deste fitoterápico está datado desde 1550 A.C, onde se descrevia a utilização da casca de romeira, para o tratamento do Heltu, uma helmintose comum no antigo Egito.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O Objetivo deste estudo consiste na avaliação da atividade anti-helmíntica do Punica granatum, no desenvolvimento larvar de Ancylostoma sp..
MÉTODOS:
Para o preparo do extrato, foi utilizada a planta Punica granatum, adquirida da Empresa Santos Flora (São Paulo, Brasil).O extrato aquoso foi obtido através de cocção. Foi pesado 50 g de pó da matéria vegetal e diluídos em 500 mL de água destilada. Em seguida realizou-se um banho ultrassônico por 30 minutos e após o resfriamento da temperatura, a solução obtida foi filtrada e diluída nas concentrações de 1%, 3% e 5% Foram utilizadas no experimento fezes frescas provenientes de cães sem raça definida (SRD) infectados naturalmente e presentes no canil da Universidade Federal de Viçosa. Foi realizada a contagem do número de ovos por grama de fezes (OPG) de acordo com Gordon e Whitlock (1939) para confirmação da infecção. O ensaio foi conduzido em coproculturas e formaram-se três grupos tratados com 7 repetições cada de acordo com a seguinte descrição: 1º - 2 gramas de fezes positivas para Ancylostoma sp.e 0,25 ml de extrato de Punica granatum, a 1%); 2º- 2 gramas de fezes positivas para Ancylostoma sp. e 0,25 ml de extrato de Punica granatum, a 3 %); 3º- 2 gramas de fezes positivas para Ancylostoma sp. e 0,25 ml de extrato de Punica granatum, a 5 % e 4º- Controle, coproculturas contendo apenas as fezes positivas sem o extrato.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
De acordo com os dados obtidos através da análise estatística, o ensaio obteve resultados não tão satisfatórios, em ambas as concentrações, uma vez que, os ovos de Ancylostoma sp. eclodiram resultando em um número larvar considerável quando comparado com o grupo controle que não apresentava nenhuma concentração do extrato. Em um estudo realizado por Vasconcelos et al. (2005), foi revisado o potencial de algumas plantas frente a inibição da eclosão de ovos de nematóides; entre as várias plantas avaliadas in vitro, Croton zenhtneri (canela de cunhã), Ocimum gratissimum (alfavaca), Chenopodium ambrosoides (matruz ou mastruço), Spigelia anthelmia (erva lombrigueira), Dioclea grandiflora, Canavalia brasiliensis, Uvaria hookei e Uvaria narum apresentaram bons percentuais de atividade nos testes, destacando-se os extratos das seguintes plantas;Dioclea guianensis, D. grandiflora, Canavalia brasiliensis e Cratylia florinbunda, que obtiveram um resultado de 78,3 a 99,9% da inibição da eclosão de ovos, na dose de 500mg/mL.
CONCLUSÕES:
De acordo com o experimento; vale ressaltar que o teste realizado é apenas uma etapa inicial nessa pesquisa. Estes resultados não são suficientes para validação científica de qualquer atividade pesquisada; resultados positivos e/ou negativos não caracterizam a real atividade do fitoterápico, ou seja, um extrato aquoso de uma planta, a uma certa concentração, pode não apresentar efeito ovicida, porém, um outro extrato da mesma planta com concentrações iguais ou diferentes pode apresentar resultados positivos o que justifica uma continuidade das pesquisas.
Palavras-chave: Ovicida, Extratos, Controle.