65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 5. Histologia
Avaliação do efeito do óleo essencial da folha de aroeira a 10% (Schinus terebenthifolius raddi) na cicatrização de feridas cutâneas em ratos
Yuri Mateus Lima de Albuquerque - Universidade Federal Rural de Pernambuco
Ligia Reis de Moura Estevão - PNPD - UFRPE
Cristiane de Melo Vasconcelos - Universidade Federal Rural de Pernambuco
Joaquim Evêncio Neto - Prof. Dr./Orientador - Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal-UFRPE
INTRODUÇÃO:
A pele recobre toda a superfície do corpo e é um dos maiores órgãos do organismo animal, atingindo 16% do peso corporal (Junqueira & Carneiro, 2008). A sua função primária é servir como barreira de proteção contra o meio ambiente. A capacidade auto-regenerativa é um fenômeno universal dos organismos (Balbino et al., 2005), tendo como objetivo uma perfeita e coordenada cascada de eventos moleculares e celulares que interagem para que ocorra a repavimentação e a reconstituição do tecido, caracterizando o processo de cicatrização (Blanck., 2008). Desde os tempos remotos, o homem busca na natureza recursos para melhorar suas próprias condições de vida, aumentando suas chances de sobrevivência (Lorenzi, 2002). A fitoterapia é a ciência que utiliza vegetais frescos, drogas vegetais, ou ainda, extratos vegetais preparados com esses dois tipos de matérias-primas no tratamento de doenças, lesões e outras alterações orgânicas (Oliveira, 1997). A aroeira é uma espécie vegetal comum em áreas litorâneas, cujo nome científico designa-se por Schinus terebenthifolius Raddi (Carmello-Guerreiro & Paoli, 1999). Segundo Lorenzi (2002) são usadas todas as partes da aroeira para fins medicinais, as quais possuem uma grande quantidade de óleo essencial. A aroeira em si tem ação cicatrizante e anti-inflamatória, devido a presença dos taninos e flavonoides na planta (Martorelli et al., 2011).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Baseando-se em resultados positivos de outros tipos de óleos essenciais em vários modelos de cicatrização, somando-se a ação antimicrobiana e antifúngica já relatada deste óleo in vitro, esse trabalho teve o objetivo de avaliar a ação do óleo essencial da aroeira a 10% (Schinus terebenthifolius raddi): em feridas cutâneas de ratos, bem como avaliar a cromatografia do óleo testado.
MÉTODOS:
O experimento foi realizado no Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal (DMFA), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Utilizou-se 20 ratos Wistar albinos (Rattus norvegicus albinos) machos com 90 dias de idade provenientes do Biotério do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal (DMFA) da UFRPE. Estes foram mantidos em caixas individuais em ambiente com temperatura de 23 a 25ºC e ciclo claro/escuro controlados de 12 em 12 horas, com ração e água à vontade. Para a formulação da pomada base foi utilizado lanolina anidra (30%), vaselina sólida (70%) e vitamina E (0,5%). À pomada base previamente manipulada foi adicionado óleo essencial da folha de aroeira na concentração de 10% para a utilização no grupo tratado. Após a manipulação foram coletadas amostras para exame microbiológico.Para a realização da ferida cirúrgica foi administrado, por via intramuscular, uma anestesia dissociativa utilizando cloridrato de xilazina e cloridrato de quetamina. Depois de anestesiados, os animais foram posicionados em decúbito ventral e submetidos à tricotomia das regiões torácicas dorsolaterais.. Com o auxílio de um punch e lâminas de bisturi, foram realizadas as incisões de pele e tela subcutânea nos antímeros com distância mínima de 2 cm, ficando exposta a fáscia muscular adjacente. Após a mensuração da área, cada falha cutânea recebeu o tratamento de acordo com a metodologia estabelecida: Grupo Controle (GC), recebendo o placebo e Grupo Tratado (GT).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A análise cromatográfica do óleo da folha de aroeira foi realizada e foram identificados trinta e três componentes, representando 95,5% do óleo essencial da folha de aroeira. Na avaliação da contração da ferida utilizando o óleo em pomada a 10%, verificou-se, segundo o software SISVAR, que no 4º, 7º e 14º dia de PO não houve diferenças significativas entre os grupos GC e GT, apresentando p=0,4038 e t=0,8815, p=0,9949 e t=0, e p=0,9548 e t=0,05852, respectivamente. No 21º dia de PO as feridas já estavam cicatrizadas. Os resultados da contração da ferida diferem dos achados de Ribas et al. (2006), Coutinho et al. (2006) e Lucena et al.(2006) que demonstraram efeitos benéficos em diversos modelos cicatriciais utilizando extratos da planta. Não foi observado retardo na cicatrização quando utilizado a pomada a 10% do óleo da folha da aroeira, ao contrário do observado por Branco-Neto et al.(2006) ao utilizar extrato da casca da mesma.
CONCLUSÕES:
Observou-se que o uso da pomada de óleo da folha de aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi) na concentração 10% não alterou o processo de cicatrização das feridas cutâneas.
Palavras-chave: Cicatrização, Aroeira, Pomada.