65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
COLETA SELETIVA DE RESÍDUOS SÓLIDOS: PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS USUÁRIOS DA BIBLIOTECA COMUNITÁRIA CARANGUEJO TABAIARES, RECIFE.
Adriana Aparecida Megumi Nishiwaki - MBA em Planejamento e Gestão Ambiental – FCAP/UPE
Lucy Cleide Oliveira de Vasconcelos - MBA em Planejamento e Gestão Ambiental – FCAP/UPE
Theresa Cristina Frazão - Profa. Dra./Orientadora – MBA em Planejamento e Gestão Ambiental – FCAP/UPE
Bárbara Cavalcanti - Profa./Coorientadora - MBA em Planejamento e Gestão Ambiental – FCAP/UPE
INTRODUÇÃO:
Um dos efeitos agravantes da crise socioambiental, resultante de um modelo predatório de exploração dos recursos naturais e do crescimento desordenado da população, está relacionado à questão dos resíduos sólidos, especificamente, a sua geração e destinação final. Segundo um estudo feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – Abrelpe, em 2011, foi gerado aproximadamente 62 milhões de toneladas de resíduos sólidos no Brasil, dos quais 6,4 milhões deixaram de ser coletadas. Quanto aos resíduos sólidos coletados, cerca de 42% foram destinados de forma inadequada. Diante deste panorama, os gestores municipais estão buscando equacionar esta problemática por meio de alternativas que reduzem os impactos ambientais produzidos pela disposição incorreta dos resíduos sólidos. A coleta seletiva configura-se como uma das alternativas, que assegura o reaproveitamento dos materiais recicláveis assim como conscientiza e mobiliza a população para a preservação do meio ambiente.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Fazer um levantamento da percepção dos usuários da Biblioteca Comunitária Caranguejo Tabaiares referente à coleta seletiva de resíduos sólidos e a sua destinação final, promovendo esta prática sustentável no local.
MÉTODOS:
A comunidade Caranguejo Tabaiares, local onde foi realizado o estudo, fica no bairro da Ilha do Retiro, zona oeste da capital pernambucana. Esta comunidade, a qual é considerada Zona Especial de Interesse Social – ZEIS de Recife, é resultante de uma ocupação desordenada, carente de condições básicas de vida, sendo evidente a ausência do saneamento básico na área. Diante deste quadro, é de suma importância contribuir com a educação ambiental para minimizar essas condições adversas vividas por essa população. Esta pesquisa teve o propósito de promover um sistema de coleta seletiva, partindo do levantamento do conhecimento relativo à prática ambiental dos usuários da biblioteca comunitária por meio de um questionário. Este questionário, que foi aplicado para 25% dos frequentadores deste espaço literário (15 pessoas, entre jovens e funcionários), considerou itens que avaliou o perfil socioeconômico (idade, grau de escolaridade, renda familiar e composição familiar) e o conhecimento e a participação no manejo dos resíduos sólidos e na realização da coleta seletiva. Além desta pesquisa empírica feita em campo foi realizada uma revisão bibliográfica para fundamentar teoricamente este estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os dados obtidos no quesito faixa etária e grau de escolaridade indicaram que se tratam de jovens estudantes (40% 0 a 15 anos e 60% 15 a 25 anos), a maioria deles (60%) concluindo o ensino fundamental. Por se configurar uma população de baixa renda, 87% possuem renda familiar mensal entre 0 a 2 salários mínimos e a maior parte dos entrevistados (53%) pertence à família de 3 a 5 membros, morando em uma mesma residência. Quanto ao indicador de conhecimento sobre a coleta seletiva, todos tinham uma noção desta atividade ecológica. Porém, a sua prática não é exercida por todos, representando 73% da amostra. Ao contrário destes, os praticantes da segregação do lixo (27%) têm influência de parentes que trabalham como catadores de materiais recicláveis. Entre eles, 25% justificaram que todas as alternativas apresentadas no questionário são motivos para fazer a separação (reduzir o lixo nas ruas; preservar o meio ambiente e; pensar nas gerações futuras). Em referência ao conhecimento da destinação final do lixo, 67% informaram que sabem onde os resíduos são dispostos, 80% deles afirmaram ser o lixão e 20% disseram serem os aterros sanitários e locais de reciclagem. E por último, perguntou-se da opinião sobre a implantação da coleta seletiva na biblioteca e foi unânime a aceitação.
CONCLUSÕES:
Verificou-se que os entrevistados, apesar de possuir um baixo nível educacional, uma parcela significante tem uma boa compreensão a cerca da finalidade e dos benefícios gerados pela coleta seletiva, assim como do rumo dado aos resíduos sólidos domiciliares. Não obstante, esse entendimento que os jovens detêm não é exercido na prática. Visto que muitas vezes depende da existência de alguma oportunidade para desenvolver e aplicar em seu cotidiano. Portanto, tal atividade é de extrema importância para despertar e incentivar os jovens a fazer sua parte, inovando seus hábitos a favor da sustentabilidade ambiental.
Palavras-chave: Educação ambiental, Resíduos sólidos domiciliares, Manejo de resíduos sólidos.