65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
AS FORÇAS DE TRABALHO NO ARRANJO PRODUTIVO DE SOJA DO PÓLO SUL DO MARANHÃO
Teresa Cristina Cantanhede Borges - Discente do curso de Geografia – UFMA
Mayara Silva Oliveira - Discente do curso de Geografia – UFMA
Maria da Glória Rocha Ferreira - Profa. Dra/Orientadora - Depto. de Geociências - UFMA
INTRODUÇÃO:
As questões de trabalho no campo estão atreladas a atividades agrícolas, e com a modernização as relações de trabalho se transformam. Essa modernização tem parâmetros na tecnologia e técnicas, utilizadas para aumento do lucro, essas ações modificam a ideia do trabalho agrícola e sua relação com atividades assalariadas, onde ocorre a separação do trabalhador e da terra, aumento de mão de obra temporária seguindo o período de colheita; e o aumento da exploração do trabalho rural, ressaltando que o progresso das forças produtivas na agricultura indicam limitações em seu desenvolvimento, ao atentar para formas que assumiam as relações de trabalho no campo. É nesse contexto, que esse trabalho demonstrar sua importância, pois trás um retrato de como as forças de trabalho estam se associado à nova realidade socioambiental imposta pelo Capital, que tem na sojicultura, a representação do modelo Capitalista que forma o “Arranjo Produtivo de Soja do Pólo Sul do Maranhão” destacado por Ferreira (2009). Toda essa questão implica no afastamento do pequeno produtor de sua região de origem, decorrente da sojicultura no sul do Maranhão que não prioriza o fornecimento de trabalho ou um mercado de trabalho para o pequeno produtor, promovendo o desemprego e a concentração de terras.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo geral dessa pesquisa foi analisar as forças de trabalho atuantes no sul maranhense, especificamente no “Arranjo Produtivo de Soja do Pólo Sul do Maranhão”. Nesse contexto, foi imprescindível espacializar as implicações socioambientais decorrente da sojicultura que contribuíram para a atual configuração do trabalho no sul maranhense.
MÉTODOS:
Este artigo pautou-se em uma pesquisa qualitativa, com visitas técnicas a alguns municípios grandes produtores de soja do sul do Maranhão, entre eles Balsas, Riachão e Fortaleza dos Nogueiras. Nessas visitas foram feitos registros fotográficos dos impactos ambientais provocados pela sojicultura que estimula a compreensão dos dados, além disso, foram realizadas entrevistas com representantes dos agricultores familiares para identificação participativa dos problemas relacionados ao trabalho e conflitos territoriais na área do “Arranjo Produtivo de Soja do Pólo Sul do Maranhão” que engloba os municípios de Alto Parnaíba, Balsas, Riachão, Tasso Fragoso, Fortaleza dos Nogueiras, Loreto, Sambaíba, e São Raimundo das Mangabeiras. Esta pesquisa baseou-se também em um adequado levantamento bibliográfico e documental, disponibilizados na biblioteca de Políticas Publicas da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Biblioteca Central da Universidade Estadual do Maranhão, os quais foram revisados para entrelaçamento com dados empíricos coletados pela pesquisa científica em Sistemas Ambientais Maranhenses.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A modernização do campo no Sul do Maranhão, em relação à trajetória dos agricultores familiares sofreu modificações paisagísticas e sociais, perante a sojicultura, principalmente na relação do homem com a terra, tanto do pequeno produtor quanto do grande latifundiário. Nesse contexto, vale ressaltar a passagem do complexo rural para o complexo industrial que não trouxe tantos resultados positivos para o ambiente socioeconômico no campo, isto porque, possibilitou aos grandes produtores, uma maior concentração de terras e acumulação de capital e aos pequenos, uma redução na produção familiar, aumentando a desigualdade social, pobreza, à exclusão da classe, o êxodo rural, o acúmulo de trabalhadores desempregados, entre outros. A sojicultura, por se caracterizar como um sistema produtivo de plantation alterou a produção da região que tinha uma agricultura diversificada pautada na agricultura familiar que tinha como base produtiva o cultivo de mandioca, com base para a fabricação de farinha e com baixa produção, tendo ainda como complemento o plantio de feijão, arroz e milho, tendo assim o plantio de três ou mais cultura. Atualmente, há uma produção familiar pequena, decorrente da falta de matérias e técnicas agrícolas limitadas e rudimentares.
CONCLUSÕES:
A commodity soja é a atual produção do cerrado Brasileiro, que no sul do Maranhão enfrentou as características naturais através do emprego de tecnologias voltadas, por exemplo, para a mecanização para disponibilização das atividades agrícolas ligadas à sojicultura. Assim, a mesma possui toda uma logística voltada ao escoamento dessa produção, com construção de estradas e ampliações de ferrovias e dos portos. Em contrapartida, a terra para a população de agricultores tradicionais no sul maranhense é fundamental para manutenção de seu modo de vida tradicional, com conhecimentos transmitidos culturalmente, que indicam a construção da identidade desses grupos sociais, portanto o conhecimento tradicional é imprescindível para a organização do espaço geográfico. Tendo uma porcentagem de agricultores familiares que precisam cultivar os solos para sobreviverem, por não possuírem terras, são obrigados a pagar aos supostos pro¬prietários renda para desenvolver suas atividades produtivas.
Palavras-chave: Forças Produtivas, Sojicultura, Sul do Maranhão.