65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 6. Morfologia
MORFOMETRIA DE CÉLULAS DE LEYDIG EM RATOS ADULTOS INDUZIDOS AO DIABETES EXPERIMENTAL
Alluanan Adelson do Nascimento Silva - Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE
Jessica Santana de Oliveira - Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE
Rodrigo Ribeiro de Oliveira - Depto. de Anatomia – UFPE
Sílvia Regina Arruda de Moraes - Depto. de Anatomia – UFPE
Valdemiro Amaro da Silva Júnior - Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal -UFRPE
Elizabeth Neves de Melo - Profa. Dra./ Orientadora - Depto. de Anatomia -UFPE
INTRODUÇÃO:
O diabetes é uma desordem metabólica caracterizada por um aumento nos níveis de glicose sanguínea. A doença pode ser classificada em dois tipos: diabetes insulino dependente ou tipo I, onde há uma deficiência na produção de insulina e diabetes insulino independente ou tipo II, quando existe uma resistência à insulina.
Muitos estudos vêm sendo realizados em animais, principalmente o rato, e é bastante relatada a interferência da doença na função reprodutiva dos machos. A queda nos níveis de testosterona, apresentada na maioria dos trabalhos, promove efeitos no controle da espermatogênese.
Esses efeitos ocorrem como conseqüência da diminuição do estímulo por parte da insulina nas células de Leydig, existindo uma correlação negativa entre os altos níveis glicêmicos e a produção de testosterona.
As pesquisas realizadas até o momento em células de Leydig de ratos diabéticos são controversas e as análises morfométricas ainda foram pouco aprofundadas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Investigar os efeitos do diabetes experimental sob as células de Leydig de ratos adultos por meio de análises morfométricas.
MÉTODOS:
Ratos Wistar machos adultos (70 dias) foram divididos em dois grupos: Grupo Diabético (GD, n = 6), induzidos ao diabetes com estreptozotocina (60 mg/ kg) e Grupo Controle (GC, n = 6), recebendo solução tampão, ambos por via intraperitoneal. Foram mantidos em gaiolas, dentro de biotério (22 2ºC) com ciclo invertido diário e água e dieta ad libitum. Após um jejum de 14 horas, a glicose do GD foi mensurada, sendo incluídos aqueles que possuíram glicose acima de 200 mg/ dL. Após isso, a glicemia foi verificada semanalmente, através de corte na ponta da cauda do animal. Após oito semanas da indução, os animais foram pesados e anestesiados com ketamina e xilazina. Os testículos foram removidos, pesados, fixados por imersão em paraformaldeído 4% e direcionados para processamento histológico. Após coloração e montagem, as lâminas foram analisadas através de microscopia de luz. Os parâmetros avaliados foram: proporção volumétrica testicular, diâmetro nuclear, volume celular e população de células de Leydig. Para a estatística, foi feito o teste de Mann-Whitney, e os resultados, significantes a 5%, foram expressos como mediana e limite de variância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O peso corporal (40%) e o testicular (18%) do GD foram estatisticamente reduzidos, concordando com a literatura. O IGS não apresentou diferença estatística entre os grupos, demonstrando que houve uma queda proporcional em ambos os pesos. A proporção volumétrica do testículo mostrou um aumento (33%) no espaço intersticial e diminuição no espaço tubular (3%) do GD em relação à GC. Já a proporção de células de Leydig não apresentou mudanças, mas tendeu a ser maior no GD. Em vários estudos, o aumento no interstício é justificado pela elevação na quantidade de material amorfo e a redução tubular é relacionada com alterações na estrutura dos túbulos seminíferos, na condição diabética. O diâmetro nuclear (20%) e volume celular (50%) das células de Leydig apresentaram-se reduzidos no GD. A partir desses parâmetros, foi calculada a população de células por grama de testículo que se mostrou estatisticamente maior no GD. Sendo assim, o aumento observado na população das células de Leydig, mesmo com a redução no diâmetro nuclear e volume celular das mesmas, explica a ausência de diferença na proporção dessas células no espaço intersticial. Alguns estudos relacionam mudanças nos níveis de testosterona com alterações no número das células de Leydig, mas os resultados ainda são controversos.
CONCLUSÕES:
A partir dos resultados obtidos, conclui-se que o modelo de diabetes experimental foi eficiente em promover alterações morfométricas nas células de Leydig, provavelmente causando também distúrbios funcionais em tais células.
Palavras-chave: estreptozotocina, testículo, testosterona.