65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
PROJETO 5 ESTRELAS: MOBILIZAÇÃO COMUNITÁRIA PELA SAÚDE AMBIENTAL EM ESPAÇOS URBANOS DE RECIFE/PE
Mircia Betânia Costa e Silva - Universidade Federal de Pernambuco
Marcelo Antônio Nero - Universidade Federal de Pernambuco
Solange Laurentino dos Santos - Universidade Federal de Pernambuco
Jaidson Nandi Becker - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Rivaldo Bezerra da Rocha Júnior - Universidade Federal de Pernambuco
Gilberlan de Freitas Ferreira - Universidade Federal de Pernambuco
INTRODUÇÃO:
A paisagem urbana é um espaço social repleto de transformações de ordem estrutural, bem como social e política, num gradiente de repercussões aos ecossistemas que ali vigoram, seja num ambiente natural ou construído pelo homem. Em vista da apropriação de problemas intersetoriais pela sociedade, já podem ser vistas abordagens em Saúde Ambiental na forma de projetos, serviços e/ou ações locais, independente da ordem de atores que os propõe. Neste, âmbito, movimentos acadêmicos têm a importância de caracterizar-se em grande imersão de aprendizado no espaço de práticas para o qual se direciona o processo formador, traduzindo-se aí numa sensibilização mútua dos atores em situação, para a identificação, crítica e ação propositiva sobre problemas do campo da Saúde Ambiental, num exercício integrador e socializante de saberes, com estímulo à organização e participação comunitária e ainda permitindo a equidade e a transdisciplinaridade com a gestão territorial.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Transformar atitudes e ambientes pela gestão do território do bairro Engenho do Meio, Recife/PE. Para isto, buscou-se exercitar os sensos de sustentabilidade, saúde, organização, cidadania e criatividade; apropriar-se de abordagens coletivas do campo de Saúde Ambiental; Mobilizar grupos sociais para a temática; e instrumentalizar-se sobre gestão territorial para o desenvolvimento sustentável.
MÉTODOS:
O trabalho, financiado pela Pró-Reitoria de Extensão Universitária da UFPE, com duração de dez meses, foi realizado em três etapas. A primeira - Construção acadêmica e educativa, por meio de encontros temáticos para construção coletiva, exercitando a transdisciplinaridade e a instrumentalização acadêmica para a atuação como agentes cidadãos de mobilização social. A segunda - Mobilização “in loco”, partindo do reconhecimento de territórios delimitados pelo censo do IBGE, gerou-se uma contextualização de problemas e elaboração de cinco projetos de mobilização, em atividades guiadas por monitores e docentes-tutores. A terceira etapa - Construção participativa de mapas temáticos, a qual consistiu na integração de reflexões acadêmicas e comunitárias, pelo geoprocessamento e análise dos apanhados do campo de trabalho, gerando planos de gestão territorial factíveis e recomendados. A este processo, seguiu-se a divulgação ampla em meio virtual, para compor o referencial de continuidade do Projeto de Extensão, em nova edição, com fins integradores de outros atores sociais e de políticas públicas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Numa primeira etapa, realizada em onze encontros temáticos, o grupo de extensionistas reuniu-se para atualizar-se sobre referências na discussão de temas relacionados à Política de Saúde Ambiental, objetivando o exercício de métodos e recursos didáticos, problematizadores e criativos para utilização junto à comunidade. O delineamento compartilhado do trabalho e a integração entre acadêmicos de diversas áreas de formação foi uma constante, sendo exercitada a socialização de saberes e práticas e uma tranquila organização de grupos em torno de situações-problemas eleitos e confirmados no trabalho de campo. Para o trabalho “in loco”, foram distintos cinco setores do bairro de base censitária do IBGE, para serem assumidos por cada um dos grupos visando à espacialização de problemas, bem como de atores, instituições e soluções locais possíveis. Com base em mapas temáticos de diagnóstico situacional, foram construídos projetos de mobilização e ação educativa, relacionados á qualidade de vida no espaço social estudado, tratando-se como subtemas: destino do lixo, reciclagem, vetores de doenças, hábitos saudáveis no ambiente doméstico e respeito a grupos vulneráveis no seio da comunidade e nos espaços urbanos.
CONCLUSÕES:
Pôde-se verificar a integração de acadêmicos, em diferentes áreas de formação, entre si, e junto a comunitários na socialização de habilidades, opiniões e saberes, numa construção pautada na eco-abordagem em saúde, voltada à qualidade de vida de grupos e ambientes vulneráveis. O uso do método do Geoprocessamento em Saúde, neste processo interdisciplinar vislumbrou possibilidades de transdisciplinaridade, ao passo que permitiu aos participantes “olhar” o objeto de estudo de uma forma consensual e, a partir daí, mobilizar-se para a ação. Além disso, pôde trazer aos participantes uma nova perspectiva de planejamento e que aplicou-se muito bem na abordagem em Saúde Ambiental. Com o resultado das ações mobilizadoras e educativas, no sentido de sensibilizar a comunidade sobre problemas vivenciados e possíveis soluções, ficaram as recomendações de participação voluntária, continuada do projeto de extensão, com a proposta de se abordar o que foi levantado, de forma direcionada à efetiva ação intersetorial, considerando para isso, atores do Estado e sociedade organizada.
Palavras-chave: Saúde ambiental, Gestão territorial, Mobilização comunitária.