65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
O Ensino de Ciência numa Horta Escolar de Senhor do Bonfim-BA - O Lado Avesso da Ciência.
Elielda Ribeiro da Silva - Depto. de Ciências da Natureza - UNIVASF
Luziane Deise de Souza Cruz - Depto. de Ciências da Natureza - UNIVASF
Nelci Barreto da Silva - Depto. de Ciência da Natureza - UNIVASF
Carlos Wagner Costa Araujo - Prof. Me/Orientador - Depto. Ciencias da Natureza - UNIVASF
INTRODUÇÃO:
Uma horta é um valioso instrumento educativo. De modo que, a prática diária no cuidado como: regar, observar o seu desenvolvimento pode possibilitar um meio de conhecimento entre a prática e a teoria. Estas vivências podem transformar pequenos espaços da escola em cantos de aprendizado para todos. Este artigo relata uma tentativa de montar uma horta, a partir de uma experiência na Escola Municipal Nívea Seixas com alunos de 5ª série 6º ano, que fica na Cidade de Senhor do Bonfim-BA. O projeto tem por objetivo provocar os alunos a terem um conhecimento de como se realiza a técnica do plantio, tipo de solo utilizado, onde aprendam temas como nutrientes do solo, luminosidade, temperatura, fotossíntese, desenvolvimento de plantas, conhecimento do processo de germinação. Neste contexto, o objetivo principal é despertar interesse no aluno sobre a conscientização e sensibilização nos limites da comunidade escolar. No entanto, as visitas feitas durante o período de 10 dias foi observado que ainda o método de ensino da rede básica é tradicional e livresco, impossibilitando o aluno sair do universo teórico para a dinâmica da aprendizagem por investigação.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Sensibilizar os alunos através da construção de uma horta verificando qual o melhor espaço da escola para fazer a implantação da mesma. Além de dar oportunidade de aprender a utilizar plantas como alimento. Criando, na escola, uma área verde produtiva pela qual, todos se sintam responsáveis.
MÉTODOS:
A implatação do projeto de construção de hortas na Escola Municipal Nívea Seixas que está localizada no Bairro Bonfim III, na cidade de Senhor do Bonfim-Ba é uma proposta que está sendo desenvolvida por estudantes da Universidade Federal do Vale do São Francisco - (UNIVASF), com alunos de 5ª série 6º ano. Os principais procedimentos feitos com a turma de estudantes do ensino fundamental II teve as seguintes atividades: pesquisa sobre o tema, preparação e escolha do local, coleta de materiais: garrafas pet. Assim, além das atividades citadas os dados obtidos foram delineados nas seguintes etapas: 1) Pesquisa Bibliográfica; 2) O solo e os alimentos; 3) Os alimentos e o seu valor nutricional;4) A importância do solo na reprodução de alimentos; 5) Os cuidados com a preparação do solo; 6) Ter conhecimento de como identificar fungos e bactérias nas plantas; 7) Pesquisar sobre hortaliças; 8)Tempo certo de colheita; 9) Pesquisar como se faz a colheita; 10) Exploração do local; 11) Composição do solo arenoso-argiloso:12) análise o solo (argila, areia, a e matéria orgânica); 13) Instrumentos de trabalho no campo; 14) Apresentação das hortaliças; 15) Orientação com o manejo com a horta; 16) Plantio e Colheita. Assim, de acordo com Anna Maria a questão da atividade investigativa, vai além da manipulação ou observação, os procedimentos e as atitudes se torna, dentro do processo de aprendizagem, tão importante quanto a aprendizagem de conceitos e conteúdos (CARVALHO,2009).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com o desenvolvimento do Projeto, observou-se que durante o processo de implatação da horta, foram encontrados vários entraves os quais perpassaram na qualidade do trabalho de pesquisa, os seguintes são: Falta de infraestrutura básica; Terreno Íngrime; Bomba d’agua quebrada; falta de apoio técnico e financeiro; por esse motivo que o desenvolvimento da horta foi inviabilizado. Ainda mais que, os estudantes não tinham prática no cultivo da terra. Apesar disso, é interessante saber que a professora de ciências baseou suas aulas no conhecimento do solo, e consequentemente os alunos apresentaram interesse com a manipulação da terra, contato com as hortaliças, processo de germinação. Entretanto, o não comparecimento da professora nas aulas práticas interferiu na dinâmica contínua do conhecimento, pois deveriam ser ministradas em horário alternado da teórica. Assim como, a professora não tinha formação na área da ensino de Ciências até mesmo os problemas sociais enfrentados no bairro interferiu no processo. Dessa forma, os benefícios da horta apontados no projeto obteve outra direção, a qual não estava baseada nas expectativas norteadoras com o progresso da horta.
CONCLUSÕES:
A partir da análise sobre a implantação da horta pode-se dizer que a metodologia aplicada a esse projeto com base nas etapas vividas, a saber da definição do que é horta, para que serve e como se faz, trouxeram significados diversos a potencialidade do projeto, por esta razão, a má exploração do espaço e as dificuldades encontradas. Da mesma forma, o maior questionamento que norteou o projeto foi: Se existe aprendizagem na horta escolar? De certo modo, a indagação presente foi baseada na convivência e análise na escola Nívea Seixas com os alunos de 5ª série, nisso é preciso entender que o ensino é gerado de forma dinâmica e interativa, e nesse contexto insere-se no palco das discussões a aprendizagem pelo erro. Claro, sabemos coisas, mas muito do que sabemos está errado, e o que o substituirá poderá também estar errado. Mesmo aquilo que é certo e parece não necessitar correção é limitado em escopo e aplicabilidade (Postman, 1996, p. 69). Em suma, o intuito do professor enquanto mediador é entender que seu papel além de intermediar o conhecimento é também permitir que os estudantes possam explorar, ou seja, acertando ou errando, pois os dois processos fazem parte da aprendizagem.
Palavras-chave: Educação, Ensino de Ciências, Formação.