65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
ANÁLISE QUÍMICA DO TEOR DE FENÓIS TOTAIS E POTENCIAL ANTIOXIDANTE DA PRÓPOLIS VERMELHA PRODUZIDA PELA Apis mellifera
José Aparecido Silva Santos - Depto. de Ciências Exatas e da Terra – UNEAL
Kelly Barbosa da Silva - Depto. de Ciências Exatas e da Terra – UNEAL
Thierry José Oliveira Sena - Depto. de Ciências Exatas e da Terra – UNEAL
Rosely Lúcio da Silva - Depto. de Ciências Exatas e da Terra – UNEAL
Amanda Lima Cunha - Depto. de Ciências Exatas e da Terra – UNEAL
Aldenir Feitosa dos Santos - Profa. Dra./ Orientadora - Depto. de Ciências Exatas e da Terra - UNEAL
INTRODUÇÃO:
Decorrente do potencial carcinogênico de muitos antioxidantes sintéticos, os antioxidantes de origem natural tem se tornado atualmente grandes alvos alternativos para minimizar e retardar os processos de deterioração oxidativa. No momento há o desencadeamento de uma forte tendência mundial do uso de substâncias naturais presentes em frutas, vegetais, sementes, grãos e ervas para a proteção contra os radicais livres causadores de inúmeras doenças no sistema biológico. Pois as substâncias ativas encontradas nestas plantas e alimentos são excelentes antioxidantes. As plantas representam uma grande fonte de recursos naturais antioxidantes que podem servir como pistas para o desenvolvimento de novos medicamentos. A própolis vermelha, uma resina coletada pelas abelhas Apis mellifera de diversas partes da planta Dalbergia ecastophyllum tem adquirido grande importância como fonte de produtos naturais bioativos. A própolis brasileira é classificada em 13 grupos de acordo com sua composição e propriedade biológica, sendo o 13º tipo a própolis vermelha, que vem demonstrando alta atividade biológica, além de ter despertado um grande interesse no mercado internacional, uma vez que, a própolis é atribuída de ação antiinflamatória, anestésica, antitumoral.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A pesquisa teve o objetivo de realizar a análise química do extrato etanólico da própolis vermelha, por meio da avaliação da sua atividade antioxidante através da captura do radical livre DPPH e monitoramento da quantidade de peróxido de hidrogênio e análise do teor de compostos fenóis totais.
MÉTODOS:
A própolis teve seu extrato bruto adquirido por meio de maceração etanólica por 24 horas com secagem num rotaevaporador. Para a determinação do teor de fenólicos totais do extrato, foi utilizando o reagente Folin-Ciocalteau com leitura no espectrofotométrico UV-VIS a 750nm, segundo metodologia já descrita com algumas modificações, na qual a curva de calibração foi construída com padrões de ácido gálico (10 a 350 g/mL) e expressa como mg de EAG (equivalentes de acido gálico) por g de extrato. A análise antioxidante foi realizada através do método FTC (Tiocianato Férrico) com a inibição da peroxidação lipídica conforme metodologia já descrita na literatura e nas concentrações de 100, 75, 50, e 25μg/mL em triplicata e leitura da absorbância a 500nm (espectrofotômetro UV-VIS). A atividade antioxidante também foi avaliada pelo método de captura do radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazila), no qual as amostras foram diluídas nas concentrações de 500, 250, 125, 50, 10 e 5μg/mL em triplicata, onde em 3 mL de cada amostra foi adicionada 0,1 mL de solução etanólica do DPPH 0,3µM e incubados por 30 minutos à temperatura ambiente ao abrigo da luz. A leitura da absorbância foi feita a 518nm no espectrofotômetro UV-VIS.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Na avaliação da antioxidante todas as concentrações testadas da amostra vegetal apresentaram atividade pelo método do DPPH, principalmente na concentração de 250 μg/mL que promoveu o percentual de atividade antioxidante - AAO% de 92,4%, resultado este superior ao apresentado pelo extrato etanólico das cascas do caule da Sterculia striata popularmente no Brasil como amendoim-da-mata que na concentração (250 μg/mL) seu percentual de atividade antioxidante foi de 21,19 ± 0,78%, resultado este descrito na literatura. A própolis vermelha alagoana apresentou CE50 de 3,97μg/mL pelo método de DPPH. Como já descrito na literatura com respeito à atividade antioxidante, empregando-se o DPPH, amostras de própolis se comportaram de maneira distinta, isto é, algumas apresentaram boa atividade antioxidante, quando comparada com a da própolis bruta. No FTC a ação antioxidante da amostra diante da capacidade do extrato etanólico da própolis vermelha de Alagoas sequestrar o peróxido de hidrogênio foi de 86% e 108,3% de atividade nas concentrações de 5, 50, 75 e 100 µg/mL. O teor de fenóis determinado mediante curva de calibração do ácido gálico na presente pesquisa foi de 0,0005 mg equivalentes de Ácido Gálico por grama do extrato etanólico da Própolis Vermelha.
CONCLUSÕES:
A presente pesquisa concluiu com base em seus resultados que o extrato etanólico da espécie própolis vermelha do estado de Alagoas demonstrou ser uma fonte considerada de potencial antioxidante, mediante os testes de DPPH e FTC nas concentrações utilizadas o que pode ser explicado pela presença de compostos fenólicos que corroboram com essa capacidade bioativa e com sua importância como uma fonte essencial de produtos naturais.
Palavras-chave: Radicais livres, Substâncias ativas, Compostos fenólicos.