65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
O PEDAGOGO NO ESPAÇO NÃO ESCOLAR: OBSERVAÇÕES E PRÁTICAS NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Mariluze Riani Diniz dos Santos - Depto. de Educação - DE
Lucélia Torquato A. da Silva Costa - Depto. de Educação - DE
Lucivânia Torquato da Silva Costa - Depto. de Educação - DE
Marta Trindade de Oliveira - Depto. de Educação - DE
Francisco Evânio Dantas - Prof./Orientador - Depto.de Educação - UERN
Francisca Glaudionora da Silveira - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Educação - UERN
INTRODUÇÃO:
Durante muito tempo, o pedagogo era um profissional com atuação voltada, exclusivamente, para a escola. Hoje, com as novas exigências da sociedade contemporânea, este perfil vem sendo ressignificado e redimensionando para outros espaços. Neste cenário, a tarefa do pedagogo também se modifica e sua profissão se torna estratégica, pois, para o pedagogo, abre-se um raio de atuação cada vez maior (Ramal, 2002) ao contrário de outras áreas que perdem seu espaço no mercado de trabalho ou são limitadas pela especialização. Desta forma a proposta curricular dos Cursos de Pedagogia modificam-se a fim de abranger essas diversas áreas conquistadas pelo pedagogo, abrindo caminhos para que tal profissional leve o conhecimento pedagógico aos espaços escolares e não escolares. Este trabalho, portanto, busca contemplar tais discussões tendo como base as vivências e atividades realizadas na Gerência Executiva da Educação – GEED, localizada no Município de Mossoró/RN, que se constitui em espaço não escolar. A construção e socialização deste possibilita a ampliação sobre os saberes que constituem a formação e atuação do pedagogo, além de, identificar as novas funções e espaços conquistados pelo pedagogo que contemplam exigências e necessidades pedagógicas fora do contexto escolar.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Consiste em socializar as atividades feitas durante o Estágio Supervisionado III, conciliando-as com leituras e discussões realizadas na graduação; conhecer os diversos espaços e funções existentes para atuação no âmbito educacional; compreender o papel do pedagogo no espaço não escolar, ou seja, os saberes e fazeres inerentes ao trabalho pedagógico em diferentes campos de atuação.
MÉTODOS:
A pesquisa teve como instrumento a observação, atividades práticas e acompanhamento à quatro pedagogas distribuídas nos setores de Educação Infantil e Anos Iniciais da GEED. Tais aspectos permitiu reflexão sobre a contribuição do estágio no processo de formação do pedagogo numa perspectiva não escolar, nas quais foram compreendidas a luz das leituras e autores discutidos na disciplina de Estágio Supervisionado III, que são: Libâneo (2010), que fala sobre as transformações tecnológicas que exigem uma nova postura sobre a identidade/perfil e a atividade pedagógica desenvolvida pelo profissional docente; Cadinha (2007), que aborda sobre a atuação do pedagogo em espaços não escolares, como sendo um profissional que media os recursos humanos; e Gohn (2010) que faz explanação sobre o caminho que a educação não formal tem percorrido na literatura.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Para Libâneo (2010) “O curso de pedagogia forma o profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para atender demandas sócio-educativas de tipo formal e não-formal e informal” (p. 38), pois este profissional traz consigo uma formação pedagógica, saberes voltados à gestão dos processos educativos e conhecimentos que oferecem melhorias para desenvolver um trabalho coletivo, fazendo com que o conhecimento transpasse o ambiente escolar, atuando em qualquer espaço que implique o trabalho pedagógico. Gohn (2010) também destaca que “As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia e Licenciatura, de 2006, assinala a importância e a necessidade de formar educadores para atuarem também nos espaços não escolares” (p. 11). Neste contexto a formação inicial torna-se insuficiente, pois é necessário buscar sempre a ressignificação da prática revendo o que se fez, o que se faz e o que se pode fazer durante a atuação profissional. Os espaços não escolares também exigem este processo de reflexão da prática, pois o mundo globalizado, competitivo e tecnológico exige cada vez mais qualificação profissional, inclusive a área da pedagogia que está inserida nas ciências humanas, onde o processo educativo acontece de forma muito dinâmica, relativa e diversificada.
CONCLUSÕES:
A inserção no espaço não escolar permitiu conhecer um novo espaço de atuação e as diferentes funções existentes no âmbito educacional para o pedagogo. As pedagogas da GEED atuam assim como indica Cadinha (2007) ao afirmar que os pedagogos são especialistas “[...] que se dedicam às atividades de pesquisa, documentação, formação profissional, orientação pedagógica, animação sócio-cultural, formação continuada em empresas, escolas e em outras instituições”. Todo o trabalho das pedagogas observadas tem o intuito de manter os profissionais da rede municipal de ensino mais preparados e mais qualificados, pois de acordo com Cadinha (op. cit.) vivemos em mundo onde o conhecimento está constantemente mudando fugazmente. Observar as profissionais que atuam na GEED permitiu refletir sobre a prática pedagógica, a necessidade de formação continuada e os contextos educacionais escolares e não escolares. Obtivemos, portanto, aprendizados e experiências que irão nos servir ao longo de nossa carreira profissional, e que assim como as pedagogas observadas, precisamos ser profissionais comprometidos com o processo educacional e os desafios inerentes a este processo.
Palavras-chave: Espaço não formal, Formação inicial, Atuação pedagógica.