65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia
Fauna de Abelhas (Hymenoptera, Apidae) em área de Cerrado no sul do Maranhão: Abundância e Distribuição Espacial de Ninhos de Meliponinae no Parque Estadual do Mirador, MA, Brasil.
Fernanda Brito da Silva - Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde-UFMA
Patrícia Maia C. de Albuquerque - Prof.ª Dr.ª/Orientadora-Depto.de Biologia-UFMA
INTRODUÇÃO:
As abelhas da tribo Meliponini ou abelhas sem ferrão possuem uma vasta distribuição geográfica e apresentam uma rica diversidade, atualmente as abelhas vêm sofrendo com o processo de urbanização, o que acarreta na diminuição de recursos florísticos e diminuição nos locais para nidificação. A melhor maneira de se averiguar as condições das populações de abelhas sem ferrão é estudando a ecologia de nidificação, que possibilitaria a obtenção de diversas informações, como: espécies raras, abundantes, riqueza e variedade das espécies e substratos utilizados, podendo-se assim entender de que forma os locais utilizados pelas abelhas para nidificação podem afetar as populações de abelhas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho objetivou fazer o levantamento dos ninhos, conhecer a riqueza, diversidade e a abundância das abelhas sem ferrão que nidificam no cerrado além de determinar os substratos e as espécies arbóreas consideradas boas para a nidificação.
MÉTODOS:
O estudo foi realizado no Parque Estadual do Mirador (PEM).Foram feitas observações de campo a cada 30 dias,em um período de um ano,Foram feitas observações minuciosas em cinco áreas de 1ha,os ninhos foram numerados e localizados pelo Sistema de Posicionamento Global (GPS),foram tiradas a altura da entrada do ninho em relação ao solo,diâmetro do tronco das árvores na altura do peito(DAP) e diâmetro dos galhos com ninhos fundados foram anotadas, assim como o nome popular das espécies florais, hospedeiras dos ninhos. Estão sendo coletadas amostras de indivíduos de cada ninho e das espécies vegetais nas quais eles são encontrados para posterior identificação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram encontrados 7 ninhos de abelhas eussociais. Sendo que Melipona rufiventris, Tetragona sp.1,Trigona truculenta e Oxytrigona sp, nidificaram em troncos de árvore e Tetragona sp.2 e Trigona fulviventris nidificaram no solo. Das espécies que nidificaram em árvores, a espécie Melipona rufiventris nidificou no substrato da espécie puçá (Mouriri guianensis) apresentando um DAP de 159 cm e uma altura em relação à superfície da área de 1,50 m. Oxytrigona sp. não teve ainda a espécie do substrato usado para nidificação identificado que apresentou um DAP de 72 cm e uma altura em relação ao solo de 1,89 m e Trigona truculenta nidificou em árvore do pequi (Caryocar brasiliense, Caryocaraceae) que apresentou um DAP de 225 cm e altura em relação ao solo de 3 m; Tetragona sp.1 não teve ainda a espécie do substrato usado para nidificação identificado que apresentou um DAP de 115 cm,com a entrada do ninho formada por um tubo de cerume com uma altura em relação a superfície de a 0,54 m. Das espécies que nidificaram no solo Trigona fulviventris apresentou na entrada do ninho uma substância resinosa o própolis e Tetragona sp.2 apresentou uma entrada feita de terra e com o formato de um vulcão.
CONCLUSÕES:
Foram encontrados apenas sete ninhos de abelhas sem ferrão no Parque estadual do Mirador, pertencentes a seis espécies de Meliponini: Melipona (Michmelia) rufiventris Lepeletier, 1836, Oxytrigona sp, Tetragona sp. 1, Tetragona sp. 2, Trigona truculenta Almeida, 1984 e Trigona fulviventris Guérin, 1844. É evidente que encontrar ninhos de abelhas sem ferrão é muito mais difícil do que simplesmente coletar os espécimes em visita às flores ou com o uso de armadilhas.Apesar da baixa quantidade de ninhos encontrados (apenas 7 ninhos), o Parque Estadual do Mirador (PEM) ,possui uma grande diversidade de abelhas sem ferrão, principalmente quando comparamos nossos resultados a trabalhos feitos em áreas muito maiores, como a Floresta Amazônica, por exemplo.
Palavras-chave: Meliponini, Ninho, Ecologia.