65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada
DETERMINAÇÃO DA INCIDÊNCIA BACTERIANA EM ÚBERES DE Bos taurus ANTES E APÓS ASSEPSIA COM HIPOCLORITO DE SÓDIO
Marina Sodré Braga - Graduanda de Biomedicina – FAMINAS – Muriaé/ MG
Silas Osório de Rezende - Graduando de Biomedicina – FAMINAS – Muriaé/ MG
Aline Araújo Lopes - Graduanda de Biomedicina – FAMINAS – Muriaé/ MG
Bruna Mara Carvalho - Graduanda de Biomedicina – FAMINAS – Muriaé/ MG
Fernanda Mara Fernandes - Prof. Ms/ Orientadora - FAMINAS- Muriaé/ MG
INTRODUÇÃO:
A mastite bovina trata-se de uma contaminação por microrganismos patogênicos que atacam o parênquima das glândulas mamárias de ruminantes, tornando-se grande causa de prejuízo na produção leiteira. Classifica-se como clínica se houver manifestações de sinais como edema, elevação da temperatura, endurecimento do local, dor, grumos e pus evidente no leite e, também, pode identificar-se como subclínica, quando os sintomas não forem evidentes, porém, as alterações serão apontadas somente em análise do leite. Os microrganismos que podem desencadear a infecção em questão podem ser patógenos contagiosos, que estão presente nos animais com ou sem mastite e, os patógenos ambientais, que permanecem na água, ar, fezes, solo. Todavia, os patógenos contagiosos mais importantes são os Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae, Streptococcus dysgalactiae, dentre outros. Em algumas propriedades, cujo índice de mastite é elevado em animais lactantes, alguns meios simples de higienização e desinfecção podem ser suficientes para que se reduza de 96% a 47% a prevalência. O uso de hipoclorito de sódio a 4% vem sendo adotado como um método mundialmente útil para o combate da doença, além de ter características desinfetantes e por ser de baixo custo.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste estudo baseia-se na comparação e identificação das colônias bacterianas cultiváveis presentes nos úberes de ruminantes da espécie Bos taurus, crescidas em meios de cultura antes e após assepsia com Hipoclorito de Sódio a 4%.
MÉTODOS:
Foi elaborado um Termo de Livre Esclarecimento para que o proprietário dos animais pudesse assinar, confirmando seu conhecimento sobre a pesquisa, permitindo o contato com os seus animais e informando sobre suas eventuais dúvidas sobre a pesquisa. Sendo assim, foram escolhidos aleatoriamente 3 animais e foram coletadas amostras destes úberes, friccionando swabs umedecidos em salina estéril nos tetos. As amostras foram transportadas adequadamente até o Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Minas - FAMINAS, dentro de frascos com tampa, e foram semeadas em placas de Petri contendo meios de crescimento estéreis ágar sangue, manitol e macconkey. A posteriori, incubou-se em estufa bacteriológica a 37ºC por 48h. Para determinação do microrganismo presente nas colônias viáveis, efetuaram-se testes como de análise morfológica, coloração de Gram, teste da coagulase com plasma de coelho liofilizado ressuspenso com soro fisiológico e, teste da catalase.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No meio de cultura macconkey, não se reconheceu crescimento bacteriano antes e nem após assepsias de nenhum dos animais, apontando a possibilidade da não ocorrência de espécies bacterianas Gram negativas nos animais em análise. Já no meio ágar sangue, observou-se crescimento de colônias nas amostras de todos os animais, antes e após assepsia; todas as colônias deste meio apresentaram-se positivas para os testes de Gram, catalase e coagulase. No ágar manitol, foi visualizado crescimento antes da assepsia de todos os ruminantes e, as colônias viáveis, se mostraram positivas frente ao Gram, catalase e coagulase. Porém, somente o úbere do animal 3, apresentou-se sem nenhum crescimento bacteriano no ágar manitol após a assepsia. Uma vez que as colônias viáveis foram analisadas pelos testes descritos e mediante a positividade dos mesmos, dados preliminares apontam a presença de Staphylococcus aureus como patógeno dos úberes dos animais em questão. A desinfecção de úberes de ruminantes com hipoclorito a 4% não se mostrou totalmente eficaz. Isso se deve ao curto tempo de contato com o teto e a alta instabilidade do produto na matéria orgânica, bem como a sua concentração. Então, os microrganismos que sobreviveram a esse processo desinfetante, podem ser julgados resistentes.
CONCLUSÕES:
Contudo, os testes bioquímicos realizados, bem como o teste de Gram, evidenciaram ser Staphylococcus aureus o patógeno colonizador dos úberes dos animais estudados. Isso indica que, provavelmente, quando os sistemas imunológicos desses animais permitirem, poderão ocorrer episódios de inflamação das glândulas, o que caracteriza a mastite. Nesse âmbito, mais estudos serão aplicados a fim de detectar outros microrganismos, a contaminação microbiológica do leite desses animais e outras formas de desinfecção, já que o hipoclorito a 4% não apresentou um efeito desejável.
Palavras-chave: Mastite, Contaminação, Animais de grande porte.