65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 2. Geofísica
CONSTRUÇÃO DE CORPO DE PROVA DE AREIA E ARGILA PARA REALIZAÇÃO DE ENSAIOS GEOFÍSICOS
Raquel Gomes de Lemos - Faculdade UnB Planaltina, Universidade de Brasília
Cindy Lauper de Lara - Faculdade UnB Planaltina, Universidade de Brasília
Carlos Tadeu Carvalho do Nascimento - Prof.Dr./Orientador- Faculdade UnB Planaltina, Universidade de Brasília
INTRODUÇÃO:
O método da eletrorresistividade baseia-se em medições da variação da resistividade, propriedade física relacionada com o grau de dificuldade da passagem de corrente através dos solos e rochas. Dentro desse método a técnica para determinação da variação vertical da resistividade é a sondagem elétrica vertical (SEV). Nessa técnica empregam-se dois eletrodos (A-B) por meio dos quais se aplica uma tensão no solo, que gera uma corrente a qual modifica o potencial elétrico natural. Outros dois eletrodos (M-N), permitem medir a tensão que se estabelece no solo durante a circulação da corrente. Conhecendo-se a tensão, o valor da corrente e a geometria da disposição dos eletrodos pode-se calcular a resistividade elétrica aparente. O pressuposto básico da SEV é que aumentando-se a distância entre os eletrodos são alcançadas maiores profundidades. Nesse trabalho foi confeccionado um corpo de prova de areia e argila para realização de SEV em escala reduzida. O corpo de prova foi construído em uma caixa de vidro onde foram colocadas 4 camadas sendo essas areia saturada com água, areia seca, argila amarela (rica em goethita) e argila vermelha (rica em hematita).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Construir um corpo de prova de areia e argila formado por camadas de espessuras e composições diferentes para servir de substrato para realização da sondagem elétrica vertical em ambiente de laboratório com fins didáticos.
MÉTODOS:
Nesse trabalho foi construída uma caixa de vidro medindo 60cm de largura por 60cm de altura e 10cm de profundidade. Dentro dela foram colocadas quatro camadas sobrepostas de 15 cm de espessura cada. Na base foi colocada areia com diâmetro aproximado de 1mm, saturada com água; em seguida foi colocada a mesma areia seca; posteriormente foi colocada argila amarela e por último argila vermelha. Essa sequência de materiais foi escolhida em função de sua similaridade com condições habitualmente encontradas na região do Distrito Federal, onde costumam ocorrer aquíferos freáticos sobrepostos por solos argilosos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Na SEV realizada sobre o corpo de prova observaram-se inicialmente baixos valores de resistividade, os quais devem estar relacionados aos materiais argilosos. Em seguida observou-se uma elevação da resistividade provavelmente associada ao material arenoso seco. Aparentemente as dimensões do corpo de prova não foram suficientes para que a SEV atingisse a areia saturada. O modelo obtido mediante a inversão foi constituído por duas camadas: camada superficial com espessura de 15cm e resistividade da ordem de 10000 Ohm.m e camada inferior com resistividade da ordem de 100000 Ohm.m, lembrando que com a técnica empregada não é possível determinar a espessura da última camada em uma sequência independentemente da escala adotada.
CONCLUSÕES:
Nesse trabalho foi realizada a simulação de uma sondagem elétrica vertical em ambiente de laboratório. Esse procedimento encontra aplicação no ensino desse método geofísico. A SEV é uma técnica largamente empregada em trabalhos voltados para a prospecção e determinação da profundidade da água subterrânea. A geofísica nesses trabalhos pode ser utilizada para determinar a viabilidade da construção de um poço para água por meio da indicação dos materiais a serem atravessados e da profundidade do aquífero. O corpo de prova de areia e argila construído demonstrou grande aplicabilidade como ferramenta para ensino e demonstração da técnica da sondagem elétrica vertical. No caso especifico descrito nesse trabalho observou-se que seria importante a modificação das suas dimensões, aumentando-se a sua largura ou reduzindo-se sua profundidade para que a camada mais inferior pudesse ser detectada pela SEV.
Palavras-chave: SEV, eletrorresistividade, aquífero.