65ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)

O CONTEXTO FAMILIAR INFLUENCIA NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM MATEMÁTICA?

Paula Giselle da Costa Rocha - Graduanda Licenciatura Integrada em Educação em Ciências, Matemática e Linguagem Carolina do Socorro Mota Magalhães - Graduanda Licenciatura Integrada em Educação em Ciências, Matemática e Linguagem Maida Ondena Pamplona Magalhães - Graduanda Licenciatura Integrada em Educação em Ciências, Matemática e Linguag Ritiane Sena Caetano - Graduanda Licenciatura Integrada em Educação em Ciências, Matemática e Linguagen Francisco Hermes Santos da Silva - Docentes do Instituto de Educação Matemática e Científica -IEMCI- UFPA. Maria de Fátima Vilhena da silva - Docentes do Instituto de Educação Matemática e Científica -iEMCI- UFPA

INTRODUÇÃO:

O presente trabalho fez parte da iniciação à docência cujo tema denomina-se “pesquisa orientada no ambiente escolar”. Destina-se a avaliação e observação das dificuldades de aprendizagem de alunos dos anos iniciais, em matemática. Buscamos investigar causas das dificuldades na tentativa de resolução do problema no âmbito de ensino-aprendizagem. Diante da proposta de observar o aluno com dificuldades de aprendizagem em matemática propomo-nos estudar e discutir sobre o assunto. Assim sendo, fizemos um estudo de caso em que contato com episódios de docência com pesquisa em uma escola pública nos proporcionou experimentar uma desconstrução de conceitos antes formulados. A motivação para esta investigação foi devido as pesquisas nesta área educacional mostrarem que muitas dificuldades de aprendizagem dos alunos na educação básica podem ser ocasionadas por diversos motivos e situações que ocorrem no meio em que o aluno está inserido. Sendo assim, buscamos entender a afirmativa: “A origem do problema de aprendizagem não se encontra na estrutura individual. O sintoma se ancora em uma rede particular de vínculos familiares, que se entrecruzam com uma também particular estrutura individual ’’(FERNANDEZ, p.30,1990).

OBJETIVO DO TRABALHO:

O trabalho destina-se a compreender e avaliar as causas das dificuldades de aprendizagem de um aluno dos anos iniciais, em matemática, buscando responder à questão o que pode interferir negativamente na aprendizagem do aluno.

MÉTODOS:

A pesquisa foi orientada para que uma equipe de graduandos registrasse as aulas observadas de uma professora do 4° ano e avaliasse apenas um aluno, indicado pela professora, que apresentasse muitas dificuldades de aprendizagem em matemática. A equipe registrou o comportamento, reações, e a interação do aluno com outros alunos, e aluno-professora de matemática da turma em um período de 10horas/aula. As entrevistas com o aluno e a professora aconteceram separadamente e fora da sala de aula e seguiram sem pré-definição ou roteiro, livres conforme o interesse da criança, e conforme a observação da prática da docente. Os registros audiovisuais (imagens, e vídeos) ocorreram em sala de aula para melhor acompanhamento e avaliação dos dados da pesquisa. Para análise dos dados, utilizamos a técnica da pesquisa narrativa e teóricos sobre o assunto “dificuldades de aprendizagem matemática”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Nas aulas de matemática observadas notamos que havia mais alunos com dificuldades em matemática do que aquele que era nosso objeto de investigação. A professora regente elencou que o nosso reproduzia equívocos na composição do algoritmo das operações básicas; apresentava pouca interação nos trabalhos em grupo, indisposição e timidez na participação das aulas. Após nosso acompanhamento investigativo nas aulas e entrevistas percebemos que o referido aluno sentia-se excluído das atividades em grupo pelos colegas devido sua timidez visível comparado aos demais que se mostravam muito agitados. O aluno resolvia problemas operações adição e subtração e com pequeno embaraço na multiplicação e divisão o que eram comuns aos demais alunos daquela turma. Nas entrevistas foram relatadas constantes intrigas no lar do menino o que contribuíam, a nosso ver, para que chegasse tarde e indisposto e demora na concentração da aula. Sabemos que “A origem do problema de aprendizagem não se encontra na estrutura individual. O sintoma se ancora em uma rede particular de vínculos familiares, que se entrecruzam com uma também particular estrutura individual’’(FERNANDEZ,1990:30). São circunstâncias se interligando, gerando atritos que leva à desmotivação para aprender e se relacionar com os outros.

CONCLUSÕES:

Concluímos que o aluno investigado apresentava maior problema em sua relação familiar o que vem interferindo no seu desenvolvimento escolar. Essa poderá ser a causa do baixo rendimento em seu processo de aprendizagem, devido a sua falta de atenção nas aulas. Aprofundando sobre os aspectos relevantes da vida do aluno e as dificuldades que apresentava na sala de aula, segundo as observações e acompanhamento, as informações da professora e aquelas obtidas nas entrevistas com o aluno e a professora, detectamos possíveis relações entre a ausência ou pouca motivação intra-sala de aula, e relações familiares e aprendizagem matemática. Concluímos, pois que não há relação direta com as dificuldades de aprendizagem matemática sugeridas inicialmente no nosso trabalho, mas sim com o processo motivacional intrínseco e extrínseco. A nosso ver, há um estigma que não permite motivar o aluno para estabelecer relações interpessoais e motivá-lo a aprender mais já que consideram que ele tem pouco a contribuir com os outros. Entendemos, pois que, existe um entrelaçamento de relações (família-escola), dentro e fora da escola, que são determinantes para as dificuldades de aprendizagem e de convívio escolar.

Palavras-chave: Cálculo, interação, Equívocos.