65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Endopleura uchi (HUBER) CUATREC APÓS TRATAMENTOS in vitro PARA SUPERAÇÃO DA IMPERMEABILIDADE DO TEGUMENTO
Katiane Pereira de Souza - ISB/UFAM
Daniel da Silva - ISB/UFAM
Milena Gaion Malosso - Profª. Dra./Orientadora - ISB/UFAM
INTRODUÇÃO:
A Endopleura uchi(HUBER) CUATREC (Humiriaceae) popularmente conhecida como Uxi-amarelo, originária da Amazônia brasileira, é encontrada em estado silvestre em mata de terra firme, dispersa por toda a Bacia Amazônica. (SCHULTES, 1979). As sementes desta espécie apresentam um longo período de dormência, de cerca de 10 a 12 anos, mesmo em condições ambientais favoráveis. As mudas crescem lentamente e as árvores, geralmente, não frutificam até completarem 15 anos. (LORENZI, 2000). As técnicas biotecnológicas de cultura de tecidos vegetais podem auxiliar no processo de pronta germinação, bem como na produção em larga escala de mudas de interesse econômico (SERAFINI, 2001), através da adição da Giberelina (GA3) ao meio de cultura (PASCAL, 2001), uma classe de reguladores de crescimento vegetal atuante na superação da dormência em sementes, embriões somáticos e gemas (FERRI, 1985). Publicações referentes ao glicosídeo Bergenina isolado do fruto e casca do Uxi-amarelo, demonstram importância nutricional como alimento funcional (MAGALHÃES et al., 2007), medicinal com atividade antimicrobiana (SILVA et al, 2009), e industrial devido o ácido oléico, podendo ser aplicado em formulações de cremes hidratantes, sabonetes e xampus anti-caspa (JUNIOR et al., 2005).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Geral: Acelerar o processo de germinação de Endopleura uchi (HUBER) CUATREC em ambiente in vitro. Específicos: Averiguar a melhor concentração de Giberelina (GA3) para a aceleração da germinação das sementes desta espécie in vitro, induzindo a quebra de dormência; Propor, com metodologias de Cultura de Tecidos Vegetais, uma alternativa de sistema de agroflorestal na região.
MÉTODOS:
O estudo foi realizado no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais do ISB/UFAM, Coari/AM, total de 240 sementes de Uxi-amarelo obtidas na Feira Municipal de Coari. Foi utilizado o meio de cultura MS/4, 30,0 g/L de sacarose e 10,0 g/L de agar-agar, com pH aferido a 6.0. As sementes foram despolpadas, escarificadas com lixa de carbureto de sílica nº 36 e colocadas em béquer para lavagem, com 500 mL de água e 10 gotas de detergente neutro. Foram realizados tratamentos de pré-embebição, por 6 horas, com e sem 500 mg/L de GA3, para cada experimento contendo 30 sementes, e estabelecido o experimento Testemunha (sem GA3). Para descontaminação foi utilizado solução de Hipoclorito de Cálcio a 2%, por 24 horas, em Erlenmayer sob agitação constante a 100 rpm. Logo após, enxaguadas em solução Ácida de pH 3, imersas em solução de Derosal a 2%, por 24 horas sob agitação, e quatro banhos com água destilada autoclavada. As sementes foram inoculadas em frascos com 150,0 mL de meio de cultura MS (MURASHIGE & SKOOGE, 1962), sob ambiente asséptico dentro da câmara de fluxo laminar e mantidos em sala de crescimento à 28ºC, sob luminosidade de 30 E m2.s-1, cultivados sob fotoperíodo de 16 horas/claro, com avaliação aos sete dias da instalação dos experimentos pelo período de dez meses.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os experimentos in vitro, apresentaram índices de 100% de contaminação fúngica e bacteriana, mesmo quando foram repetidos três vezes. Estes resultados demonstraram que a metodologia de assepsia foi ineficiente para a realização dos tratamentos de GA3 nesta espécie. Observou-se que, mesmo com o longo período de exposição das sementes ao Hipoclorito de Cálcio e Derosal, estes agentes antimicrobianos foram ineficazes. Assim, torna-se necessário o ajuste do protocolo de assepsia para execução dos experimentos com adequação das concentrações dos bactericidas e fungicidas utilizados, a fim de diminuir o índice de contaminação nos tratamentos. No entanto, mesmo na presença de agentes contaminantes, conduzimos os experimentos por 10 meses e, nenhuma semente germinou neste período.
CONCLUSÕES:
Com estes experimentos conclui-se que a GA3 não é eficaz na quebra de dormência in vitro de sementes de Uxi-amarelo, o que indica fortemente a necessidade da iniciação de protocolos de micropropagação para esta espécie a partir de segmentos nodais.
Palavras-chave: Uxi-amarelo, Quebra de dormência, GA3.