65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 3. Fisiologia de Orgãos e Sistemas
A IMPORTÂNCIA DA CONFECÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS NO ENSINO/APRENDIZAGEM DO SISTEMA URINÁRIO NO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Elisângela dos Santos Lima - Graduanda de Ciências da Natureza - UNIVASF (Senhor do Bonfim/BA)
Leonésia Leandro Pereira - Graduanda de Ciências da Natureza - UNIVASF (Senhor do Bonfim-BA)
Carlos Wagner Costa Araújo - Prof. Me./orientador-Col. de Ciências da Natureza- UNIVASF, Senhor do Bonfim-BA
INTRODUÇÃO:
Para o estudante uma disciplina pode ser bem atraente ou a mais insignificante, e esse ponto de vista dependem tão somente do que for ensinado e de como é ensinado (KRASILCHIK, 2004). O ser humano utiliza-se de modelos mentais para explicar o mundo e a modelização é um recurso mediador entre o conhecimento teórico e o empírico (JUSTINA; FERLA, 2006). “[...] os alunos, ao chegarem às salas de aula, têm modelos conceituais espontâneos sobre os mais diversos conteúdos específicos, e esses modelos interferem no entendimento dos conceitos que o professor pretende ensinar” (CARVALHO et al. 2009, p. 10). Para Krasilchik (2004) os modelos didáticos são um dos recursos mais utilizados em aulas de biologia, para mostrar objetos em três dimensões. Guimarães et al. (2002, p. 307) diz que “modelos didáticos são construções teóricas que nos possibilitam uma aproximação mais sistemática do objeto de estudo, e dessa forma, da sua compreensão”.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Facilitar a aprendizagem, instigar os alunos a valorizar o trabalho em grupo na construção coletiva do conhecimento, unir teoria e prática nas aulas de Ciências e demonstrar que a prática não está dissociada da teoria, ou vice-versa, e que o ensino de Ciências pode e deve ser uma atividade criativa, prazerosa e acessível a todos.
MÉTODOS:
Neste trabalho consta um relato de experiência realizado com alunos do 8ºe 9º anos da Escola Municipal de Umburana, na cidade de Senhor do Bonfim/BA, onde puderam vivenciar a prática da modelagem do sistema urinário humano a partir da utilização da técnica do papel machê, materiais recicláveis e de baixo custo, facilitando dessa forma sua aprendizagem.
Teve início com sondagem através de desenho do corpo humano, sobre o conteúdo a ser aplicado, logo após aula expositiva sobre a anatomia do sistema urinário. Em seguida foi preparada pelos alunos a matéria-prima (papel machê) para a confecção do modelo didático anatômico, e de posse dos materiais foi iniciada a modelagem em grupos de 5 alunos. Que ficavam responsáveis por alguns órgãos tanto na confecção quanto no estudo da anatomia e fisiologia do mesmo. Houve a pintura e montagem em isopor e após a confecção do modelo foi entregue aos alunos novamente o desenho do corpo humano, para que eles completassem novamente o sistema explicado e verificasse seus erros esta técnica serviu como forma de avaliação.
Os materiais: bacia e balde pequeno, placa de isopor, cola branca, liquidificador, piloto permanente, pano para espremer o jornal, água, folhas de jornal, cola quente, desinfetante, pincéis, tintas guache, garrafas plástica e equipo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O modelo didático foi confeccionado pelos próprios alunos assim como orienta Krasilchick (2004). Os órgãos que compõe o sistema urinário foram produzidos e estudados anatômica e fisiologicamente em grupos. “[...] não se ignora a importância da interação professor-aluno. Entretanto, a interação entre alunos não pode, nem deve ser desprezada”. (CARVALHO et al.,2009, p. 29)
Através da observação do comportamento e interesse dos alunos durante a confecção do modelo didático, percebeu-se que o desempenho obtido aumentou se comparado a atividades anteriores. Os alunos apresentaram menor dificuldade para lembrar nomes e dizer a localização e função de cada órgão estudado. Como Matos et. al (2009) diz, a diversidade do material pedagógico facilita o aprendizado, tornando as aulas práticas mais dinâmicas e produtivas.
Nota-se a conexão entre professor e aluno durante toda a execução da atividade, e os mesmos tornaram-se cúmplices no processo de construção do conhecimento, onde um apoiou o outro, sem tentativa de interferência nos resultados. Pois, “[...] é o professor que promove oportunidades para reflexão, indo além das atividades puramente práticas; estabelece método de trabalho colaborativo e um ambiente na sala de aula que todas as ideias são respeitadas” (CARVALHO et al. 2009, p. 33).
CONCLUSÕES:
Com a construção do modelo didático estrutural foi possível alcançar todos os objetivos referido no trabalho, evidenciado pela possibilidade de aproximar o conhecimento científico da vivência dos alunos. A utilização de materiais de baixo custo chamou atenção da comunidade escolar, e motivou ainda mais os participantes. Com a atividade os estudantes demonstraram menor dificuldade de lembrar o nome, localização e função dos órgãos, isto demostra que a aprendizagem foi significativa. O professor tornou-se um mediador do processo de ensino ao criar situações problemas, em que os alunos foram convidados a pensar e discutir sobre os conceitos pré-formados, comparando com os de seus colegas, e com isso a organizar e construir o próprio conhecimento.
Palavras-chave: Ensino/Aprendizagem, Modelo estrutural biológico, Materiais de baixo custo.