65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
INDICADORES DA QUALIDADE DO SOLO EM DIFERENTES AGROECOSSISTEMAS NO SEMIÁRIDO PARAIBANO
Ednaldo Barbosa Pereira Junior - Prof. DSc., Depto. de Agricultura – IFPB Campus Sousa
Oscar Mariano Hafle - Prof. DSc., Depto. de Agricultura – IFPB Campus Sousa
Francisco Tomaz de Oliveira - Prof. DSc., Depto. de Agricultura – IFPB Campus Sousa
Hermano de Oliveira Rolim - Eng.Agron. MSc., Depto. de Solos – IFPB Campus Sousa
Valeria Maria dos Santos - Estudante Agroecologia - IFPB-Sousa, bols. CNPq
Katiana de Sousa Vale - Estudante Agroecologia - IFPB-Sousa, bols. CNPq
INTRODUÇÃO:
O solo é um componente fundamental do ecossistema terrestre, pois, além de ser o principal substrato utilizado pelas plantas para o seu crescimento, fornecendo água, ar e nutrientes. Além disso, exerce outras funções como escoamento e infiltração da água da chuva e de irrigação, ação filtrante e protetora da qualidade da água, armazenamento e ciclagem de nutrientes e de outros elementos para as plantas.
A modificação dos atributos químicos de ecossistemas naturais ocorre na medida em que eles vão sendo alterados por atividades voltadas para fins industriais e agrícolas, o que pode resultar em efeitos deletérios provenientes do uso e manejo inadequado dos solos. A degradação dessas áreas é um produto da desvinculação entre o desenvolvimento sustentado e o crescimento econômico, uma vez que, “do ponto de vista econômico o desenvolvimento raramente contempla a sustentabilidade” (Resende et al.,1996).
As alterações provocadas pelos diferentes usos do solo na região semiárida, que apresenta características de solos e clima peculiares, devem ser estudadas para a proposição de modelos sustentáveis maximizando a produção e evitando degradação dos recursos naturais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Esse trabalho teve o objetivo avaliar as alterações nos atributos químicos de um Neossolo Flúvico, submetido à diferentes práticas de manejo, na sustentabilidade de agroecossistemas
MÉTODOS:
O trabalho foi realizado no Perímetro Irrigado de São Gonçalo, Sousa, Paraíba (06º 50`S, 38º 17` WGr e 220 metros de altitude. O solo foi caracterizado como um Neossolo Flúvico, fase caatinga hiperxerófila (EMBRAPA, 1999).
Os agroecossistemas estudados foram: 1. Mata Nativa- (MN); 2. Pomar de goiabeira (Psidium guajava L)-(PG); 3. Pomar de cajueiro (Anacardium occidentale L.) - (PC); 4. Cultivo de arroz (Oriza sativa L)- (AI).
Para avaliar os sistemas de uso e manejo, cada agroecossistema foi composto por 1.000 m2 (tratamentos) dividido em cinco parcelas de 200 m² constituindo as repetições. Para as avaliações químicas retiraram-se 10 amostras aleatórias dentro de cada parcela, perfazendo as amostras composta, na profundidade de 0 - 10 cm. O solo foi coletado com auxílio do trado do tipo Holandês, respeitando sua homogeneidade. Foram avaliados os seguintes atributos químicos nas amostras do solo: pH( em água destilada), Fósforo e Sódio (extrator mehlich-1), Potássio, cálcio e magnésio (extrator KCL) e matéria orgânica (digestão por dicromato de potássio) (EMBRAPA, 1997). Os dados foram verificados a partir da análise de variância, seguindo-se o delineamento inteiramente casualizados. A diferença entre as médias foi avaliada pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Houve efeito significativo sobre todas as variáveis. Os valores médios do pH do solo nos tratamento Mata Nativa-MN, Pomar de goiabeira-PG e Pomar de cajueiro-PC, apresentam-se iguais, exceto para o tratamento com o cultivo de arroz-AI.
Os teores de P encontrados foram muito altos e uniformes, para os tratamentos MN, PG e PC, diferentemente do tratamento AI, que apresentou teores baixos. Os teores de potássio do tratamento PG foram superiores (P>0,05) aos dos demais agroecossistemas. Em relação aos teores de cálcio e magnésio, percebe-se que os valores encontrados são considerados altos para todos os agroecossistemas, evidenciando a preponderância do fator clima e solo sobre a ação antrópica, com relação a disponibilidade destes nutrientes, o que é muito típico nas regiões semi-áridas, quando em geral, estes nutrientes não se constituem em fator limitante para as culturas.
Constata-se que somente no agroecossistema AI ocorreu decréscimo dos teores de matéria orgânica, enquanto que no agroecossistema PG e PC apresentaram teores semelhantes aos da MN, o que pode ser atribuído ao acúmulo da serrapilheira na superfície do solo, resultante das seguidas podas e a incorporação natural ao solo dos restos culturais colocado nas entrelinhas do pomar e a ausência de revolvimento do solo.
CONCLUSÕES:
O agroecossistema arroz irrigado (AI) pode ser considerado como o que menos preserva os atributos químicos do solo, impondo limites para o desenvolvimento da maioria das culturas;
Os agroecossistemas pomar de goiaba e caju são os que mais preservam os atributos químicos do solo quando comparados a mata nativa.
Palavras-chave: Atributos químicos, Sistemas de cultivo, Manejo do solo.