65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
DIFERENTES PLANTAS LEGUMINOSAS PARA ADUBAÇÃO-VERDE NAS CONDIÇÕES EDAFO-CLIMÁTICAS DE SOUSA, PARAÍBA
Daciano Miguel de Sousa - Graduando de Tecnologia em Agroecologia, IFPB, Sousa/PB
Oscar Mariano Hafle - Prof. DSc. Depto de Agricultura – IFPB -Sousa-PB
Edinaldo Barbosa Pereira Júnior - Prof. DSc. Depto de Agricultura – IFPB -Sousa-PB
Valéria Maria dos Santos - Graduando de Tecnologia em Agroecologia, IFPB, Sousa/PB
Rodilma Santos Almeida - Graduando de Tecnologia em Agroecologia, IFPB, Sousa/PB
Maria de Fátima Emanuele Pessoa - Graduando de Tecnologia em Agroecologia, IFPB, Sousa/PB
INTRODUÇÃO:
A agricultura atual tem-se voltado para a redução de insumos industriais e o aumento dos sistemas de produção biológicos, a exemplo do uso de adubação verde com leguminosas.
A adubação verde é a prática de incorporar, ao solo, o tecido vegetal não decomposto, visando manter ou aumentar a fertilidade. Os benefícios desta prática relacionam-se diretamente com o ganho de matéria orgânica no sistema, proporcionando melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo; estimulando a atividade microbiana e, consequentemente, a redução do potencial de inóculo de agentes patogênicos que vivem no solo, como fungos, bactérias e nematoides (ESPÍNDOLA et al., 1997; SOUTO et al., 2009).
As pesquisas com espécies de leguminosas para o uso como adubo verde nas condições edafoclimáticas do nordeste brasileiro ainda são restritas. Por isso, faz-se necessária ampliar o estudo na busca por espécies de plantas adaptadas à região, com grande capacidade de sobrevivência nos períodos críticos e potencial para contribuírem com maior eficiência na proteção e regeneração da fertilidade do solo (NASCIMENTO e SILVA, 2004).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo da pesquisa foi avaliar a produção de biomassa de espécies leguminosas para adubação verde, nas condições edafoclimáticas da Região de Sousa-PB.
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido na Escola-Fazenda, do Instituto Federal da Paraíba, Campus Sousa (IFPB-Sousa), localizado no Perímetro Irrigado de São Gonçalo (6°45' S de latitude, 38°13' W de longitude e altitude de 223 m), no período de dezembro de 2011 a abril de 2012.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com seis tratamentos (T1= sem leguminosas (vegetação espontânea), T2= mucuna-preta, T3= crotalária-juncea, T4= feijão-vigna T5= guandú-anão, T6= guandu-comum, com quatro repetições (blocos). A unidade experimental teve as dimensões de 4m x 5m (20m2), totalizando 480 m2 de área experimental útil.
Os tratos culturais adotados foram: desbaste, capinas, irrigação e controle fitossanitário. O sistema de irrigação utilizado na área é do tipo aspersão, com emissores localizados a 1,7m de altura em relação ao solo, com molhamento completo da área.
As variáveis analisadas foram: massa fresca e massa seca produzidas. A massa fresca foi obtida pela pesagem de 1m2 da vegetação, no centro de cada parcela experimental (kg m3). A massa fresca foi desidratada colocando-se o material ao sol até o mesmo atingir peso constante, obtendo assim a massa seca (kg m3). Os valores foram extrapolados para Mg.ha-1, através da multiplicação por 10.000.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com relação a massa fresca e seca o teste de Tukey (5%) mostrou diferenças entre os tratamentos, sendo a crotalária a mais produtiva entre as espécies, não diferindo das demais, exceto a testemunha. A crotalária superou os demais tratamentos, produzindo, em massa fresca: 37,88; 12,5; 18,5; 22,8 e 17,7 Mg.ha-1, respectivamente a testemunha (vegetação espontânea; mucuna-preta; feijão-vigna; guandu-anão e guandu-comum).
Para Formentini (2008), citam a produção das diferentes leguminosas sendo que a mucuna-preta produz entre 40 e 50 toneladas de massa verde, 6 a 9 toneladas de massa seca, a crotalária tem uma produtividade entre 40 a 60 toneladas de massa verde e 6 a 8 toneladas de massa seca por ciclo, o feijão-guandú-comum produz 40 t/ha e 9 t/ha de massa seca e o feijão-guandu-anão produz 20 t/ha de massa fresca e 3 t/ha de massa seca.
As diferenças neste trabalho podem estar associadas as condições edafo-climáticas da região, ao manejo adotado e o número de dias para da semeadura até a colheita do material para avaliação.
Segundo Sousa et al. (2008) a Mucuna produziu mais biomassa, porém com menor teor de fósforo disponível em relação às demais espécies. As espécies Crotalaria junceae, Cajanus cajan foram as que melhor responderam à adubação fosfatada, acumulando mais biomassa.
CONCLUSÕES:
A crotalária foi a espécie que apresentou os melhores resultados nas características de produção de massa fresca e seca. Os piores resultados foram obtidos nas parcelas sem leguminosas (vegetação espontânea), indicando que este tratamento é o menos indicado nas práticas de manejo do solo.
Palavras-chave: Adubos orgânicos, Biomassa, Matéria orgânica.