65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
A CONTEXTUALIZAÇÃO E A PROBLEMATIZAÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA COMO FERRAMENTA FACILITADORA NO PROCESSO DE MUDANÇAS DE ATITUDES DE UM INDIVIDUO NUMA SOCIEDADE.
Tiago Guimarães - Bolsista PIDID-QUÍMICA, UFES, campus de Alegre.
D’avila Leal Polastreli - Bolsista PIDID-QUÍMICA, UFES, campus de Alegre.
Hercules da Silva Miglio - Professor Orientador projeto PIDID-QUIMICA, UFES, campus de Alegre.
INTRODUÇÃO:
No início de cada ano escolar o professor depara com várias turmas de alunos para as quais pretende trabalharr o que estabelecem os programas curriculares. Essa parece ser uma prática rotineira no ambiente escolar. No entanto, os saberes escolares vêm sendo cada vez mais colocados em questão. As exigências do mundo moderno fazem com que a pertinência do que se ensina na escola e a formação que ela oferece seja interrogada. Mais que em outras épocas, os alunos resistem em aderir ao projeto de ensino, externando um sentimento de dúvidas em relação à preparação que estariam recebendo para enfrentar as dificuldades que presumidamente esperam encontrar em suas vidas.
A ideia de um ensino de Química contextualizado está cada vez mais presente no discurso dos professores, o que não significaque seja uma prática corrente na escola. Os próprios documentos oficiais do Ministério da Educação ressaltam a contextualização, juntamente com a interdisciplinaridade, como um dos pressupostos centrais para implementar um ensino por competências. Isso fica especialmente claro nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN e PCN+). Todavia, um consenso em relação ao que seja um ensino de química contextualizado está longe de acontecer.
OBJETIVO DO TRABALHO:
No processo de ensino-aprendizagem é muito importante o planejamento.Uma vez que é dever do professor facilitar a aprendizagem do aluno, se faz necessário que,o conteúdo trabalhado em sala de aula esteja ligado, de alguma forma, ao cotidiano dessesalunos, pensando nisso uma aula de Química foi proposta para tratar sobre os malefícios das queimadas, pratica rotineira do cotidiano desses alunos.
MÉTODOS:
Na perspectiva freireana, para que o aprendizado aconteça, é preciso que o aluno seja exposto a um problema originado em um contexto do qual ele faz parte. Esta é uma das razões para que, na área do ensino de ciências esteja sendo adotado o referencial freireano na compreensão das categorias contexto/contextualização e problema/problematização. Todavia, se faz necessário salientar que Paulo Freire não utiliza o termo contextualização, mas argumenta “que será a partir da situação presente, existencial, concreta, refletindo o conjunto de aspirações do povo, que poderemos organizar o conteúdo programático da educação” (FREIRE, 2005, p.100).
A problematização consiste na construção de situações-problema que irão estruturar as situações de aprendizagem, dando-lhes um significado percebido pelos alunos. O filósofo Gaston Bachelard (1996) já alertava que havia a necessidade de construir problemas que não são postos pelos alunos. Os problemas científicos não são naturais para os educandos. Karl Popper (1974) também destacou que na escola se ensinam respostas a perguntas que não foram feitas. Assim esta aula foi preparada conforme o encaminhamento pedagógico apresentado por Delizoicov; Angotti e Pernambuco (2002), que estruturam a ação docente estabelecendo os “Três Momentos Pedagógicos”.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Seguindo essa linha de raciocínio, tendo a Química como agente influenciador, uma aula foi elaborada para uma turma de primeiro ano do ensino médio, sobre o tema “Ligações Químicas” por ser o tema mais apropriado para se tratar de assuntos como: a liberação de gases poluentes, a poluição causada pela prática da queima,e o aquecimento global.Esta aula foi elaborada de acordo com os três momentospedagógicos propostos por Delizoicov et. al, que seriam a problematização inicial, a organização dos conhecimentos e aplicação do conhecimento.
Os alunos se mostraram bem participativos durante a aula, fazendo perguntas e expondo suas ideias. Isso pode ser explicado pelo fato de que, o tema abordado estava presente no cotidiano desses alunos, por isso, a importância do planejamento de uma atividade a ser realizada com o objetivo de entrelaçar o conteúdo químico abordado com acontecimentos presentes no cotidiano do aluno. O conhecimento químico pode, e muito, contribuir para a construção da mentalidade humana, ampliando, portanto, a capacidade do ser humano de analisar, refletir, e agir dentro de uma sociedade. Por consequência dessa mudança de mentalidade o indivíduo tende a uma mudança de comportamento e a busca pela resolução de problemas que interferirem em sua qualidade de vida.
CONCLUSÕES:
Para uma avaliação dessa aula foi proposto um bate-papo para que os alunos expusessem o que entenderam sobre a aula realizada. O que chamou a atenção foi que duas alunas disseram que estavam perto do sítio de um senhor e, ele, estava colocando fogo em seu terreno. Essas alunas disseram terem lembrado do que foi discutido na sala e se dirigiram ao senhor e o questionaram por que estava queimando o local, ele, como era de esperado, disse que economizava tempo e dinheiro fazer isso, para em seguida plantar o café. Segundo relato das alunas, elas explicaram para aquele senhor que a prática da queimada é crime, que o que parece lucrativo hoje pode gerar consequências desagradáveis no futuro, como por exemplo, o empobrecimento dos solos, além de explicar a ele que essa prática causava o aquecimento da terra, uma vez que os gases liberados durante a queimada eram os principais causadores do efeito estufa. Essas alunasnão impediram que aquele senhor queimasse o seu terreno, mas, com certeza, a intervenção proposta e realizada em sala de aula, foi avaliada como válida, porque contribuiu na formação mental e na conscientização daquelas meninas, e possibilitou que outros também pudessem ter acesso a um bem essencial à formação do indivíduo quanto um cidadão critico-social, o conhecimento
Palavras-chave: Ensino, Contextualização, Queimadas..