65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 4. Parasitologia Geral
PREVALÊNCIA DE ESTRUTURAS PARASITÁRIAS EM HORTALIÇAS COMERCIALIZADAS NA FEIRA LIVRE E EM SUPERMERCADO DE PICOS - PI.
Paulo Bruno Rocha de Sousa - Aluno do Curso de Bacharelado em Nutrição, Universidade Federal do Piauí, Picos-
Ana Elisa Ramos - Aluna do Curso de Bacharelado em Nutrição, Universidade Federal do Piauí, Picos-
Tércia Tâmara Ribeiro da Silva - Aluna do Curso de Bacharelado em Nutrição, Universidade Federal do Piauí, Picos-
Mônica de Moraes Silva - Aluna do Curso de Bacharelado em Nutrição, Universidade Federal do Piauí, Picos-
Paulo Michel Pinheiro Ferreira - Prof. Adjunto I, Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas, Universidade Federal
Ana Carolina Landim Pacheco - Profa. Adjunto I, Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas, Universidade Federal
INTRODUÇÃO:
As hortaliças são essenciais para a saúde por serem uma importante fonte de vitamina e fibras que ajudam na digestão, influenciam na libertação de serotonina promovendo a sensação de bem estar físico. Devido ao seu baixo valor calórico qualificam-se para diversas dieta, sendo ingrediente imprescindível das saladas dos brasileiros favorecendo, assim, o seu consumo. As hortaliças, em especial, as consumidas cruas, necessitam ser puras e saudáveis, sendo estas, exigências crescentes da sociedade. No entanto, possibilitam ocorrência de enfermidades intestinais, uma vez que helmintos, protozoários e outros patógenos podem estar presentes nessas verduras. Os parasitas intestinais estão entre os patógenos mais frequentemente encontrados em seres humanos devido às más condições sanitárias e algumas espécies de parasitas possuírem grande resistência fora do organismo facilitando a contaminação. As doenças transmitidas por alimentos são, predominantemente, resultantes do ciclo de contaminação fecal/oral. No Brasil, não obstante a relevância e atualidade do problema, são poucos os trabalhos que avaliam a qualidade das hortaliças. Assim, o diagnóstico laboratorial de protozoários e helmintos, parasitas de humanos, em hortaliças é de grande importância para a saúde pública.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi avaliar a presenças de estruturas parasitárias em hortaliças (alface, acelga, coentro e cebolinha) comercializadas na feira livre e em supermercado de Picos - PI.
MÉTODOS:
Foram coletadas 40 de cada hortaliça (alface, coentro e cebolinha) de diferentes barracas da feira livre, e 40 amostras de acelga de um supermercado de Picos durante o período de out/2011 e jun/2012. As amostras foram coletadas e acondicionadas individualmente em sacos de polietileno descartáveis e encaminhadas ao laboratório para análise. Para avaliar a presença de estruturas parasitárias as hortaliças foram lavadas com 250ml de água destilada e o sedimento obtido, após repouso de 24 horas foram analisados em laminas histológicas coradas em lugol em triplicata e visualizadas em microscópio óptico para a pesquisa estruturas parasitárias viáveis de helmintos/protozoários. Cada tipo de estrutura encontrada foi tratada como uma entidade distinta na avaliação, a frequência observada é a relação ausência/presença da estrutura nas hortaliças analisadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O exame parasitológico de verduras evidenciou contaminação por vários enteroparasitas patogênicos ao homem, sendo que neste trabalho todas as amostras analisadas apresentaram algum tipo de estrutura parasitária, sendo que as mais frequentes foram: ovos de Ascaris lumbricóides (97,5%), Ancilostomídeos (75%), Strogyloides stercoralis (92,5%), Trichuris trichiura (35%). Os resultados apresentados são expressivos uma vez que foram pesquisadas várias das barracas da principal feira livre de Picos e do maior supermercado da cidade. É válido ressaltar que as hortaliças podem ter sido contaminadas pelo cultivo de forma inadequada, pelo transporte até o local de comercialização ou pelo manejo dentro do ponto de comercialização. O Brasil, como um país tropical em desenvolvimento, possui tanto em áreas rurais quanto em urbanas, devido às baixas condições sanitárias, a disseminação de parasitoses intestinais, e as hortaliças servem como um dos principais veículos de transmissão de enfermidades intestinais. Estes alimentos, em especial os consumidos em saladas cruas, podem conter larvas e ovos de helmintos e cistos de protozoários, provenientes de águas contaminadas por dejetos fecais de animais e/ou homem.
CONCLUSÕES:
Conclui-se que as verduras comercializadas nos pontos de venda analisados têm destaque na transmissão das enteroparasitoses. O controle parasitológico de hortaliças é um grande desafio, pois a globalização na distribuição de alimentos, a expansão nos serviços de alimentos comercializados e o surgimento de novos métodos de produção em larga escala sem a devida apropriação de conhecimento científico e tecnológico para o diagnóstico de contaminantes, vem dificultando esse controle. Considerando a elevada frequência de contaminação e o potencial risco de doenças veiculadas pelos alimentos, sugerimos o fortalecimento do sistema de vigilância sanitária para fiscalização de alimentos oferecidos à população, incluindo legislação adequada. Sugerimos ainda que este tipo de investigação e fiscalização sejam implantados com a criação do certificado de vistoria sanitária, assegurando melhor qualidade dos alimentos oferecidos à população e contribuindo, decisivamente, para controle das graves moléstias por eles transmitidas. São também relevantes as ações educativas sobre os preceitos básicos de higiene pessoal aos produtores e manipuladores de alimentos e, para a população em geral, orientação sobre a importância da lavagem cuidadosa e desinfecção das hortaliças antes do consumo.
Palavras-chave: Hortaliças, Contaminação Alimentar, Enteroparasitoses.