65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 5. Zoologia Aplicada
TÉCNICA, MONTAGEM E CONSERVAÇÃO DE ESQUELETOS DE AVES EM LABORATÓRIO PARA EXPOSIÇÃO EM AULAS PRÁTICAS DE ZOOLOGIA NO MUNICÍPIO DE PARINTINS-AM.
Edson Rodrigues Costa - Graduando em Ciências Biológicas UEA/CESP
Dilcindo Barros Trindade - Orientador Prof. MSc em Entomologia UEA/CESP
Ricardo de Melo Katak - Colaborador Graduado em Ciências Biológicas UEA/CESP
Danielle Maciel Reis - Graduanda em Ciências Biológicas UEA/
Juan Campus de Oliveira - Graduando em Ciências Biológicas UEA/CESP
Stefane de Souza Reis - Graduanda em Ciências Biológicas UEA/CESP
INTRODUÇÃO:
O ensino de Zoologia necessita de inovações e técnicas para facilitar a transmissão teórica e prática dos conteúdos ministrados em sala de aula, havendo assim, interações entre professor e alunos, onde o aluno desenvolve aprendizagem motivada pelo professor a partir de recursos didático-pedagógicos . Segundo Fugalli (1993), constrói-se o conhecimento através de aulas teóricas e práticas vivenciadas, formando uma atitude científica. A manipulação de modelos demonstrativos no ensino de Ciências e Biologia motivam o aluno, interligando e assimilando melhor os conteúdos. Por isso, o uso de esqueletos auxilia nas atividades científicas e didáticas, fornecendo informações específicas dos vertebrados como, por exemplo, sustentação, postura e modo de locomoção (HILDERBRAND E GOSLOW, 2006). Com isso, o preparo de peças esqueléticas de animais é de grande importância como forma didática de ensino em aulas práticas de Zoologia. Pois a finalidade deste trabalho foi suprir a necessidade de material didático-osteológico no laboratório de Biologia do CESP- UEA, preparando e montando dois tipos de esqueletos de aves domésticas Anas platyrhynchos (pato) e Gallus gallus (galinha). O presente trabalho visa descrever as técnicas, montagem e conservação deste material.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Produzir materiais didáticos com baixo custo e com qualidade a partir de esqueletos de aves
MÉTODOS:
Foram utilizadas duas aves, uma galinha Gallus gallus e um pato Anas platyrhynchos comprados no mercado municipal de Parintins-Am. De início realizou-se o descarne retirando-se as penas, pele, vísceras e o excesso de músculos com instrumentos cirúrgicos de dissecção como pinças, bisturis e tesoura no laboratório de Biologia do CESP-UEA, evitando danificar as superfícies ósseas. Depois, os espécimes ficaram 30 minutos submersos em suco de mamão Carica papaya para facilitar o desligamento da carne ainda aderida aos ossos, em seguida, fervidos por mais 30 minutos e retirada às partes moles com pinças e tesouras. Os ossos ficaram escurecidos devido à fervura, então, foi necessário submergi-los por 24 horas em solução de Peróxido de Hidrogênio a 10% para clareá-los. Após isso, ficaram expostos à temperatura ambiente para secarem e, cola adesiva instantânea, foram unidos uns aos outros com base em descrições morfológicas e ilustrações da literatura específica, concluindo assim a montagem dos esqueletos. Portanto, realizou-se o acabamento com verniz para auxiliar na conservação e, para facilitar o manuseio e exibição, os esqueletos foram apoiados em placas de madeira em posição natural e integrados à coleção didática do laboratório de Biologia do CESP-UEA.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Após o preparo dos esqueletos, foram obtidos dois exemplares através da técnica osteológica, sendo que os ossos do esqueleto do pato se desarticularam com mais intensidade em relação aos ossos da galinha, com isso, verificou-se o quanto é complexo a montagem e preparação de material osteológico. Neste sentido, Silveira, Teixeira e Oliveira (2008) afirmam que vários fatores influenciam na obtenção de um resultado satisfatório, pois é necessário que o destino do material a ser preparado seja determinado antes do início de qualquer procedimento, sendo fundamental para a escolha de um procedimento adequado. Como os ossos do pato se desarticularam, dificultou a montagem e houve perda de falanges de alguns dedos. No entanto, quase todos os ossos dos esqueletos axial e pélvico da galinha mantiveram-se articulados, então os desarticulados, tanto da galinha quanto do pato, sendo colados em suas posições com cola instantânea. Com isso, verificou-se a complexidade da montagem de esqueletos, principalmente quando se refere à disponibilidade recursos. Isto representa o reflexo da falta de financiamento para formação e manutenção de coleções zoológicas no Brasil, às vezes sendo constituídas a partir de esforços isolados de instituições e pesquisadores (ZAHER & YOUNG, 2003).
CONCLUSÕES:
Por ser um trabalho pioneiro no CESP-UEA, o desenvolvimento desse projeto foi relevante, pois se pretendeu suprir a necessidade de material osteológico disponível no acervo do Laboratório de Biologia para auxiliar os professores e alunos nas aulas práticas de Zoologia.
Foi iniciada a coleção de modelos didáticos osteológicos, onde alunos tanto de Biologia quanto de outras áreas, que tiverem interesse ou necessidade em conhecê-los, poderão desfrutar desses exemplares obtidos por meio desse trabalho para estudar a anatomia, fisiologia, evolução, a forma e até mesmo as adaptações dos vertebrados. Portanto, sugere-se que haja continuidade do trabalho para que o acervo tenha mais modelos preparados, despertando maiores interesses dos alunos através do enriquecimento, tanto da coleção quanto das aulas zoológicas, para facilitar o ensino-aprendizagem com qualidade, porém, de baixo custo.
Palavras-chave: osteotécnica, material didático, ensino de Zoologia.