65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 3. Pastagem e Forragicultura
PRODUÇÃO DE AUXINA POR BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS ASSOCIADAS AS RAÍZES DE Brachiaria humidicola POR VIA DEPENDENTE DE L-TRIPTOFANO
Everthon Fernandes Figueredo - Discente de Zootecnia, PET Biotecnologia, Unidade Acadêmica de Garanhuns/UFRPE
Williane Patrícia da Silva Diniz - Discente de Zootecnia, PET Biotecnologia, Unidade Acadêmica de Garanhuns/UFRPE
João Tiago Correia Oliveira - Doutorando em Zootecnia, Depto. Zootecnia/UFRPE
Isaneli Batista dos Santos - Mestranda em Produção Agrícola – Unidade Acadêmica de Garanhuns/UFRPE
Fernando José Freire - Professor, Departamento de Agronomia, UFRPE
Júlia Kuklinsky Sobral - Profa./Orientadora, PET Biotecnologia, Unidade Acadêmica de Garanhuns/UFRPE.
INTRODUÇÃO:
As auxinas são fitormônios reguladores de crescimento vegetal que podem ser sintetizados por plantas e bactérias associadas aos vegetais. No entanto, a síntese de auxinas por bactérias, pode ocorrer por diferentes vias metabólicas sendo a principal a que utiliza o aminoácido L-Triptofano como precursor para síntese do ácido indol acético (AIA), um fitohormônio da classe das auxinas. Bactérias com essa habilidade já foram isoladas da parte interna das raízes e da rizosfera de inúmeras espécies de gramíneas, dentre estas, as do gênero Brachiaria, de grande importância para produção pecuária, devido a sua utilização como fonte de alimento para os rebanhos. Desta forma, o aumento da produtividade das forrageiras e a disponibilidade de seus nutrientes via otimização de consumo tornam-se prioridade para promover melhorias nos sistemas de produção a pasto. Assim, os mecanismos da interação planta/bactéria como a síntese bacteriana de auxinas, representam uma importante ferramenta sustentável para promoção do crescimento vegetal e aumento da produtividade da pecuária nas áreas de pastejo.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Identificar a síntese bacteriana do ácido indol acético (AIA) através de via metabólica dependente de L-Triptofano por bactérias endofíticas associadas à Brachiaria humidicola e quantificar a produção do fitohormônio pelas bactérias.
MÉTODOS:
Foram avaliadas 27 linhagens bacterianas endofitícas de raiz de B. humidicola, cultivadas no município de Correntes, Pernambuco. As linhagens pertencem à coleção de culturas microbianas do Laboratório de Genética e Biotecnologia Microbiana, da Unidade Acadêmica de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Para avaliação e quantificação da produção do ácido indol acético, as linhagens foram cultivadas, a partir de colônias isoladas em meio líquido TSA 10 %(Trypcase Soy Agar), suplementado com 5mM de L-triptofano, incubados sob agitação (120rpm) a 28°C, na ausência de luz, por um período de 24h. Após o período de cultivo, os compostos indólicos foram estimados no sobrenadante das culturas, ao serem centrifugadas e acrescidas do reagente de Salkowski (2% de FeCl3 0,5M em 35% de ácido perclórico), e novamente incubadas a 28°C por 30 minutos, sob ausência de luz. Logo após, foi efetuada a quantificação em espectrofotômetro a uma absorbância de 530nm, sendo a concentração de AIA estimada por meio de uma curva padrão previamente estabelecida e as médias avaliadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Os experimentos foram realizados em triplicata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dos isolados bacterianos avaliados, 77,78% apresentaram a habilidade de produzir AIA em meio acrescido de L-triptofano. As concentrações do AIA bacteriano variaram entre 2,27 μg/mL (UAGB 85) a 92,06 μg/mL (UAGB 52), evidenciando o potencial desses isolados bacterianos endofíticos de raiz para utilização como promotores do crescimento vegetal. Contudo, as médias de produção do fitormônio apresentaram diferença estatística quando avaliadas pelo teste de Scott-Knott (P≥0,05), sendo as concentrações de AIA e o percentual de isolados produtores do fitohormônio agrupados com os seguintes padrões: a1. 2,27 μg/mL a 7,74 μg/mL (29,63% dos isolados); a2. 20,65 μg/mL a 47,25 μg/mL (33,33% dos Isolados); a3. 56,48 μg/mL a 63,03 μg/mL (11,11% dos Isolados) e a4. 92,06 μg/mL (3,70% dos Isolados), de forma que as variações na concentração do AIA em cada grupo especifico não diferiram estatisticamente entre si. Variabilidade similar na síntese bacteriana de AIA também foi verificada por Silva et al. (2013) quando avaliaram bactérias associadas a B. brizantha.
CONCLUSÕES:
Após os testes pôde-se concluir que os isolados avaliados são capazes de sintetizar o AIA por via dependente de L-triptofano, apresentando interação com as gramíneas da espécie Brachiaria humidicola e expressando concentrações variadas do fitohormônio. Desta forma, demonstra-se que os isolados bacterianos endofíticos de raiz, poderão ser utilizados como biofertilizantes microbianos nas áreas de pastagem, contribuindo como uma alternativa sustentável para o aumento da produtividade de pecuária.
Palavras-chave: Ácido indol acético, Pastagens, Promoção do crescimento vegetal.