65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica
ASPECTOS ETNOBOTÂNICOS DA ESPÉCIE AMBURANA CEARENSIS A. SMITH NO SÍTIO UMBURANA, MUNICÍPIO DE BODOCÓ- PE
Pedro Silvino Pereira - Depto. de Biologia – URCA
Pedro Felix Maia - Aluno PIBIC – URCA
Ana Josicleide Maia - Depto. de Biologia – URCA
Antonia Eliene Duarte - Depto. de Biologia – URCA
Andréia Matos Brito - Mestranda UFPE
Luiz Marivando Barros - Depto. de Biologia – URCA
INTRODUÇÃO:
A Amburana cearensis A. Smith é conhecida por diversas designações, como imburana de cheiro, cerejeira e cumaru do ceará, é uma espécie em extinção (LEAL et al., 2011). Ela apresenta porte regular, podendo atingir até 10 a 12m de altura nas regiões de caatinga e até 20m na zona da mata (LORENZI, 1992). No Brasil, ocorre do Nordeste até as regiões mais áridas de São Paulo (LEAL et al., 2005), em regiões de caatinga e na floresta pluvial em Minas Gerais, na floresta pluvial do vale do Rio Doce (CORRÊA, 1975; BRAGA, 1976; LORENZI; 1992) e nos afloramentos calcários e matas decíduas dos estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo (LORENZI, 1998). A espécie se reproduz por sementes ou estacas (MAIA, 2004). No Nordeste, o período de floração ocorre no início da estação seca, entre maio e julho, e a frutificação se dá de agosto a outubro.
A Amburana cearensis apresenta importância comercial sendo largamente empregada na carpintaria e perfumaria. As sementes são utilizadas popularmente como aromatizantes e repelentes de insetos para roupas e estantes e as casca das árvores e as sementes utilizadas na produção de medicações populares destinados ao tratamento de afecções pulmonares, tosses, asma, bronquite e coqueluche.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Caracterizar a fenologia e aspectos etnobotânicos da espécie Amburana cearensis A. Smith, do Sítio Umburana no município de Bodocó, PE.
MÉTODOS:
As coletas botânicas de Amburana cearensis A. Smith foram realizadas no Sítio Umburana, em uma pequena área preservada, distando 6 km da cidade de Bodocó, Pernambuco. Os frutos e sementes foram colhidos manualmente e escolhidos aleatoriamente 100 unidades de cada matriz. Em seguida armazenados em sacos plásticos, os quais foram medidos com auxílio de um paquímetro.
Foram feitas entrevistas informais, estruturadas através de questionários diretos com questões abertas, tais como: característica do paciente, terapia, preparação do remédio e informações sobre as causas da devastação da espécie, moradores, com faixa etária entre 50-75 anos de idade, para obter informações sobre a devastação da espécie e também maiores aplicações da planta no uso medicinal. Para a interpretação dos parâmetros fenológicos e das características morfológicas dos frutos, sementes e plântulas, foram analisados os seguintes caracteres: parâmetros fenológicos, frutificação, floração, biometria do fruto e da semente, germinação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A frutificação estendeu-se entre os meses de julho e agosto. Porém observou-se que a espécie apresenta floração anual. A espécie apresenta floração anual. O início da frutificação e da maturação dos frutos foi em torno 50 dias para os frutos soltarem as sementes. A floração foi precedida pela queda de folhas; nas árvores mais jovens foi até 40 dias e nos indivíduos mais velhos chegou há 80 dias. Maia (2004) afirma que a época de floração e frutificação varia de acordo com a região.
A semente encontrada foi rugosa e de formato variável medindo 1-2 cm. A germinação ocorreu em 5-30 dias e geralmente 80% para sementes recém-colhidas.
A germinação ocorreu em 5-30 dias e geralmente 80% para sementes recém colhidas.
O fruto possui uma vagem de 6-7 cm de comprimento, 2-1 cm de largura, achatada semicilíndrica marrom por fora, amarela e lisa por dentro, contém uma semente.
A raiz primária tem coloração amarelo pardo, o caule jovem apresenta coloração verde escuro. As folhas são compostas com 5-9 pinas, alternas, imparipenadas e raras vezes paripenadas na mesma muda.
As cascas e sementes são utilizadas para fins terapêuticos no tratamento de tosses, bronquites e outras doenças respiratórias; gastrites, distúrbios nervosos e dores de cabeça.
CONCLUSÕES:
A fenologia variou pouco em relação à fase vegetativa (enfolhamento / desfolhamento) e fase reprodutiva (floração e frutificação), com exceção de três matrizes que apresentaram atrasos na floração e frutificação.
A seca sazonal pode atuar como fator limitante para o crescimento, sendo um dos condicionantes ambientais determinantes dos padrões fenológicos.
A floração ocorreu entre junho-julho.
Amburana cearensis A. Smith produz fruto do tipo vagem achatada semi-cilíndrica marrom por fora, amarela e lisa por dentro, contendo uma semente.
A frutificação é bianual. O período do início da frutificação e início da maturação dos frutos é de aproximadamente 50 dias .
A semente de Amburana cearensis A. Smith é rugosa, ovóide, oblonga, elíptica ou raramente arredondada, apresenta textura lenhosa, com coloração marmoreada e opaca com odor agradável de cumarina e sabor amargo picante, medindo (5,1 cm) de comprimento e (2,2 cm) largura .
A germinação ocorreu em 5-30 dias e geralmente 80% para sementes recém-colhidas.
As cascas e sementes são utilizadas para fins terapêuticos.
Palavras-chave: Amburana cearensis, fenologia, imburana.