65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia
ASSISTÊNCIA FARMACOTERAPÊUTICA AOS PACIENTES PEDIÁTRICOS: ESTUDO AMBULATORIAL EM UM HOSPITAL FILANTRÓPICO DA PARAÍBA
Evelin Firmino de Moura - Depto.de Enfermagem, UEPB
Tatiany Fernandes Quirino - Depto.de Farmácia, UEPB
Marcelino Rodrigues Batista - Depto.de Farmácia, UEPB
Débora Truta Duarte - Depto.de Farmácia, UEPB
Ivana Maria Fechine - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Farmácia- UEPB
Lindomar de Farias Belém - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Farmácia- UEPB
INTRODUÇÃO:
Segundo a Política Nacional de Medicamentos as ações de farmacovigilância devem monitorar os efeitos adversos objetivando o uso racional de medicamentos (BRASIL, 2001). Sendo assim a Farmacovigilância é a “identificação e avaliação dos efeitos, agudos e/ou crônicos, do risco do uso dos tratamentos farmacológicos no conjunto da população ou em grupos de pacientes expostos a tratamentos específicos” (OPAS, 2004).
As crianças apresentam características farmacocinéticas e farmacodinâmicas que se modificam ao longo do seu desenvolvimento, tornando-as especialmente vulneráveis quanto à utilização de medicamentos (UDKOW,1978). O número de estudos de utilização de medicamentos em crianças tem sido relativamente pequeno, quando comparado com os realizados em outras populações (PAGLIARO; PAGLIARO,1995).
Esta pesquisa teve a finalidade de identificar os medicamentos, que causaram maior índice de reações adversas, na ala pediátrica do hospital Fundação Assistencial da Paraíba (FAP)-Campina Grande, no período de quatro anos. Assim traçando o perfil das crianças acometidas pelas RAMs, Identificando as classes farmacológicas mais utilizadas, as RAMs mais frequentes e a conduta corretiva para as mesmas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a utilização de medicamentos utilizados por pacientes internados no Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba, na Ala Pediátrica. Especificamente analisar se o uso dos medicamentos prescritos é baseado em evidências clínicas e identificar os principais fármacos que estão envolvidos em possíveis interações medicamentosas com possíveis conseqüências negativas aos pacientes.
MÉTODOS:
A pesquisa foi realizada no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2012 no hospital da Fundação Assistencial da Paraíba, Campina Grande – PB, através de um estudo descritivo e exploratório de caráter transversal com abordagens quantitativas de busca ativa em prontuários e entrevistas através de questionários aplicados aos acompanhantes. A amostra é constituída de pacientes que necessitaram de cuidados médicos, internados na ala pediátrica na faixa etária de 0 (zero)/recém-nascidos (RN) a 13 (treze) anos.
Os dados foram coletados através da utilização de uma ficha de notificação de reações adversas do Centro de Farmacovigilância da FAP, desenvolvida a partir do modelo estabelecido pela comissão nomeada pela Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, em 1995 (MS, 1995). E analisados através do programa Microsoft Excel 2010.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram atendidos 94 pacientes os quais relataram queixas de reações adversas a medicamentos. A maioria sendo do gênero feminino tendo idade media de 7,4 com período médio de internamento de 6,65 dias. Apesar se ter um diagnostico ativo por individuo, sendo o mais freqüente a Pneumonia, o numero de medicamento em media foram quatro tendo criança que utilizou 9 medicamentos durante a internação. No nosso meio já relatara Carvalho et al (2003) que supeita-se que a taxa de uso de medicamentos não apropriados para crianças, em pacientes pediátricos, também seja elevada,especialmente em nível hospitalar.
Foram prescritos 374 medicamentos destes 40 medicamentos causaram 112 RAM, a dipirona foi o medicamento mais prescrito, seguida pela ampicilina e ceftriaxona. Entre esse total de medicamentos percebe-se que a classe mais utilizada foi antimicrobiano seguida de broncodilatador o que condiz com a frenquencia de diagnostico.
Em relação às reações adversas as mais frequentes foram diarreia seguida por vômito e prurido. Por não serem persistentes 65% das RAM não necessitaram de tratamento, quando necessária a conduta adotada pela equipe de saúde foi a suspensão do medicamento e o tratamento da RAM.
CONCLUSÕES:
Os dados analisados nesta população demonstram a existência de riscos relacionados a medicamentos em pacientes internados. Os resultados podem ser úteis no estímulo ao desenvolvimento de mecanismos de avaliação de processos que visem reduzir esses riscos, aumentando a chance de resultados terapêuticos positivos e benefícios para os pacientes.
Ressalta-se a importância de uma avaliação adequada no momento da prescrição, pois a ocorrência de problemas relacionados a medicamentos só tendem a aumentar a incidência de efeitos adversos. Visto que se deve considerar as evidencias clinicas dos pacientes pediátricos, além de relevar a segurança do medicamento justamente em um estágio em que o organismo está sofrendo alterações e é potencialmente mais sensível a iatrogenias.
Assim este estudo além de ter relevância na farmacovigilância hospitalar também tem contribuído para a comunidade científica, uma vez que trás comprovações de estudos já antes realizados além de perspectivas para novas pesquisas na área.
Palavras-chave: Farmacovigilância, Uso racional, Pediatria.