65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 8. Educação Matemática
MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA ALTERNATIVA METODOLÓGICA PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DA GEOMETRIA ESPACIAL
Karem Keyth de Oliveira Marinho - Curso de Matemática - CESTB/UEA
Karina Tanantas Carvalho - Curso de Matemática - CESTB/UEA
Artemízia Rodrigues Sabino - Curso de Matemática - CESTB/UEA
Antonio Ivan Ruiz Chaveco - Curso de Matemática - CESTB/UEA
Mário Junior Polônia Anampa - Curso de Ciências Biológicas – CESTB/UEA
Elizabeth Lima de Oliveira - Depto. de Ensino – IFAM – Campus Tabatinga
INTRODUÇÃO:
Estamos imersos num mundo de formas, pois, para onde quer que se direcione o olhar, as ideias geométricas estão presentes seja na natureza ou no cotidiano, e para compreender este mundo tridimensional a Modelagem Matemática busca estreitar a relação do aluno com a geometria espacial, possibilitando o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas práticos do cotidiano bem como a apreciação da faceta da Matemática que trata de teoremas e argumentações dedutivas (BRASIL, 2006).
No entanto, ao observar a realidade escolar, verificou-se que os discentes do ensino médio tinham dificuldades em abstrair o objeto de estudo, destacando a necessidade de compreender o processo dedutivo da percepção espacial. Assim, buscou-se utilizar a Modelagem Matemática como metodologia a fim de propor atividades que relacionasse os acontecimentos e o mundo, através de análises, reflexões, deduções e predições, tendo em vista que “a Modelagem Matemática consiste na arte de transformar problemas da realidade em problemas matemáticos e resolvê-los interpretando suas soluções na linguagem do mundo real” (BASSANEZI, 2004, p.16).
Nessa ideia, a Modelagem Matemática se torna um dos caminhos para se melhorar o aprendizado escolar, proporcionando uma aprendizagem com significados.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Resgatar nos educandos, a visualização, a imaginação e a representação da interpretação geométrica através da Modelagem Matemática, buscando proporcionar-lhes uma melhor compreensão dos conteúdos envolvendo a geometria de posição, diedro e triedro, oportunizando assim, a percepção dos conceitos abstratos por meio da visualização do conteúdo no cotidiano e construção de materiais manipuláveis.
MÉTODOS:
A pesquisa proposta teve caráter qualitativo e quantitativo tendo em vista os alicerces metodológicos da visão realista/objetivista (quantitativa) e a idealista/subjetivista (qualitativa) (QUEIROZ, 2006). Participaram desta intervenção pedagógica dezenove alunos da 3ª série do Ensino Médio, da Escola Estadual Conceição Xavier de Alencar
Assim, apoiando-se em estratégias, a intervenção iniciou-se com um questionário diagnóstico sobre Diedros e Triedros, principal conteúdo abordado, seguido por aulas expositivas dialogadas com o intuito de revisar o conteúdo.
Logo após, os discentes foram conduzidos a uma aula de campo realizada no bairro onde a escola está situada com a finalidade de observar como a geometria espacial está presente nas construções gerais. Dando continuidade a proposta, os alunos, a partir de aulas práticas, usaram a criatividade para construir materiais manipuláveis que expressassem situações vivenciadas na aula de campo, atividade esta que foi finalizada com uma socialização entre a turma para interação dos materiais.
Para encerrar as atividades reaplicou-se mais uma vez o questionário diagnóstico para avaliar se a intervenção contribuiu ou não para uma aprendizagem significativa, além de permitir uma análise comparativa entre as respostas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Inicialmente se observou que os discentes estavam muito presos a definições, no entanto “os conceitos são de fundamental importância na aprendizagem da Geometria, se estes são assimilados corretamente, o indivíduo consegue relacionar a teoria à aplicação”. Assim, as aulas expositivas dialogadas enfatizaram a construção de conceitos para serem representados na realidade dos alunos, além de prepará-los para a aula de campo.
Durante a aula de campo percebeu-se um maior grau de interesse e curiosidade dos estudantes diante das situações reais pelas quais compreenderam melhor o assunto. Além disso, tal atividade incentivou a criatividade tornando os alunos mais participativos às aulas, pois perceberam as aplicações da geometria no cotidiano.
Nas aulas práticas os alunos evidenciaram a percepção espacial na construção dos materiais manipuláveis comprovando a compreensão da abstração, pois como ressalta Bassanezi (2004, p. 27) a abstração “é o procedimento que deve levar à formulação dos modelos matemáticos”.
Analisando os questionários aplicados ao início e término da intervenção, percebeu-se uma visível melhora na justificativa das respostas, com a utilização de uma linguagem matemática mais correta, com termos adequados ao conteúdo abordado, explicitando melhor suas respostas.
CONCLUSÕES:
A pesquisa mostrou que além das atividades cotidianas que envolvem ideias matemáticas, é possível inserir na realidade escolar atividades práticas que possibilitam a motivação, a interação e a percepção espacial, visto as mudanças significativas de interesse, participação e entendimento dos conteúdos, percebidas durante a intervenção.
Quanto a metodologia, observou-se que sua aplicação oportunizou um aprendizado mais eficiente em relação a abordagem tradicional/mecânica, visto que conduziu uma conexão entre a matemática abstrata e a matemática presente em situações do cotidiano.
Portanto, adentrando em todos os aspectos supracitados, confirma-se a hipótese de que o estudo da geometria de posição, diedros e triedros por meio de modelos matemáticos traz resultados positivos e significativos para o ensino-aprendizagem da geometria espacial, visto que esta abordagem incentivou o estudo desta ciência que por muitos é vista como complexa e de difícil compreensão.
Palavras-chave: Diedros e Triedros, Contextualização, Materiais manipuláveis.