65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
O ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS E AS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS OCASIONADAS NA REGIÃO DO SEMIÁRIDO DE ALAGOAS
Laíse Soares Lima - Graduanda do Curso de Pedagogia - UFAL
Isabel Cristina Oliveira da Silva - Graduanda do Curso de Pedagogia - UFAL
Iris Luanda Rodrigues França - Graduanda do Curso de Pedagogia - UFAL
INTRODUÇÃO:
A presente pesquisa constituiu-se com o intuito de conhecer como se encontra a educação na região do semiárido do Estado de Alagoas, mais especificamente no município de Delmiro Gouveia, após a implementação da lei de nº. 11.274/2006, que estabeleceu o Ensino Fundamental de nove anos, com a inclusão da criança de seis anos. Por conseguinte, buscamos apresentar a partir de estudos a compreensão de como a organização pedagógica, ocorre na Escola Municipal Irmã Dulce, focalizando o currículo, a didática e a avaliação. Deste modo, visando contribuir de forma significativa no processo de tomada de consciência e reflexão acerca dos problemas encontrados. Apresentando assim, propostas de intervenções que sinalizem caminhos coerentes para alteração dos dados qualitativos da escola.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A presente pesquisa, pretende apresentar propostas de intervenções para as principais problemáticas das ações curriculares, didáticas e da organização técnica-avaliativa apresentadas pela diretora, coordenadora pedagógica e professoras da referida instituição, após a inserção da lei de nº. 11.274/2006.
MÉTODOS:
Partindo de uma amostra de dados, tomamos como caso de análise uma das turmas do terceiro ano de 2012, da Escola Municipal de Educação Básica Irmã Dulce, situada no município de Delmiro Gouveia - AL. Procedimentos metodológicos como: observações, questionários, fotografias, entrevistas e diálogos com os profissionais da escola, foram utilizados para esclarecimentos e análises da problemática estudada. Deste modo, a efetivação do trabalho realizado configura-se como pesquisa-ação. Nesta estratégia metodológica ocorre uma interação efetiva e ampla entre pesquisador e pesquisados e todas as ações voltam-se para a resolução ou esclarecimento da problemática observada e para a elevação do conhecimento do pesquisador aumentando o nível de consciência e de ação das pessoas e grupos considerados. A culminância da pesquisa resultou na divulgação, para comunidade escolar, de propostas de intervenções no campo da didática, do currículo e da avaliação que sinalizem caminhos coerentes para alteração dos dados qualitativos da escola. As propostas não são receitas nem regras a serem seguidas, mas estratégias que possam orientar o trabalho dos profissionais da educação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A Lei nº 11.274/2006, que institui o Ensino Fundamental de nove anos de duração, com a inclusão das crianças de seis anos de idade tem como objetivo, ofertar maiores oportunidades de desenvolvimento e aprendizado no período de escolarização do educando e para as crianças da classe desfavorável uma menor vulnerabilidade em situações de riscos. Com o intuito de que ocorra uma educação de qualidade para as crianças entre 6 a 9 anos de idade, a lei também julga essencial mudanças nas ações pedagógicas da escola, no material didático, no currículo, na avaliação e na formação do educador. Neste sentido, após análise, fica evidente que o principal problema encontrado na instituição centra-se na interpretação errônea e na inserção da Lei. Os entrevistados relatam que a escola aderiu de forma ríspida a Lei, sem considerar a adaptação do aluno nesse novo processo, pois não sabiam que existia o prazo até o ano de 2010 para que as instituições se adequassem a essa nova regra. Deste modo, ainda hoje a escola sofre devido a essa interpretação, trazendo em seu quadro alguns problemas de caráter pedagógicos relacionados a Lei, sendo o principal deles a dificuldade em alfabetizar os alunos na idade certa, ocasionando grandes índices de retenção escolar.
CONCLUSÕES:
A realização da pesquisa possibilitou perceber que a adoção repentina da lei, devido a uma interpretação equivocada, acarretou em falhas no processo de alfabetização, problema o qual estende-se até os dias atuais. No que concerne a organização pedagógica da escola, o seu projeto político pedagógico traz concepções de como deveria estar organizado o currículo, a didática e a avaliação, tendo como base a nova estrutura do ensino fundamental de nove anos. Entretanto, estas concepções não foram inclusas nas práticas educativas da instituição. Deste modo, as análises apresentadas nos levaram a sugerir propostas que auxiliem os educadores a refletirem sobre suas práticas pedagógicas. Não tivemos como finalidade determinar regras de como estes profissionais deveriam atuar, mas orientá-los a partir de estudos fundamentados, estratégias adequadas para minimizar a problemática encontrada, tendo assim consequentemente sucesso no processo de ensino e aprendizagem. Deste modo, percebemos que as propostas foram muito bem recebidas pelos profissionais da escola, os quais procuraram refletir e até mesmo modificar as práticas de ensino existentes.
Palavras-chave: Semiárido de Alagoas, Ensino Fundamental de nove anos, Propostas pedagógicas.