65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 8. Química
INDISCIPLINA: PROBLEMA DO ALUNO OU DO PROFESSOR?
Nirly Araujo dos Reis - Depto. de Química Campus Itabaiana – UFS
Angélica Santos Oliveira - Depto. de Química Campus Itabaiana – UFS
Raiane Santos de Almeida - Depto. de Química Campus Itabaiana – UFS
Gladston dos Santos - Prof. Msc./ Orientador - Depto. de Química Campus Itabaiana – UFS
INTRODUÇÃO:
Diante de contextos escolares marcados por autoritarismos e práticas repressivas destaca-se a indisciplina que ainda continua sendo um grande problema o qual rodeia a educação. De acordo com o dicionário Aurélio o termo ‘indisciplina’ tem um significado equivalente a desordem, relação de não subordinação do aluno ao mestre. Partindo deste princípio, a análise da indisciplina escolar remete a partir da relação professor-aluno e discussões que vem ocupando espaços maiores na rotina escolar e abrange o comportamento do professor com sua prática pedagógica, além da relação aluno-aluno existente em sala de aula e práticas adotadas pela escola. Isto se reflete no grau de complexidade referente ao termo. Em muitos casos, os professores nem ao menos questionam a hipótese de uma das causas da indisciplina ser a sua própria prática de sala de aula. Com base nisso, tentou-se fazer uma análise reflexiva de problemas de indisciplinas encontrados nas aulas de Química que permitam uma construção e reconstrução da identidade docente no processo de formação inicial dos professores.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Evidenciar o comportamento dos alunos e as contribuições dos professores em práticas indisciplinares nas aulas de Química do Ensino Médio através das observações vivenciadas no Estágio Supervisionado em Ensino Química I.
MÉTODOS:
Os relatos deste trabalho desencadearam-se na disciplina Estágio Supervisionado Ensino Química I da Universidade Federal de Sergipe, Campus Professor Alberto Carvalho, Itabaiana-SE, que tem como finalidade a observação do campo de estágio, assim como as diversas relações com a comunidade escolar, buscando formar profissionais que sejam capazes de refletir sobre suas futuras práticas pedagógicas além de mudanças e inovações no campo de ensino. Foram observadas, durante o período de dois meses, turmas de 1º ano do Ensino Médio de dois Colégios da Rede Pública Estadual de Sergipe nos municípios de Malhador e Itabaiana, Colégios I e II, respectivamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As observações se deram em turmas de 1ª série do Ensino Médio com dois professores distintos onde foram encontradas significativas diferenças. No Colégio I, a indisciplina em sala de aula é motivada pela prática pedagógica da professora de Química, que além de adotar um método tradicional de ensino, muitas vezes possui uma postura inadequada frente à turma, como o não cumprimento da carga horária disciplinar e o não seguimento do programa adotado pela escola, ocasionando desordem e conversas paralelas por parte dos alunos. No Colégio II, o professor de Química adota uma postura mais imponente em relação a professora do primeiro colégio, mas também assume uma metodologia tradicional, no entanto, consegue o cumprimento do programa escolar e diferentemente da professora já citada, obtém um maior controle em relação aos alunos, diminuindo a indisciplina em sala. Os alunos, por sua vez, a depender da aula e do professor torna-se sua maioria indisciplinados, porém diante das aulas de Química são parcialmente disciplinares.
Estes desvios são, todavia, denominados de forma diferente conforme se trate de alunos ou professores. Nessa situação, considera-se a prática da professora do Colégio I indisciplinar, uma vez que ela foge do seu papel como educadora e o aluno capta isso com facilidade e se aproveita da sua fragilidade. . Portanto, nota-se que a indisciplina varia de acordo com as características de cada docente frente à realidade e interesse dos alunos.
CONCLUSÕES:
Diante das observações descritas neste trabalho percebemos que a indisciplina escolar pode ser atribuída a conduta adotada pelo professor que influencia diretamente no comportamento dos alunos. Uma possível alternativa a fim de minimizar a indisciplina em sala de aula seria um diálogo integrado entre alunos e professores. Dessa forma, é necessário que os professores busquem compreender os motivos que ocasionam indisciplina e procurem refletir sobre a sua prática pedagógica, buscando alternativas, a fim de atrair a atenção dos alunos nas aulas de Química.
Palavras-chave: Indisciplina, Professores de Química, Alunos.