65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
AULA DE CAMPO E SEUS ASPECTOS DESAFIADORES PARA ACADÊMICOS DE BIOLOGIA NA SUA INICIAÇÃO A DOCÊNCIA
Kelly da Costa Braga - Graduanda do Curso de Ciências Naturais – Habilitação em Biologia – UEPA
Isaura Kelly Pereira Borges - Graduanda do Curso de Ciências Naturais – Habilitação em Biologia – UEPA
Inês Maria Trevisan - Orientadora e Pesquisadora da Universidade do Estado do Pará – UEPA
INTRODUÇÃO:
O presente resumo traz reflexões sobre uma aula de campo realizada pelas autoras do artigo e busca analisar os aspectos que se constituíram desafiadores em sua iniciação a docência, desde o ato de planejar e executar a referida aula.
A aula de campo se constituiu uma modalidade didática de aprendizagem que contribuiu para o ensino de ciências e neste caso para a formação do aluno, pois estimula a sua participação na construção do seu conhecimento, ajuda-o a desenvolver um olhar crítico da realidade como afirma Silva & Varejão (2010, p. 188) que objetiva a compreensão da teoria de forma dialética.
Esta análise traz reflexões referente a primeira experiência de realização de uma aula de campo em um Balneário do município de Altamira no estado do Pará envolvendo a temática “Resíduos Sólidos no ecossistema praia”, ministrada por acadêmicas de Ciências Naturais com habilitação em Biologia que desenvolveram com alunos do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola Pública.
Este trabalho nos permitiu o aperfeiçoamento do conhecimento pedagógico quanto a formação docente e se constitui numa importante ferramenta para o aprendizado bem como, uma oportunidade de interação de conhecimentos entre os alunos e professores sobre o meio observado.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Demonstrar através de nossa experiência, atuando como docente, as dificuldades vivenciadas desde o planejamento a execução de uma aula de campo, buscando analisar as causas de origem interpessoal, pedagógica e de logística que interferiram no bom andamento da prática educativa de aula de campo.
MÉTODOS:
A análise deste estudo seguiu uma abordagem qualitativa, considerando as implicações do fenômeno educativo. A aula foi realizada com alunos do 8º ano do Ensino Fundamental com base em três pontos destacados por Silva & Varejão (2010) que compõem a aula de campo (pré-campo, campo e pós-campo). A aula pré-campo foi trabalhado teoricamente os conteúdos contaminação do rio, doenças causadas pelo lixo e coleta seletiva conduzindo a reciclagem de ideias.
Para aula de campo foi escolhido um Balneário próximo da cidade de Altamira/PA por este ser um espaço muito frequentado durante o ano. E tivemos o propósito de despertar nos alunos a importância da preservação ambiental. No pós-campo já em sala de aula ocorreu a socialização dos aspectos anotados nas aulas anteriores que levou aos alunos a enfatizar os problemas e a refletir sobre os aspectos observados em campo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Para execução de uma aula de campo é necessário várias etapas para a sua realização, que de acordo com Viveiro & Diniz (2009) compreende não só a saída propriamente dita, mas as fases de planejamento (incluindo a viabilidade da saída, os custos envolvidos, o tempo necessário, a elaboração e a discussão do roteiro, a autorização junto aos responsáveis pelos alunos, entre outros aspectos), execução (a saída a campo), exploração dos resultados (importante para retomar os conteúdos, discutir as observações, organizar e analisar os dados coletados) e avaliação (verificando, por exemplo, se os objetivos foram atingidos ou mesmo superados, quais aspectos foram falhos, a percepção dos alunos sobre a atividade).
Contudo merece destaque, a disponibilidade de tempo para a realização do plano de aula, já que necessita ser realizada uma analise detalhada da aula a ser executada. De acordo Pacca & Villane (1992) a habilidade didática do professor em sua prática envolve a elaboração, execução e revisão do planejamento didático, pois é essencial um bom planejamento para assegurar que os objetivos sejam alcançados ao decorrer das aulas pré-campo, campo e pós-campo.
CONCLUSÕES:
Apesar da aula de campo ter sua importância para o ensino de ciências, muitos educadores não valorizam esta prática. Segundo Silva & Varejão (2010) o trabalho de campo é essencialmente importante para a formação do aluno do ensino básico ao superior, pois é através dela que o aluno passa a correlacionar a teoria com a prática vivenciada no campo.
Deste modo, este estudo permitiu oferecer uma contribuição teórica para a análise das questões relacionadas ao conhecimento em atividades de campo, reforçando que ao planejar necessitamos levar em consideração a complexidade do campo, uma vez que o ambiente se diferente da sala de aula e se torna propício a dispersão dos alunos pelos componentes ali existentes e muitos imprevistos podem ocorrer, necessitando ter domínio de conteúdo pedagógico da turma. Além disso, ressaltamos como é importante para os futuros professores ter uma experiência em sua formação docente com o trabalho de campo, que por meio da reflexão sobre a prática pode se constituir em enriquecimento didático-científico para futuros professores, podendo servir de instrumento de superação de práticas tradicionais e na elaboração novas praticas didático-cientificas favorecendo a formação docente.
Palavras-chave: Formação de professores, Trabalho em campo, Aprendizagem docente.