65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 1. Anatomia Vegetal
ANÁLISE ANATÔMICA DE GLÂNDULAS CERÍFERAS EM FOLHAS DE Copernicia prunifera (Arecaceae) EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO
Ana Claudia Araújo da Silva - Depto. Ciências Animais - UFERSA
Mara Andrade Colares Maia - Depto. de Ciência Animais - UFERSA
Mara Thais de Oliveira Silva - Depto. de Ciência Animais - UFERSA
Francisca Elane Rocha Vieira - Depto. de Ciências Animais - UFERSA
Marcicleide Lima do Espírito Santo - Profa. Dra./Orientadora – Depto. de Ciências Vegetais – UFERSA
INTRODUÇÃO:
A espécie Copernicia prunifera (Arecaceae), mais conhecida popularmente como Carnaúba, é uma árvore abundante na região Nordeste, habitando as margens de rios, e protegendo-os contra erosão, além de resistir a diferentes condições de solo e clima. É uma palmeira do tipo xerófita com tronco de até 20 cm de diâmetro, atingindo até 20 m de altura. Possui longas folhas pecioladas, abrindo-se em limbo, sustentadas por pecíolos espinhosos, folhas estas que apresentam glândulas produtoras de cera, característica marcante da espécie. A cera tem por função diminuir a transpiração, impedindo assim o ressecamento, demonstrando também elevado valor comercial. Portanto, é de fundamental importância a adição de informações sobre as características morfoanatômicas da glândula cerífera.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Esse trabalho tem por objetivo analisar anatomicamente as glândulas ceríferas de folhas de Copernicia prunifera em diferentes estádios de desenvolvimento.
MÉTODOS:
Para isso, foram coletadas amostras foliares de 10 plantas em cada um dos três diferentes estádios de desenvolvimento: o primeiro de caráter juvenil (plantas de até 60 cm de altura), o segundo em fase intermediária (plantas de 60 a 170 cm de altura) e o terceiro em fase adulta (plantas acima de 170 cm de altura). Das folhas foram retirados 10 fragmentos, despigmentados com hipoclorito de sódio à 75% para obtenção das epidermes, coradas com safranina e observadas em microscópio óptico Leica para a identificação e análise das glândulas ceríferas. Também foram realizados cortes transversais à mão livre das glândulas ceríferas nas regiões da nervura e limbo foliar de todas as amostras. As imagens foram obtidas com câmera fotográfica Lumix (Panasonic) 10 megapixels diretamente das oculares.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Na epiderme foliar observou-se a presença de glândulas ceríferas no limbo, as menores variando de 0,08 a 0,13 µm e as maiores entre 0,14 a 0,20 µm, na nervura as glândulas estão organizadas em duas fileiras. Em todos os estádios prevaleceram as glândulas maiores. Existe variação no número de glândulas no limbo foliar, cujo aumento está relacionado ao estádio de desenvolvimento. As plantas adultas possuem a maioria de glândulas no limbo. As glândulas em visão paradérmica apresentam bordas delimitando uma região central multicelular, com diferentes graus de oxidação em suas bordas, com variação do menor nível em plantas juvenis à maior em plantas adultas. Em corte transversal, verificou-se que as glândulas possuem uma região basal, pouco ou muito inserida no mesófilo e uma região pescoço/cabeça se projetando ou não acima da epiderme e com variação anatômica entre as ocorrentes na nervura e limbo. As glândulas ceríferas da nervura são formadas por diferentes camadas de células basais com menor inserção no mesófilo nas plantas jovens e mais inseridas nas juvenis e adultas. A região do pescoço é formada por uma camada de células e a região da cabeça contém até 4 camadas de células projetando-se acima da superfície epidérmica. Nas glândulas presentes no limbo foliar, em corte transversal, notou-se um padrão similar de inserção da região basal no mesófilo apenas com um número menor de camadas celulares, a região da cabeça é formada por uma camada de células dando aspecto plano.
CONCLUSÕES:
Foram observadas diferenças na quantidade de glândulas ceríferas nos diferentes estádios de desenvolvimento, com maior número nas plantas adultas. Em termos anatômicos foi observada a diferenças entre as glândulas presentes no limbo e nervura, contudo não houve diferenças em relação aos estádios analisados.
Palavras-chave: Cera, Carnaúba, Anatomia.