65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
PRODUTIVIDADE DE GOIABEIRA (Psidium guajava L.) IRRIGADA POR GOTEJAMENTO EM SANTA MARIA - RS
Layla Gerusa Souza Lima - Universidade Federal Rural da Amazônia
Leane Castro de Souza - Universidade Federal Rural da Amazônia
Raimundo Thiago Lima da Silva - Universidade Federal Rural da Amazônia
Toshio Nishijima - Universidade Federal de Santa Maria
Candido Ferreira de Oliveira Neto - Universidade Federal Rural da Amazônia
Antonio Robson Moreira - Universidade Federal Rural da Amazônia
INTRODUÇÃO:
Os plantios de goiabeira no Rio Grande do Sul utilizam baixo nível tecnológico, e apresentam frutos com baixa qualidade. Os pomares são pequenos, sem uso de cultivares definidas e oriundos na maioria das vezes de mudas advindas de sementes. Também, não são utilizadas práticas de manejo do solo e da planta, como podas de formação e frutificação, controle das principais pragas e doenças, adubação e irrigação. Entretanto a partir de 2005, a Embrapa Clima Temperado, a Emater/Ascar-RS, a Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel - UFPel, o Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria e outras instituições têm desenvolvido trabalhos no sentido de qualificar o cultivo da goiabeira no Rio Grande do Sul, utilizando tecnologias desenvolvidas localmente ou adaptadas das demais regiões produtoras e buscando a obtenção de frutos de elevada qualidade, tanto para mesa quanto para processamento na forma de suco, polpa e doces. Um dos fatores que contribuem para que a goiabeira apresente baixa produtividade no Rio Grande do Sul é a variabilidade climática da região, sendo a precipitação pluvial o agente principal. Para isso, a manutenção do conteúdo hídrico do solo, pode ser suprida através de um manejo adequado da irrigação, atendendo as necessidades hídricas da cultura.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Em virtude da importância e carência de informações, a respeito do desempenho da goiabeira, nas condições edafoclimáticas do Rio Grande do Sul e submetida à irrigação, esta pesquisa objetiva, avaliar os incrementos de produtividades de goiabeira, irrigada por gotejamento no município de Santa Maria.
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido em um pomar de goiabeiras da cultivar Paluma, de seis anos de idade, cultivadas sob camalhões, em espaçamento de 3,5 m entre plantas e 3,5 m entre linhas, na Universidade Federal de Santa Maria – RS. O clima da região, segundo a classificação de KÖPPEN, classifica-se como subtropical úmido. Inicialmente determinou-se a capacidade de armazenamento de água disponível (CAD), em seguida calculou-se a água disponível no solo (AD) e por fim determinou-se a lâmina bruta de irrigação. Os tratamentos consistiram na aplicação de lâminas de água por gotejamento, correspondentes a reposições de 0, 40, 60, 80, e 100%, a serem aplicadas a cada 20 mm da Evapotranspiração Máxima Acumulada (ETmac) pela cultura da goiabeira, obtida pelo método de Penman Monteith. Considerou-se como unidade experimental uma planta. Os valores de precipitação pluviométrica foram descontados da ETmac para considerar a reposição de água no solo. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com cinco tratamentos distribuídos em seis repetições. Os resultados dos parâmetros produtividade, número e massa de frutos, de goiabeira, foram submetidos à análise estatística de regressão polinomial.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
É possível notar que as lâminas não incrementaram na massa de frutos da goiabeira, a média geral dos tratamentos foi de 159,68g por fruto. Para número de frutos por planta de goiabeira, a análise de regressão revelou efeito quadrático (P=-0,0477L2+5,7986L+501,07; R2=0,89). O número de frutos aumentou até o seu valor máximo no período de colheita (677,3 frutos.planta-1) obtido com a lâmina de 60,78% da Etmac. Isso se deve por que quando a umidade do solo está adequada aumenta-se a capacidade das células da planta de ficarem sempre túrgidas, com isso há maior perda de água pelos estômatos pelo processo de transpiração e, consequentemente maior produção de matéria seca pelo processo da fotossíntese. A análise de regressão relacionando a produtividade da goiabeira com as lâminas de irrigação ajustou-se a uma equação polinomial quadrática (P=-0,0061L2+0,7824L+62,87; R2=0,89). A produtividade aumenta de acordo com o aumento das lâminas de irrigação aplicadas, até o valor de 64,13% da Etmac e a partir desse valor ocorreu uma diminuição para maiores lâminas de irrigação. Com esse ponto de máxima eficiência (64,13%) é possível estimar de acordo com a análise de regressão uma produtividade de 87,97 t/ha, resultado esse nove vezes maior que a produtividade média do Rio Grande do Sul.
CONCLUSÕES:
A aplicação de lâmina de irrigação correspondente a 64,13% e 60,78% da ETmac, respectivamente, apresentou a maior eficiência técnica para a produtividade e o número de frutos de por planta. Através destes resultados fica comprovado que o uso de irrigação complementar na cultura da goiabeira aumenta a produtividade na região central do Estado do Rio Grande do Sul.
Palavras-chave: Goiabeira, Irrigação, Produtividade.