65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
ESTUDO DO POTENCIAL EDUCATIVO DE UM JOGO PARA O ENSINO DE EQUILÍBRIO QUÍMICO
Mairon Oslay Cortes Alonso - Instituto de Química - UFF, Niterói- RJ - PIBID/UFF
Caroline Stephanee Mattos Mendonça - Instituto de Química - UFF, Niterói- RJ - PIBID/UFF
Priscilla Santos Lassance - Instituto de Química - UFF, Niterói- RJ - PIBID/UFF
Márcia Narcizo Borges - Profa. Dra. Orientadora - Depto. de Química Orgânica - UFF - PIBID/UFF
Denise Fernanda Rodrigues - Profa. Orientadora - Colégio Estadual Manuel de Abreu - PIBID/UFF
INTRODUÇÃO:
A preocupação com o tipo de abordagem do conteúdo feita no ensino de ciências é constante na vida de um educador. A aplicação de experimentos no ensino de ciências e seu caráter motivador e lúdico já foi destacada por Giordan (1999), porém, em certas disciplinas e em certos conteúdos, a dificuldade em se encontrar uma atividade pertinente e eficaz aumenta quando se considera fatores externos e internos a eles. Experimentos simples, que utilizem de materiais usuais e que não exijam estrutura laboratorial para sua execução, são sempre ansiados pelos educadores. Nesse contexto, a atividade a ser testada tem seu propósito voltado para a visualização macroscópica do equilíbrio químico, facilitando sua compreensão e tornando possível também a exemplificação de constante de equilíbrio. A importância do aprendizado de equilíbrio químico se faz presente na formação do cidadão contemporâneo, pois dentro do âmbito químico e da área de concursos, esse conteúdo é um dos mais presentes na prática laboratorial e nas provas de ingresso em universidades.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho tem por finalidade aplicar uma atividade lúdica sobre equilíbrio químico (SOARES et al., 2003)em turmas do terceiro ano do ensino médio no Colégio Estadual Manuel de Abreu e avaliar o potencial educativo quanto as possibilidades de favorecer uma aprendizagem significativa
MÉTODOS:
Inicialmente os alunos tiveram 2 aulas expositivas sobre o tema, ministradas pela professora da turma. O projeto foi proposto e executado por bolsistas PIBID/Química em 5 etapas: 1 - Preparação do material a ser utilizado na atividade e elaboração de questionário avaliativo; 2 - Execução da atividade; 3 - Aplicação de exercícios; 4 - Avaliação do desempenho através da correção dos exercícios. O jogo se baseou em dois conjuntos que trocavam elementos entre si, em intervalos de tempo pré-determinados. Preparou-se então o conjunto A, com 10 bolas de gude e o conjunto B vazio. Transportou-se uma bola de A para B a cada 5 s. A partir de um tempo pré-estabelecido, continuou-se transferindo uma bola de A para B, mas simultaneamente transferiu-se um bola de B para A, a cada 5 s. O tempo total foi de 60 s, ou seja, 12 transferências. A analogia com a química foi feita somente na segunda execução da atividade. A atividade contou com a participação de 66 alunos do terceiro ano do ensino médio divididos em duas turmas. Em cada turma os alunos foram divididos em grupos de 3 a 5 alunos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Houve uma adaptação da proposta original, trocando-se o material utilizado, o que gerou redução no custo. Com base na avaliação objetiva realizada ao final da atividade em cada turma e na avaliação subjetiva feita pelos bolsistas do PIBID/Química, constatou-se a melhora no aprendizado do conceito de equilíbrio químico e constante de equilíbrio. 11 dos 18 grupos acertaram mais de 60% das questões. Apesar de outros 7 grupos terem acertado menos de 60%, foi notado que muitos alunos não tinham noções básicas de reação Química, como equacionar uma reação, identificar reagente ou produto e até mesmo a identificação de elementos químicos - conhecimentos extremamente necessários para se resolver as questões. Mesmo com essa defasagem pôde-se atestar durante questionamentos orais que, acerca do conteúdo de equilíbrio químico e da atividade realizada, ocorreu uma compreensão notável por determinados alunos que tiveram maior atenção dos bolsistas devido à grande dificuldade na compreensão durante a realização do jogo. A utilização do jogo proporcionou também exercitar a interdisciplinaridade, uma vez que os alunos construíram tabelas e gráficos, tiveram que associar o conhecimentos complementares para entender o fenômeno estudado.
CONCLUSÕES:
Os resultados obtidos atestaram o bom desempenho da introdução de jogos didáticos no ensino de ciências e evidenciaram a sua importância como ferramenta motivadora e instigante à aprendizagem científica. Jogos didáticos que utilizem pouca instrumentação para sua realização podem ser utensílios preciosos em sala de aula para auxiliar o professor na abordagem de temas abstratos e microscópicos que não são palpáveis no dia-a-dia dos discentes. Nesse contexto, pode-se concluir a eficácia do jogo “Proposta de um jogo didático para o ensino de equilíbrio químico” Soares et al, (2003) como ferramenta elucidativa no ensino de equilíbrio químico e constante de equilíbrio. Tal trabalho proporcionou também aos bolsistas PIBID/Química uma visão ainda mais entusiasmada e ampla da prática docente, tendo em vista os bons resultados proporcionado por um jogo simples na abordagem de um conteúdo complexo.
Palavras-chave: equilíbrio químico, jogo didático, experimento alternativo.