65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 4. Turismo e Hotelaria - 1. Fundamentos Teóricos
Imagens potiguares do prazer e do exotismo: a promoção turística do Rio Grande do Norte e o turismo sexual
Ana Rafaella de Macêdo Cabral - Depto. de Turismo - UERN
Jean Henrique Costa - Prof. Dr./Orientador - Depto. de Turismo - UERN
INTRODUÇÃO:
De acordo com a Organização Mundial do Turismo, o turismo sexual é definido como sendo “viagens organizadas dentro do setor do turismo, ou fora deste, usando suas estruturas e redes de contato, com a intenção principal de efetivar relações sexuais comerciais entre turistas e nativos”. Nesse sentido, vale destacar que o interesse pelo fenômeno turístico vem demonstrando tendências fortemente economicistas, vinculadas ao fator de crescimento econômico através dos gastos que os turistas estrangeiros fazem nos centros receptores. No entanto, apesar de favorecer o chamado “progresso” econômico, a vinda de estrangeiros ao Brasil gera, em múltiplos aspectos, diversos impactos. Um deles é o chamado turismo sexual. Estruturalmente, a função do marketing turístico tem sido a de promover os destinos. O marketing turístico brasileiro divulgado no exterior deu e tem dado sua parcela de contribuição para a efetivação desses impactos, pois, por exemplo, a forma como a imagem da mulher brasileira foi trabalhada durante décadas terminou favorecendo a prática do turismo sexual em alguns destinos turísticos nacionais. Diante disso, o objeto de estudo em questão foi o estado do Rio Grande do Norte, lócus em que o turismo tem se apresentado, sobretudo a partir dos anos 1980, como um espaço voltado a comercialização de paisagens turísticas, explorando, basicamente, sua vasta área litorânea e seus atrativos naturais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo geral deste trabalho foi compreender em que medida o marketing turístico oficial promovido pelo Governo do RN vincula, direta ou indiretamente, a figura da mulher como atrativo turístico e em que medida tem influenciado a prática do turismo sexual. Em outras palavras, objetivou-se compreender a influência do marketing turístico do Rio Grande do Norte a partir da observação do conteúdo d
MÉTODOS:
A presente pesquisa empírica se baseou na análise documental de materiais promocionais utilizados pela EMPROTUR/RN, veiculadas de 2009 a 2012. Foram analisados os seguintes materiais publicitários:
a) “Rio Grande do Norte: Na dúvida entre o melhor roteiro, escolha todos” (O roteiro inclui os Polos Costa Branca, das Dunas e o Seridó, expondo as belezas naturais encontradas em cada um, assim como as peculiaridades dos mesmos. Ele foi elaborado junto com as empresas para ser exposto no Salão de Turismo de 2009).
b) Rio Grande do Norte: Roteiros para conhecer e nunca e mais esquecer (Diferente do roteiro de 2009, mas com o mesmo intuito de promover o estado do RN no Salão de Turismo de 2010. Esse roteiro, além dos Polos Costa Branca, Dunas e Seridó, incluí também o Agreste/Trairi e o Polo Serrano).
c) O melhor da vida você vive aqui (Folder confeccionado em 2010 para o Salão de Turismo, pelo governo anterior, mas que é utilizado atualmente - 2012).
d) Viva um Estado inteiro de aventura (Também confeccionado em 2010 e utilizado até os dias de hoje - 2012).
e) Aqui a cultura fala mais alto (Folder confeccionado em 2010 para o Salão de Turismo, pelo governo anterior, mas que também é utilizado pelo governo atual - 2012).
f) Natal – Rio Grande do Norte – Im Land ,,Terra Potiguar“ haben Sie tausend Möglichkeiten lhr Glück auszuleben (Folder feito no governo anterior para promover o Estado internacionalmente, mas que ainda é utilizado pelo atual governo - 2012).
g) Entre outros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Pela observação do material documental e fotográfico analisado, os resultados evidenciam que a imagem vendida do RN ainda está fortemente presa ao binômio sol e mar, fator atrativo, mas não determinante, para os apelos voltados aos temas do exotismo e da sensualidade como marca de um povo.
CONCLUSÕES:
Conclui-se, por conseguinte, que o material analisado, mesmo não vinculando explicitamente a mulher ao turismo potiguar, termina criando, em certa medida, um cenário propício para a ligação entre o turismo, o exotismo, a hospitalidade e a sensualidade de seu povo. Um mercado simbólico de praias consideradas “exuberantes”, de “hospitalidade ímpar” e com “diversão o ano inteiro” não deixa de sugerir também o sexo como uma possibilidade de consumo nas cidades turísticas do prazer.
Palavras-chave: Turismo Sexual, Imagem, EMPROTUR/RN.