65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
Nova Alternativa no Tratamento de Úlcera de Pressão: Acajumembrana.
Maria Gercina Barbosa Borges. - Depto. de Enfermagem - UFPE
Thaís Silva de Oliveira. - Depto. de Enfermagem - UFPE
Benazir Benício da Silva. - Depto. de Enfermagem - UFPE
Luanda Raira de Carvalho. - Depto. de Enfermagem - UFPE
Ednaldo Cavalcante de Araújo - Prof. Dr. Depto. de Enfermagem - UFPE
Eliane Maria Ribeiro de Vasconcelos. - Prof. Dra. / Orientadora - Depto. de Enfermagem - UFPE
INTRODUÇÃO:
A presença da úlcera por pressão tem sido considerada um indicador de qualidade de serviços de saúde e esforços têm sido feitos para o estabelecimento de diretrizes que norteiem a prática visando à redução do problema. Apesar de poucos dados epidemiológicos no Brasil, destacam-se algumas pesquisas revelam um alto índice de prevalência de úlcera de pressão em pacientes internados em UTI.
Autores concordam que a prevenção de escara é uma ação fundamental dos profissionais de enfermagem sendo esta considerada uma iatrogenia do cuidar. Por este motivo a aplicação de um curativo ideal associado a um cuidado de enfermagem sistemático contribui para o tratamento da úlcera por pressão. A utilização da acajumembrana nos curativos de úlceras por pressão contitui-se numa alternativa eficaz para o sucesso da cicatrização da ferida e no custo do tratamento.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a eficácia da Acajumembrana no processo de cicatrização de úlceras por pressão, visando à recuperação da integridade tecidual.
MÉTODOS:
Trata-se de uma pesquisa e estudo de caso múltiplo semi-experimental com abordagem qualitativa realizado com um paciente que apresentou localizado em região sacral e classificada em grau IV internado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE).
Os dados foram coletados a partir de: questionários semi-estruturados contendo: dados de identificação sócio-culturais, história clínica pregressa e atual; formulário de registro dos dados referentes aos curativos elaborados com itens abertos e fechados, contendo características clínicas e diâmetros da ferida; dados do prontuário; Pressure Ulcer Scale for Healing (PUSH) - Escala de Cicatrização da Úlcera por Pressão; observação clínica da ferida.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Observou-se que a aplicação de Acajumembrana na úlcera por pressão de paciente em estudo resultou em aumento do tecido de granulação, redução de tecido desvitalizado através da promoção de debridamento autolítico e melhora do processo cicatricial através da manutenção do meio úmido, evitando a formação de crostas e escaras.
O exsudato apresentou variações tanto de quantidade quanto de aspecto. Não foram identificados aspectos de infecção. Classificada como de grande profundidade e grau IV, já que atingia o tecido muscular, a ferida apresentou redução considerável e aderência das bordas do leito.
Qualquer condição que reduza a circulação e a nutrição da pele e dos tecidos subcutâneos aumenta o risco de desenvolvimento de úlcera por pressão. A eficácia do tratamento pode ser comprovada através da melhora significativa da área peri-ferida a partir do 15º curativo, caracterizando o melhor aporte sangüíneo local e integridade da pele. Houve redução considerável da área total e dos parâmetros de exsudato e tecido presente.
Embora a localização da ferida tenha reduzido o andamento do processo de cicatrização, assim como o quadro clínico do paciente, foi observada a involução do processo de cicatrização.
CONCLUSÕES:
Neste estudo foi evidenciado que a Acajumembrana propiciou processo cicatricial positivo no referido caso clínico. A confirmação desta situação é vista nos resultados da pesquisa, que demonstram redução da quantidade de exsudato, extinção de tecido desvitalizado, aumento de tecido de granulação, redução das dimensões da ferida e diminuição gradativa dos escores calculados através da escala de cicatrização de PUSH.
Levou-se cerca de dez dias para se alcançar aumento da quantidade de tecido de granulação no leito da ferida e redução de tecido desvitalizado. O conforto e alívio das dores e o fato de uma vez iniciado o processo de cicatrização foi contínuo e progressivamente positivo.
Este sucesso pode ser atribuído a grande quantidade de tanino e sais minerais presentes na Acajumembrana, que favoreciam a nutrição dos tecidos.
Os resultados obtidos, favoráveis às expectativas iniciais, demonstraram como é importante a realização de pesquisas com produtos de plantas medicinais e fitoterápicos para utilização de novos recursos no exercício da enfermagem nesta área, o qual é respaldado pela resolução COFEN-197/1997.
Palavras-chave: Acajumembrana, Úlcera por pressão, Curativo.