65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
COMPETIÇÃO DE CLONES EM ÁREAS DE ESCAPE DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Josué Valente Lima1 - Graduando do curso de Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Francisco Sérgio Neres da Silva¹ - Graduando do curso de Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Clívia da Conceição Mar¹ - Graduando do curso de Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Fernanda Ludmyla Barbosa de Souza¹ - Graduando do curso de Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Leane castro de souza - Graduando do curso de Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Heráclito Eugênio Oliveira da Conceição². - Professor Adjunto, Dr., UFRA/CCP e Pesquisador Classe A Aposentado da Embrapa Am
INTRODUÇÃO:
O êxito da heveicultura (Hevea brasiliensis Muell Arg), no Brasil, somente foi alcançado quando o plantio da seringueira passou a ser realizado em regiões e/ou áreas geográficas onde as condições climáticas permitiam o desenvolvimento da planta e dificultavam a ocorrência em forma epidêmica, de seu mais sério predador, o fungo Microcyclus ulei, agente causal do mal-das-folhas. A essas áreas deu-se o nome de “áreas de escape”. São Paulo, estabelecendo seringais em áreas de escape, transformou-se no maior produtor nacional de borracha natural, responsável por mais de 50% da produção brasileira. Na Amazônia, as áreas de escape estendem-se pelo nordeste de Mato Grosso, sudeste do Maranhão, norte do Tocantins e grande porção do sul do Pará. São mais de 50 milhões de hectares climaticamente vocacionados para o plantio da seringueira. Entretanto, a estiagem que bloqueia à ação do patógeno M. ulei, gera um déficit hídrico que margeia 300 mm, exigindo a geração ou adaptação de tecnologia para viabilizar o cultivo da Hevea na região. O longo período de imaturidade econômica da seringueira, associado aos eventos fisiológicos ligados à exploração da planta – para avaliar o real desempenho dos clones.
OBJETIVO DO TRABALHO:
avaliar a competição de clones em áreas de escape da amazônia brasileira
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido em uma área de cultivo de seringueiras pertencente à Companhia de Desenvolvimento do Vale do Araguaia (Codeara), localizado no município de Santa Terezinha, MT, a 10º28'11" de latitude S, 50º30'11" de longitude W e altitude de 198 metros. O clima é tropical úmido, com duas estações bem definidas, com temperatura média de 26º C. A precipitação pluvial gira em torno de 2.000 mm, e um período de déficit hídrico pronunciado de julho a outubro. O experimento foi instalado em 1991, sob delineamento experimental de blocos ao acaso com 25 tratamentos (clones) e três repetições. As parcelas foram constituídas por 40 plantas, com 20 plantas na parcela útil e espaçamento de 7m x 3m. Após 10 anos de idade de plantio nas condições definitivas procedeu-se a avaliação do experimento por meio dos seguintes parâmetros: espessura da casca, número de anéis de vasos laticíferos, diâmetro dos vasos laticíferos, densidade de vasos laticíferos, perímetro do tronco e produção média anual de borracha, expressa em gramas de coágulo por árvore por corte (g/coag/arv/corte). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade e, quando detectou-se diferenças significativas, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados das análises de médias dos dados relativos à espessura da casca (ESC, em mm), revelaram efeitos significativos desses parâmetros em relação a todos os clones, teste F ao nível de 5% de probabilidade. Para o diâmetro dos vasos de laticíferos, pode ser observada a superioridade do clone IAN 2878, em relação aos clones PB217 e IAN2903. Com relação ao número de anéis de vasos laticíferos (NAVL) foi observado o maior valor deste parâmetro para o clone IAN 6323, seguido dos clones IAN 2880 e PB 260. As respostas dos parâmetros biométricos e de crescimento e desenvolvimento dos clones, determinadas neste trabalho estão de acordo com as relatadas por vários autores sobre o comportamento de clones de seringueira em áreas sujeitas a períodos secos definidos. Estes autores mencionam que a seringueira apresenta mecanismos de resistência à seca, ou seja, tanto pelo componente de escape à seca ou pelo componente de tolerância à seca. Em geral, para uma adequada produção média anual de borracha, os clones IAN 2880 e IAN 2878 apresentam melhores médias. Entretanto os clones FCAP 44 e AC 58 mostraram resultados insignificantes de produção. A cultura da seringueira na Amazônia não obteve sucesso devido ao efeito devastador do fungo Microcylus ulei, causador do mal-das-folhas (PEREIRA, 2000).
CONCLUSÕES:
Os clones de seringueira avaliados mostram produção média anual de borracha em (g/coag/arv/corte) diferenciadas em áreas de escape. Embora tenha tido um comportamento estatístico semelhantes em dois Clones IAN 2878 e IAN 2880.
Os valores dos principais parâmetros relacionados com o mecanismo de resistência à seca usados nesta pesquisa demonstram que os clones de seringueira apresentam características tanto de escape como de tolerância à seca.
Palavras-chave: Hevea brasiliensis Muell Arg, vasos de laticíferos, mal-das-folhas.