65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
PERFIL EPIDEMIO-DEMOGRÁFICO DOS PACIENTES ONCOLÓGICOS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE DE ASSISTÊNCIA DE ALTA COMPLEXIDADE DO MUNICÍPIO DE IMPERATRIZ – MA
Wherveson de Araujo Ramos - Acadêmico do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
Jairo Rodrigues Santana - Acadêmico do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
Paulo Roberto da Silva Ribeiro - Prof. Adjunto/Orientador – Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
INTRODUÇÃO:
O câncer é definido como uma enfermidade multicausal crônica, caracterizada pelo crescimento descontrolado das células. Sua prevenção tem tomado dimensão importante no campo da ciência, pois ele ocupa o ranking de doenças que acometem a população em geral, sendo apontado como a primeira causa de mortalidade no mundo. No Brasil, foi previsto, pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), no biênio 2012-2013, o surgimento de cerca de 518.510 novos casos. Estudos têm observado que o perfil socioeconômico pode ser um fator diretamente relacionado com o agravamento do quadro clínico do indivíduo com câncer, uma vez que, indivíduos com menor renda podem descobrir mais tarde a doença e, consequentemente, procuram o tratamento quando a mesma já se encontra em estagio avançado.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho objetivou a caracterização do perfil epidemio-demográfico dos pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico atendidos pela Unidade de Assistência de Alta Complexidade (UNACOM) do Município de Imperatriz – MA, visando subsidiar ações para a melhoria da assistência a estes pacientes.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa de dados, desenvolvido com 18 pacientes com câncer e que realizam o tratamento quimioterápico no UNACOM de Imperatriz – MA. Este trabalho foi realizado no mês de fevereiro de 2013. A coleta dos dados foi feita após a solicitação do consentimento por escrito dos participantes, onde se leu o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para a participação em pesquisa e, em seguida, foi solicitada a assinatura dos mesmos. Como instrumento de coleta de dados socioeconômicos foi utilizado um questionário estruturado; onde foram investigadas, junto ao público-alvo, as seguintes variáveis: sexo, idade, estado civil, se possui filhos, renda mensal familiar, tipo de residência e se recebe ajuda financeira de algum programa do governo. Para a avaliação do perfil epidemiológico foram investigadas variáveis como: tipo de câncer, tipos de tratamentos oncológicos, histórico familiar para esta doença, estilo de vida (alcoolismo e tabagismo) e presença de comorbidades.As entrevistas foram realizadas na sala de quimioterapia, sendo acompanhadas pela psicóloga responsável pelo setor.Posteriormente, os dados foram agrupados, ordenados, tabulados e analisados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dentre os indivíduos pesquisados, a maioria é do sexo feminino (72,2%), com idade acima de 50 anos (55,6%), é casada (66,2%), possui renda entre 1 a 2 salários mínimos (55,5%), mora em residência própria (77,7%) e é pensionista (55,5%). Os tipos de câncer encontrados entre os investigados foram de mama (33,3%), de intestino (11,1%), colorretal (11,1%), estômago (11,1%) e útero (5,5%). 94,4% dos pacientes realizam o tratamento quimioterápico de modo gratuito e com recursos provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS). 55,5% dos pacientes afirmaram que nunca ingeriram bebidas alcoólicas e 72,2% relataram que são ex-fumantes e que iniciaram a prática do tabagismo na adolescência. Dentre as comorbidades apresentadas pelos pacientes, destacou-se a hipertensão arterial pela presença em 38,8% dos casos. 55,5% dos indivíduos descobriram que tinham câncer por acaso ao se sentirem mal e buscaram o serviço de saúde. 38,8% dos pacientes informaram que realizam exames preventivos e de rotina quando se sentem que algo estar errado. A respeito dos outros tipos de tratamentos oncológicos realizados pelos pacientes investigados, 72,2% destes já realizaram intervenção cirúrgica e 16,6% já se submeteram à radioterapia, sendo que todas as cirurgias foram custeadas com recursos dos próprios pacientes.
CONCLUSÕES:
Pode-se concluir que o perfil socioeconômico é um fator crucial no tratamento do paciente oncológico, onde este pode inviabilizar o tratamento resultando em danos para o indivíduo e toda sua família. Todavia, devido ao aumento de casos desta doença, principalmente no sexo feminino, devem-se adotar estratégias que atinjam positivamente este público alvo. Vale pontuar, que além do cuidado com o tratamento quimioterápico os profissionais de saúde devem fazer o rastreamento das comorbidades, uma vez que, esta pode se tornar uma agravante da saúde destes indivíduos. Contudo, torna-se de suma importância a realização de estudos epidemiológicos como este, para que as atividades sejam focadas para fornecer a maior resolutividade possível para os problemas encontrados.
Palavras-chave: Câncer;, Epidemiologia;, Quimioterapia..