65ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica

LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES BOTÂNICAS NO CAMPUS ALTAMIRA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ

Lynkonn Falcão Lopes Marreiros - Graduando do Curso de Ciências Naturais – Habilitação em Química - UEPA Kelly da Costa Braga - Graduanda do Curso de Ciências Naturais – Habilitação em Biologia - UEPA Sonilva Sousa Giese - Graduanda do Curso de Ciências Naturais – Habilitação em Biologia - UEPA Sterphane Araújo de Matos - Profª. Ma./Orientadora - Universidade do Estado do Pará - UEPA

INTRODUÇÃO:

A arborização urbana, devido seus benefícios ambientais, sociais e econômicos, vem sendo um tema bastante discutido e estudado nos últimos anos. Espaços como instituições de ensino superior, pela sua capacidade de produzir conhecimento através de pesquisas, tornam-se espaços propícios para a realização de projetos florísticos. É importante conhecer e catalogar as espécies cultivadas nas universidades, devido estes espaços serem considerados laboratórios naturais, adequados para serem utilizados em aulas de botânica, pois fornecem materiais didáticos e de pesquisa. Além disso, estes espaços arbóreos ou arbustivos em áreas urbanas melhoram o microclima, reduzem incidências de raios solares proporcionando sombra, retém partículas de poeira do ar, além de reduzir a ação acústica e visual, atenuando e diminuindo a reverberação dos ruídos comuns nos centros urbanos, dentre vários outros benefícios.

OBJETIVO DO TRABALHO:

Realizar o levantamento das espécies botânicas no Campus Altamira da Universidade do Estado do Pará.

MÉTODOS:

O levantamento foi realizado em março de 2013, no Campus Altamira da Universidade do Estado do Pará, localizada na Avenida Bom Jesus, bairro Mutirão, na cidade de Altamira – PA. Segundo a classificação Köppen, o clima do município é do tipo equatorial Am e Aw, apresentando temperaturas médias de 27,3ºC. A precipitação pluviométrica anual gira em torno de 2.123 mm. O solo predominante no bairro onde o campus universitário se encontra é uma associação dos solos Latossolo Amarelo/Argissolo classificado de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos. A coleta de dados se estendeu por toda a área do Campus universitário de Altamira, aproximadamente 457m2. Foram utilizadas câmeras fotográficas digitais, blocos de anotações e livros de botânica. A identificação das espécies foi obtida através de livros específicos da área e confirmada por especialistas. Para a classificação das espécies foi adotado o sistema de APG III (2009). A nomenclatura botânica foi conferida na base nomenclatural da Lista das Espécies da Flora do Brasil e pelo banco eletrônico do Jardim Botânico de Missouri (MISSOURI BOTANICAL). As espécies coletadas foram incorporadas no laboratório de biologia da Universidade do Estado do Pará.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

No Campus Altamira da Universidade Estadual do Pará foram encontrados 473 indivíduos, correspondentes a 34 espécies de fanerógamas ornamentais, distribuídas em 26 famílias botânicas. Foram levantados também dois indivíduos de pteridófitas, pertencentes às famílias Adiantaceae (Adiantum raddianum C. Presl) e Pteridaceae (Pteris Cretica L.). As famílias botânicas com maior número de espécies foram Arecaceae com 3 espécies, seguida das famílias Agavaceae, Asparagaceae, Fabaceae – Caesalpinioideiae, Myrtaceae, Verbenaceae e Rubiaceae com 2 espécies cada. A família Arecaceae também se destacou em outros trabalhos (Eisenlohr et al., 2006; Fogaça et al., 2008). Cenostigma macrophyllum Tul. foi a espécies com maior número de indivíduos levantados (106 indivíduos), seguida da Solanum paniculatum L. (118) e da Ixora finlaysoniana Wall. ex G.Don (72). Do total de espécies, dezesseis são arbustos (44%), onze são árvores (31%), cinco são ervas (14%), duas são palmeiras (5%) e duas são pteridófitas. Quanto ao local de cultivo, algumas plantas heliófitas estão sendo sombreadas por outras, impedindo o desenvolvimento de suas copas. Outras espécies foram implantadas em locais inadequados, causando prejuízos, como por exemplo, quebrando calçadas.

CONCLUSÕES:

O estudo do levantamento botânico e a quantificação das espécies encontradas no Campus da UEPA reforçam a valorização e a preservação da arborização ali existente. Entretanto, este trabalho auxiliará num futuro planejamento paisagístico e na arborização do campus, pois muitas das espécies foram introduzidas em locais inadequados, seja pelo porte ou pelo sombreamento. Assim, torna-se indispensável à necessidade de elaborar projetos paisagísticos que incluam a arborização. Com a realização deste estudo, as informações colhidas subsidiarão futuros projetos de ensino e extensão nesta área.

Palavras-chave: Botânica, Diversidade vegetal, Campus universitário.