65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada
USO DO ÓLEO DE COPAÍBA NO CONTROLE DO FUNGO MANCHADOR DA MADEIRA LASIODIPLODIA THEOBROMAE
Rossicléia Ferreira Campos - Engenharia Florestal, Universidade Federal do Acre.
Adriana Ferreira Moreira - Engenharia Florestal, Universidade Federal do Acre.
Renato Silva de Lima - Engenharia Florestal, Universidade Federal do Acre.
Clebyane de Souza Barbosa - Engenharia Florestal, Universidade Federal do Acre.
Samária Santos da Silva - Engenharia Florestal, Universidade Federal do Acre.
Sandra Albuquerque Lima Ribeiro - Profa.Ms./Orientadora-Universidade Federal do Acre.
INTRODUÇÃO:
Os fungos são agentes biológicos que atacam a madeira em maiores proporções. Esses microrganismos podem causar sérios prejuízos à indústria madeireira em quase todos os países do mundo, tanto pela degradação biológica dos produtos madeireiros, bem como ao prejuízo estético que causam a esses produtos (Ibanez, 2008; Branco et al., s/d). A madeira é o hospedeiro mais procurado por certos gêneros de fungos, pois ela disponibiliza seus nutrientes de forma facilmente metabolizável.
Os fungos manchadores apresentam hifas pigmentadas ou hifas hialinas que secretam substâncias coloridas. A madeira atacada por estes fungos apresenta, no alburno, áreas de coloração variável, geralmente de azul a cinza escuro, que são observadas em cortes transversais e distribuem-se radialmente. As manchas, que podem ser superficiais ou profundas, depreciam a qualidade e o valor comercial da madeira (Oliveira et al., 1986).
Segundo Costa (1999), uma das causas que tem contribuído não apenas para a diminuição da procura da madeira brasileira, mas também para reduzir seu valor comercial, é a falta e/ou inadequado tratamento preventivo contra a infestação de microrganismos que a danificam, em especial os fungos, que comprometem diretamente seu aspecto estético.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Apresentar um caminho alternativo e/ou substitutivo para o controle do fungo manchador da madeira Lasiodiplodia theobromae, ou seja, preservantes que provoque menor impacto ambiental.
MÉTODOS:
O óleo vegetal de copaíba foi adquirido no comercial local, sendo este utilizado in natura.
O isolamento do fungo foi feito a partir de fragmentos retirados de corpos de prova de espécies madeireiras, esses fragmentos foram transferidos para placas de Petri, contendo EMA 3% e 250 ppm de Cloranfenicol (HANADA et al., 2003) e mantidos a temperatura e luz ambiente do laboratório.
As atividades antifúngicas do tratamento foram avaliadas através da inibição do crescimento miceliano. Utilizou-se o tratamento nas concentrações de 5μL/mL, 10μL/mL e 15μL/mL em BDA, com as colônias fungicas purificadas. O ensaio foi conduzido em DIC, em esquema fatorial com dez repetições.
As placas foram inoculadas, no centro, com um disco de 5 mm de diâmetro, contendo micélios do fungo Lasiodiplodia theobromae . Posteriormente, as placas foram incubadas na BOD à temperatura de 25ºC. A avaliação foi realizada quando o crescimento miceliano da testemunha cobriu totalmente a superfície do meio de cultura. A leitura do experimento foi feita calculado o valor médio dos diâmetros para cada placa. Após a medição calculou-se a porcentagem de inibição do crescimento dos tratamentos em relação à testemunha. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O resultado da análise revelou a interação significativa entre os fatores, (tratamentos x concentrações), sendo observadas diferenças no crescimento micelial do patógeno em virtude do aumento nas concentrações.
Todas as concentrações do óleo de copaíba diferiram estatisticamente da testemunha exercendo inibição do crescimento micelial do fungo a partir de 5μL/mL .Ao analisar a eficácia das concentrações, a que obteve resultado mais significativo na comparação de medias foi a de 15μL/mL com 41,86%, seguida de 39,96% em 10μL/mL e 31,02% em 5μL/mL.
CONCLUSÕES:
O uso do óleo de copaíba no controle do fungo Lasiodiplodia theobromae mostrou resultados relevantes na porcentagem de inibição do crescimento do patógeno, tendo como vantagem ser um produto natural e de menor custo.
Dessa forma, a inibição do crescimento do fungo quando na presença do óleo de copaíba pode ser explicado pelo fato de que esse óleo deve apresentar efeito fungitóxico.
Assim é necessária a condução de mais estudos sobre o efeito fungitóxico do óleo de copaíba para que se possa apresentar um produto com a vantagem de minimizar o uso dos preservantes convencionais, de preservar o meio ambiente e assegurar maior proteção à saúde do consumidor.
Palavras-chave: Óleo., Fungo., Inibição..