65ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática |
VARIAÇÃO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS NO TRECHO DE RIO TOCANTINS LOCALIZADO NO PERÍMETRO URBANO DA CIDADE DE CAROLINA - MA |
Valéria de Araújo Santos - Curso de Ciências Biológicas – UEMA/CESI Agnaldo dos Santos Lucena - Pós-graduando em Ciências Ambientais – UEMA/CESI Nayara dos Santos Lima - Curso de Ciências Biológicas – UEMA/CESI Dalila de Deus Souza Henrique - Curso de Ciências Biológicas – UEMA/CESI Marcelo Francisco da Silva - Prof. Esp./ Orientador – Depto. de Química e Biologia – UEMA/CESI |
INTRODUÇÃO: |
A água é o elemento fundamental da vida. Seus múltiplos usos são indispensáveis a um largo espectro das atividades humanas, onde se destacam, entre outros, o abastecimento público e industrial, a irrigação agrícola, a produção de energia elétrica e as atividades de lazer e recreação, bem como a preservação da vida aquática. A Bacia Hidrográfica do rio Tocantins foi considerada prioritária pelo Ministério de Minas e Energia-MME, a mudança provocada no regime do rio Tocantins com a implantação de reservatórios associada ao crescimento das cidades no seu entorno, geralmente não acompanhadas de implementes nos sistemas de tratamento de efluentes, são potenciais promotores da degradação deste ecossistema. A realização de estudos prévios possibilitará a comparação nas variações da qualidade da água após a implantação e consolidação do reservatório de UHE de estreito. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
Caracterização de alguns parâmetros físico-químicos de qualidade da água no rio Tocantins, entre os municípios de Carolina-MA e Filadelfia-TO, antes do enchimento do reservatório da UHE de Estreito para efeito de comparação pós-enchimento. |
MÉTODOS: |
As amostragens dos parâmetros físico-químicos das águas superficiais foram realizadas durante o período de estiagem, meses de junho e julho de 2011, em 13 pontos ao longo do curso principal do rio Tocantins no trecho localizado entre os perímetro urbanos dos municípios de Carolina – MA e Filadélfia – TO. As medições tomadas in situ, sendo o Oxigênio Dissolvido (OD), Saturação de OD (%OD) e a temperatura da água medidos com o oxímetro de campo Lutron modelo MO-900, o potencial hidrogeniônico (pH) foi mensurado com o pHmetro Instrutherm modelo PH-1800, as medições de condutividade elétrica (Cond) foram tomadas atravéz do condutivímetro Instrutherm modelo CD-880 e a turbidez (Turb) pelo turbidímetro Plus AlfaKit. Os dados coletados foram analisados com o auxílio do software Surfer 9.0 onde o método de Kriging foi utilizado para geração dos mapas de variação dos parâmetros físico-químicos no trecho estudado do rio Tocantins. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
No ponto próximo a foz do rio Lajes foram encontrados os menores valores para temperatura da água parâmetro, o mesmo tendo se repetido para o parâmetro pH. Possivelmente, a grande vazão deste afluente do rio Tocantins seja o principal fator que gerou estas perturbações, aliado ao fato de que suas água carrearem grandes cargas de composto suspensos, como pôde ser observado pela elevação dos valores de turbidez próximo a sua foz. A supressão da vegetação das áreas que serão alagadas pode ter contribuído com esta maior turbidez devido ao arrasto de partículas do solo nas primeiras chuvas da estação. A variação observada nos níveis de Oxigênio Dissolvido próximo ao ponto onde são lançados efluentes urbanos no rio Tocantins é consequência da carga de efluentes com elevados teores de nitrogênio e fosfato que geram elevações nos níveis de produtividade primária. Outro comportamento marcante observado foi a elevação dos valores de pH próximo ao banco de areia de Filadélfia, possivelmente devido a interações da massa hídrica com o substrato. O mesmo fato deve ser o responsável pelos maiores valores de Condutividade Elétrica obtidos terem sido observados nesta mesma área. |
CONCLUSÕES: |
As análises realizadas permitem comparar a qualidade da água do rio Tocantins com um corpo hídrico de classe 2, segundo a portaria nº 357 do CONAMA. Os resultados obtidos permitiram gerar uma imagem das condições do trecho do rio Tocantins, próximo aos núcleos urbanos de Carolina – MA e Filadélfia – TO, no início do processo de enchimento do reservatório, o que permitirá futuras discussões sobre as alterações que esse empreendimento promoverá na qualidade da água. Os resultados ainda permitem colocar em discussão a necessidade de planejamento quanto ao tratamento e destinação dos efluentes urbanos gerados nas cidades de Filadélfia e Carolina, essa última em especial visto suas maiores dimensões, no sentido de mitigar futuros eventos de eutrofização no lago do reservatório da UHE de Estreito. |
Palavras-chave: Rio Tocantins, Qualidade da água, Monitoramento Ambiental. |