65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
PLANEJAMENTO OU ROTEIRO DE AULA? O QUE OS PROFESSORES CONSTROEM QUANDO DIZEM ELABORAR UM PLANEJAMENTO DE AULA?
Maria Aparecida Pereira Batista - rofessora da Educação Básica e aluna da Faculdade Escirtor Osman da Costa Lins
Josivânia Severina de Souza Santos - Professora da Educação Básica e aluna da Faculdade Escirtor Osman da Costa Lins
Juliana Maria Lima Coelho - Mestre em Educação e Profa. da Faculdade Escritor Osman da Costa Lins
INTRODUÇÃO:
A escolha da temática de pesquisa surgiu através das observações das aulas na disciplina de Estágio Supervisionado e de experiências vivenciadas no curso de Pedagogia. Nesse período, notamos que os professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental utilizavam pequenos roteiros para guiar seu trabalho pedagógico. Entendemos ser essencial esse tipo de pesquisa para entendermos como o professor concebe o planejamento e até que ponto o utiliza para nortear seu trabalho pedagógico.
Nosso objeto de estudo é a concepção dos professores sobre planejamento. O aspecto tempo foi mencionado por nós, por identificarmos na experiência vivenciada na disciplina de estágio supervisionado que esse fator se constituiu como um dos maiores problemas para o desenvolvimento da prática docente.
Para dar suporte à nossa pesquisa recorremos à discussão de Baffi (2002), Ferreira (1979), Gandin (2008, 2011), Lüdke (1996) e Menegolla (2010). Para coletar os dados realizamos uma pesquisa de natureza qualitativa e observamos quatro aulas de duas professoras da rede municipal de ensino de Vitória de Santo Antão para analisarmos as concepções de planejamento e o uso desses na sala de aula.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Para desenvolvermos a pesquisa estabelecemos como objetivos específicos, identificar o tipo de planejamento que o professor afirma utilizar e verificar como esse instrumento é usado na prática diária em sala de aula.
MÉTODOS:
O estudo foi realizado em uma escola da rede municipal de ensino da cidade de Vitória de Santo Antão na zona rural do município. Tivemos dois sujeitos de pesquisa e analisamos o planejamento de duas professoras. Analisamos o tipo de planejamento utilizado pelas docentes por meio de registro escrito, buscamos identificar se o mesmo se baseia na oralidade ou se as docentes planejam detalhadamente as suas aulas. Nos utilizamos de numeração para guardar a identidade das professoras, professora 1 e professora 2.
Observamos durante duas semanas quatro aulas de cada professora. Analisamos o material elaborado por elas antes das aulas (planejamento) e a maneira como as docentes desenvolviam suas aulas.
As professoras pesquisadas possuem formação em Pedagogia e lecionavam na rede municipal de Vitória de Santo Antão há mais de vinte anos e ensinavam em turmas de alfabetização há pelo menos cinco anos.
Após as observações de aula questionamos as professoras sobre a definição de planejamento e as mesmas se colocaram, essas falas foram expostas como elemento para que nós tomássemos como suporte a fim de analisar as suas práticas e uso do planejamento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Analisamos que a professora 1 aplicou poucas atividades, o que pressupõe desperdício de tempo, demonstrando que as ações não foram previamente planejadas, uma vez que são intervenções didáticas restritas ao longo das aulas. Contabilizamos oito atividades realizadas pela professora, exercícios que demandavam tempo para sua realização.
No que concerne ao tempo para exposição, notamos também a ocorrência de diálogos curtos que eram decorrentes da aplicação das atividades e não da explicação da docente para contemplar algum conteúdo, que é de fundamental importância no processo de ensino-aprendizagem através da troca de informações e ideias possibilitando a auto reflexão e a reorganização do planejamento quando necessário.
Observamos que a professora 2 desenvolveu poucas atividades demonstrando através das atividades realizadas em sala de aula que não foram devidamente organizadas, no entanto o seu tempo e esforço gastos para realizar as atividades foram um desperdício no tempo pedagógico não houve verdadeiramente um planejamento adequado para executar melhor suas tarefas.
A linha pedagógica e os exercícios utilizados fundamentam-se em pressupostos de que para a mesma metodologia usada objetiva a qualidade de sua aula a ser desenvolvida.
CONCLUSÕES:
Ao retomarmos nosso objetivo que era o de compreender o que o professor concebe como sendo planejamento e a repercussão desse recurso na prática docente. Encontramos que o professor acredita que o planejamento pode ser feito mentalmente, sem registrar em local algum, os detalhes.
Por isso, sabemos que o planejamento efetivamente escrito, com objetivos, descrição de atividades, não era elaborado pelas professoras. A falta desse planejamento repercutia na prática das docentes de maneira às mesmas perderem muito tempo na aplicação de uma atividade e no momento que os alunos que estavam mais avançados em relação ao conhecimento da escrita terminavam a atividade e não tinham outra, o que gerava certo transtorno na sala e desperdício de tempo pedagógico.
Essa deveria ser a concepção de planejamento que orienta a construção desses recursos pelos professores a fim de contemplar os diversos níveis de conhecimento dos alunos que frequentam a escola e trazem do ambiente extraescolar.
Outros estudos podem ser realizados com intervenções didáticas frente aos docentes que apresentam concepções semelhantes aos dos professores sujeitos dessa pesquisa para apresentar uma nova proposta de organização do trabalho didático – planejamento.
Palavras-chave: demarcação, encaminhamentos, rotina.