65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
AÇÃO REPELENTE DE MISTURAS DE EXTRATOS DE Caesalpi nia pyramidalisTul. e Ziziphus joazeiro Mart PARA Callosobruchus maculatus (Fabricius, 1775) (Coleoptera: Bruchidae).
Delzuite Teles Leite - Unidade Acadêmica de Ciências Agrárias, UFCG
Anderson Amaral de Bulhões - Unidade Acadêmica de Ciências Agrárias, UFCG
Maurício Sekiguchi de Godoy - Prof. Dr./Orientador - Depto. de Fitossanidade, UFERSA
INTRODUÇÃO:
O Callosobruchus maculatus (Fabr.) constitui a principal praga primária do caupi armazenado no mundo. Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, 90% da depreciação dos grãos e sementes de feijão caupi, são causados por C. maculatus (PASCUAL-VILLALOBO & BALLESTA-ACOSTA, 2003). Geralmente o controle dessa praga é feito com agroquímicos, que vem sendo utilizado em larga por pequenos e grandes produtores, que muitas vezes não fazem uso das instruções e normas de segurança para esses produtos, resultando em resistência das pragas a certas doses utilizadas e ao principio ativo, levando o produtor a utilizar maiores quantidades do produto, originando perca de eficácia sobre a praga e, apresentando resíduos tóxicos nos alimentos (CASA, 2005). Portanto, na busca de alternativas que sejam de baixo custo e que reduzam a contaminação tóxica dos alimentos, diversas táticas têm sido testadas no controle desta praga, dentre essas estratégias as plantas com ação inseticida tem sido apresentada como uma das alternativas (FRANÇA et al,2005.).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o efeito repelente de extratos das partes isoladas e misturadas das plantas Caesalpinia pyramidalis Tul. e Ziziphus joazeiro Mart. para o Callosobruchus maculatus Fabr.
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido no Laboratório de Entomologia da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Pombal, PB. Composto por oito tratamentos sendo, quatro de provenientes extratos de C. pyramidalis (15 g vagens,15 g cascas,15 g folhas e outro tratamento composto pela mistura de 5 g de vagens, 5 g de cascas mais 5 g de folhas) e quatro provenientes extratos de Ziziphus joazeiro (15 g de sementes,15 g cascas,15 g folhas e outro tratamento composto pela mistura de 5 g de sementes, 5 g cascas mais 5 g de folhas). Foram utilizados 15 g de feijão tratados com 1,5 g de extratos em pó de sementes, casca de tronco e folhas, organizados em DIC, com 8 tratamentos e 10 repetições, cada parcela representada por 30 insetos adultos. Utilizou-se arenas feitas de tubos de PVC de 50 mm de diâmetro por 30 cm de comprimento, com corte longitudinal e furos nas extremidades, para o acoplamento de recipientes plásticos, medindo 4,0 mm x 2,3 mm, onde foram inseridos os feijões tratados ou não tratados. A parte superior da arena foi coberta por um plástico transparente, com um orifício no centro para liberação dos insetos. 24 horas após aplicação dos tratamentos registrou-se o número de insetos em cada recipiente. Os dados foram transformados em porcentagem e analisados utilizando-se o teste do qui quadrado (χ²; 5% de significância), calculando-se o Índice de Repelência (IR).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Para os tratamentos provenientes C. pyramidalis os dados mostram que não houve diferenças estatísticas na preferência dos insetos com relação aos grãos tratados e não tratado, apresentando médias de (54,7%.44,75, 50,8% para grãos tratados e 45,3%, 55,7%,49,25 para grãos não tratados) para casca, vagens e misturas respectivamente, exceto para o tratamento originados das folhas de C. pyramidalis que repeliu em média 61,9% dos insetos. Para os tratamentos originados de Ziziphus joazeiro, os dados de repelências obtidos quando aplicou-se os extratos de cascas e sementes não foram significativos entre si, com médias de 58,2%,55,4% para grãos não tratados e 39,8%, 44,6% para grãos tratados respectivamente. entretanto, para os tratamentos originados de folhas e mistura dos extratos, apresentaram repelências de 65,6% e 66,2% respectivamente, apresentando-se altamente potencial de repelência do C. maculatus. Provavelmente há nessas estruturas compostos secundários, que causem mudanças no comportamento desses insetos, que precisam ser estudadas.
CONCLUSÕES:
Os extratos originárias de folhas de C. pyramidalis e de folha e a mistura de sementes,cascas e folhas de Ziziphus joazeiro repeliram mais 60% dos insetos.
Palavras-chave: Repelencia, Inseticida natural, Carundo do feijão.